Um Nobre Guerreiro

58 8 2
                                    

Andando sem rumo

De bagagem na mão

Dentro o cúmulo

Da minha solidão.


Pelo caminho procuro o

Meu próprio destino

Mas minha missão

É andar sem razão


Ao longe avisto um nobre guerreiro

De armadura no peito e espada na mão

Correndo, eu vejo, em minha direção...


 — Ó, nobre guerreiro, que queres de mim?

 — Cala-te ignóbil! Este é o fim.

 — Fim da minha vida? Então faças o que quiser.

 Minha vida não tem vida, arranque-a se puder.


— Pobre andarilho...

Caminhas sem destino.

Não sou um ceifador,

Vim levar a sua dor.


— Se o que dizes é verdade. 

Por que a espada em punho?

Nobre guerreiro, eu suplico,

Acabe com tudo.


 — Homem sem verdades,

Sem fé e esperança.

Quando o caminho acabar

Será como criança.


 — Não aguentarei até o fim

Já posso ver o meu destino

Nasci como um sonhador

E morrerei um clandestino


 — Tome a minha espada

Aperte bem a mão,

Pois quando tocá-la

Saberá a intenção


 — Louco és, guerreiro não.

Espada pra quê?

Pra arrancar meu coração?


 — Pegue, homem, e verás o que te digo!

Quando empunhá-la

Selará o seu destino.


A espada empunhei

Minha bagagem larguei 

De alma em chamas

Preenchi-me de esperança.


— Nobre guerreiro, o que fizeste de mim?

— Mudei tua sorte. Não é o teu fim.

— Nobre guerreiro, o que faço agora?

— Ajude aquele homem de alma chorosa.


Olhei para trás e vi o tal homem.

O nobre guerreiro

Sumiu em minha fronte.


Vi meu reflexo na lâmina da espada

O nobre guerreiro

Agora a empunhava.  

Penso, logo poetizoWhere stories live. Discover now