-O café tá pronto.-Diz Caleb, gritando da cozinha, eu vou até ele e sento na mesa,ele me entrega um pão prensado com mortadela.
-Obrigado.
-De nada.-Ele me olha fixamente.-Você sabe que eu não vou poder te esconder aqui por muito tempo.
-Tudo bem,eu tento ir pra casa da Roberta, ou da Vanessa ou da Victória, ou qualquer outro amigo.
-Você tem que voltar pra clínica.
-Não posso.
-Você tem que voltar.
-Eu não volto para aquele hospício.
-Carlos você tem que melhorar e só pode ser lá, afinal, lá você tem todos os remédios.
-Não quero e não vou.
-Tudo bem, não serei responsável.
-Obrigado, por tudo.-Digo pegando em sua mão.
-Carlos...Carlos...-As vozes voltam.
-Hum,Droga.-Digo virando o rosto.
-O que foi?
-É...é eu preciso de banho...
-Mas você acabou de comer...
-Tudo bem, eu sempre comi e tomei banho depois.
-Okay, é ali a direita.
-Obrigado.-Eu vou em direção ao banheiro e tomo banho, saio do banheiro e Caleb está deitado no sofá.
-Nos podemos sair um pouco?-Digo sentando no sofá.
-Me desculpa.
-Isso então é um não.
-Também.
-Como assim?-A campainha toca, ele abre a porta e dois enfermeiros da minha clínica aparecem...
-Você trouxe eles até aqui?-Pergunto chorando.
-Sim, me desculpe, mas eu precisava fazer a coisa certa.
-Seu canalha,ordinário,traíra.-Digo em sua direção, os médico me colocam uma camisa de força e me tiram do apartamento, me levando de volta para aquele inferno, mesmo quarto, mesmo médico,mesma clínica,mesmos remédios, mesmos enfermeiros
Um ano depois...
-Seu café da manhã.-Diz Caleb entrando no quarto,estou sentado quando vejo Caleb estampo um sorriso enorme.
-Caleb...-Eu levanto e ajudo-o abrindo a porta.-Pode entrar.
-Obrigado.
Ele coloca o café em minha cama logo após eu pular em cima dela.
-Vai me levar pra passear pela clínica hoje?
-Se o doutor deixar, eu levo.
-Onde está George?
-Aquele outro enfermeiro?! Ele foi viajar pra casa da mãe, ou algum parente no interior, não sei quando volta, mas por que ?! Já está com saudades?!
-Nao, é por que já faz 1 ano que não vejo ele, e que fique entre nós,ele me dá medo.
-Eu também acho.
Nós dois começamos a rir, quando chega o médico.
-Nossa pelo visto vocês dois estão bem animados hoje.
-Estou sim doutor.-Digo olha para ele, que parou ao lado de Caleb.
-Senhor, Me perguntou se eu poderia levar ele para passear pela clínica, o senhor deixa?
-Por favor, Por favorzinho.
-Mas é claro que eu deixo.
-Eba.-Eu comemoro.
Caleb sai da sala e volta com uma cadeira de rodas eu me levanto e sento na cadeira,ele me leva pela clínica, passo na sala aonde Fábio morreu e sinto um calafrio e ele continua andando pela clínica, e vejo George levando um paciente para seu quarto ele me olha bravo e o Caleb acelera um pouco mais o passeio,depois de passear pela clínica ele me leva para o quarto de volta.
-Pronto, gostou do passeio?
-Foi muito bom.
-Então tá,bom já tá de noite acho melhor você ir dormir.
-O tempo passou tão rápido assim?
-Sim,por incrível que pareça.
-Nossa.
-Bom eu vou ir embora, tchau, boa noite.-Diz ele indo em direção a porta.
-Espera.-Eu me levanto e vou até ele.
-O que foi ?
Eu dou em beijo na bochecha de Caleb:
-Boa noite.-Digo em sua orelha.
Enfio uma faca em sua barriga,que peguei escondido na cozinha, enquanto ele foi no banheiro:
-O que?-Diz ele olhando para mim.
-Obrigado por me ajudar, mas você sabe de mais sobre mim,não posso te deixar vivo.
-Você mentiu pra mim todo esse tempo?
-Claro.
-Você é muito malandro,gosto disso em você.
-Sério?-Eu beijo sua boca.-Problema é seu.-Eu tiro a faca da barriga e jogo ele no chão, ele morre, e eu carrego ele para debaixo da cama,eu aperto um botão para chamar outro enfermeiro,corro até atrás da porta a porta se abre , não consigo ver qual enfermeiro é, ele anda em direção a minha cama, seguindo o rastro de sangue , ando devagar até ele que estava agachado vendo o que tinha em baixo da cama, eu salto e tento acertar sua cabeça com a faca,mas ele se vira e me empurra na parede, fazendo a faca voar para o outro lado da sala, era George, ele vem em minha direção e me agarra pelo pescoço e me levanta pela parede:
-Seu idiota.-Ele bate minha cabeça na parede.
-Por que você me odeia tanto?-Digo quase sem ar.
-Por motivos enormes que não sei nem por onde começar.
-Simplesmente comece pelo começo.
-Você ganha tudo de seus pais, sempre foi amado, sua mãe se preocupou com você, te internou aqui por que te ama, e você a jogou fora como um lixo.
-Ela nunca gostou de mim,nunca se preocupou em cuidar de mim,ela não é minha mae.
-Você roubou meu Ex namorado, você roubou o Caleb de mim, a gente ia se dar bem, eu ia voltar com ele.
-Eu não sabia que ele é seu Ex.
-Não me interessa.-Ele soca minha cabeça na parede.
-Mas veja pelo lado bom ,pelo menos ele teve alguém melhor que você.-Eu dou uma risada,ele se irrita e me joga pro outro lado do quarto, e corre em minha direção e de novo pega em meu pescoço.
-NUNCA MAS REPITA ISSO, VOCÊ NÃO VALE NADA.
-Relaxa, pelo menos você e ele se merecem então você tem seu fim ao lado dele.
-Como assim?-Diz ele desistindo de me socar, eu dou um sorriso.
-Boa noite.-E enfio a faca em sua cabeça o fazendo me soltar e cair no chão morto.
Eu olho para ele e depois olho para frente rindo,eu pego ele pelos braços e levo os dois para debaixo da cama,eu saio correndo do quarto , vou no banheiro, por sorte encontrei uma roupa, tirei o sangue que estava minhas mãos, troquei de roupa e fui em direção ao lixo, joguei a faca no lixo,mas pensei que não seria a melhor coisa a se fazer, peguei a faca e as roupas sujas de sangue, fui até a cozinha, tinha um forno aberto e pegando fogo, a cozinha estava vazia, entrei, e joguei as roupas no forno, e vi as roupas se tornarem cinzas, ouço um barulho da outra porta se abrir, era o cozinheiro, eu coloco à faca em cima da mesa e saio da cozinha sem que o cozinheiro veja...
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O Esquizofrênico
RandomCarlos foi internado em uma clínica psiquiátrica em 2016, plano de sua mãe para o afastar de todos, ele é convencido de que está louco e passará pelo tratamento, as coisas pioram com a chegada de Fábio, amigo mais próximo de Carlos, que o coloca em...