Sixteen, You Promise?

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Seus olhos verdes me estudavam em uma tarefa minuciosa, me deixando um pouco constrangida.

- O que você quer? - digo ríspida cruzando meus braços sobre o peito.

- Olá para você também. Oh, estou ótimo obrigado por perguntar! - ele diz cínico.

Reviro os olhos com seu súbito cinismo.

- Você nunca se importou em saber como eu estava, dê me motivos para importar-me em saber como você está!

Seu olhar vacila oscilando entre mim e a porta.

Bingo!

- Não vai me convidar a entrar?

- Você me convidaria a entrar em sua casa se eu batesse a sua porta? - digo dando ênfase no eu.

- Onde está sua educação afinal? - ele questiona ignorando minha pergunta.

- No mesmo lugar onde a sua está. - arrebato.

E bingo novamente! Estou aprendendo a jogar com ele!

Ele bufa totalmente frustrado e me empurra de modo que eu cambaleie para o lado dando passagem a ele, que sem delongas adentra minha residência.

- O que acha que está fazendo? Perdeu a noção? - digo gritando e entro em casa o olhando.

- Qual é o seu problema? - ele diz irritado e caminha em minha direção parando a poucos centímetros de mim.

- Qual o meu problema? Qual é o seu problema? - digo apontando o dedo em sua direção.

Sua respiração está irregular e seus ombros se movimentam de acordo com ela, seus lábios estão em uma linha fina e seus olhos cerrados em minha direção.

- Eu não tenho problema algum. - ele diz por fim.

- Oh, claro! - digo e rio irônica.

- Já estou ficando impaciente com o que quer que esteja acontecendo aqui.

- Foi você quem veio até aqui, quem deveria estar impaciente sou eu! - declaro. - Afinal, o que te trouxe aqui? Imagine se seus amiguinhos descobrem que está na casa da chacota? Imagine no que irão pensar! - digo sorrindo mais do que deveria.

- Eu faço o que bem entendo da minha vida. Não me importa o que irão pensar.

- É mesmo? Pois não foi isso que me transpareceu outro dia. - digo olhando minhas unhas.

Ele suspira pesadamente e passa as mãos sobre o cabelo.

- Olha, quer saber de uma coisa? Me desculpa por toda essa merda. Eu vim até aqui para te levar até a inauguração do parque e mostrar que não tenho vergonha de você pois você não é chacota alguma, e sim eu estou me redimindo a você. Notei o quão boa você é, mesmo nesse curto tempo, e preciso manter as coisas boas que ainda restam em minha vida e quero manter você nela. É por isso que estou aqui. Mas de qualquer forma, me desculpe. - ele diz se virando e caminhando rumo a porta a atravessando assim que a alcança.

Suas palavras me arrebatam feito um balde de água fria, meu cérebro se encontra incapaz de processar tais informações recebidas recentemente e antes que eu perceba, meus pés correm rumo onde ele havia saído.

- Harry... - grito quando chego a porta o vendo de costas. - Por favor, não vá! - digo e caminho em sua direção.

Ele estava parado no meio da rua, e me olhava por cima do ombro esquerdo.

- Me dê um motivo coerente para ficar. - ele sussurra.

Assim que o alcanço, paro a pouco centímetros de suas costas.

- Olha pra mim. - digo baixo. - Me desculpe... E-eu...

Ele então se vira e levanta meu queixo fazendo - me olhar fixamente seus olhos verdes.

- Não se desculpe, por favor. Sou eu quem devo-lhe desculpas.

- Eu já estou sob costume de ver-lhe em atitudes grossas e estúpidas, que a única coisa que passou em minha mente, era que vieste para prejudicar-me, e provar mais uma vez ao seus amigos os motivos que me tornam a bobona, chacota, e...

- Não diga isto. Me perdoe por ter agido de forma tão estúpida. E você não é boba, nem chacota, por favor, não faça isto. - ele implora.

- Mas Harry, você mesmo havia chamado-me de assim...

- E eu me arrependo tanto. - ele diz e acaricia minha bochecha direita. - Nunca mais direi algo assim. - ele diz recolhendo sua mão.

- Você promete?

- Eu prometo.

- Tudo bem então. - digo suspirando.

- E então, vamos?

- Espera, o que?

- Vamos Natalie, ao parque! - ele diz animado e sorrindo.

- Me desculpe mas, não.

E então seu sorriso desaparece tão rápido como veio, mais parecido com um lampejo de luz.

- E por que? - ele diz cruzando os braços sobre o peito.

- Não sinto-me muito animada para sair hoje, como pode ver. - digo apontando ao que visto. - Robert e Lauren foram e me convidaram também mas neguei, pois pretendo descansar um pouco.

- Oh, okay. Vou indo então. Nos vemos por aí. - ele diz se virando.

- Mas pode ficar se quiser, eu estava vendo um filme e... Por mim não há problema algum em você ficar, se por você estiver tudo certo...

Ele assente se virando, sorrio sem dentes e caminho de volta para casa, sendo capaz de ouvir seus passos logo atrás de mim.

Após entrar fecho a porta, e nos acomodamos sob o sofá em uma distância considerável e o filme logo recomeça.

Alguns momentos se passaram, e pude perceber que estava sendo observada.

- Há algo errado com meu rosto? - digo rindo.

- Apenas certo demais.

Rio baixo, voltando minha atenção ao filme novamente, até que Harry faz o mesmo.

Vinte minutos se passaram, e me sinto cansada minhas pálpebras estão pesadas.

E a última coisa que sou capaz de ver, é Harry sorrindo para a televisão, assim que uma rosa floresce nas mãos de um pai desesperado pela filha desaparecida, que está supostamente morta.

Baby Girl H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora