A Ironia Da Dor (Concluída)

Bônus - David

É preciso ser forte, há muita coisa com o que a gente deve se preocupar.

[EUA Califórnia , ás 8:30AM]

                    David

Como eu queria não ter problemas nenhum com a vida. Ainda mais quando você está doente, é preciso ter confiança e acreditar que tudo vai ficar bem.
Essas semanas eu estava em estado grave. Tive um DERRAME. Estou aqui em casa, com sérias dificuldades, só com a minha tia Clarissa. Que começou a se importar depois que aconteceu isso comigo, e com a Edna que está trabalhando.

No momento o que estou fazendo? Sentado. Mal consigo andar, estou mancando. Às vezes tenho umas convulsões, e é uma dor insuportável. É ruim ficar sem fazer nada, fico agoniado, fico lendo livros, e só no videogame.

Já estou sentindo falta da Juliana.
Faz uns bons dias que não vejo ela, se ela viesse apenas se despedir antes... Espero que ela volte logo. Não sei o que eu "sentia" por ela. Era paixão ou atração. Mais simplesmente amo a sua amizade. Tanto que pedi a minha tia que avisasse a ela se passando por mim, essa mensagem. Mais essa notícia talvez não deve ter sido boa, tinha esquecido que ela estava seguindo uma importante breve carreira.

Ela havia me mandado uma mensagem que viria pra cá. Droga. Tarde demais.

A propósito também, conheci o Eduardo e ele me disse que o irmão dela estava vivo e no hospital com a sua namorada, pois sofreram um acidente de carro. Acho que essa ela ainda não sabe, por conta da sua mãe e do seu padrasto. Só estão esperando que ela retorne.

Agora que a Edna entrou em minha vida novamente, talvez eu esteja amando a novamente. 😯
Ela foi uma pessoa importante pra minha vida aos 18 anos na faculdade, até que ela viajou e por obrigação do seu pai se casou com outro. Caso não acontecesse isso, ela perderia a sua chance de expor e vender as suas obras - ela era pintora - que era o que ela mais queria, e disse que ela só se casaria com um homem do seu nível, mas ela acabou deixando que seu pai mandasse nela.

Mais seu pai mudou, e deixou ela vir para cá. Agora ela está na casa ao lado com alguns parentes, e de vez em quando minha tia insiste que ela durma aqui, por gostar muito dela.

(...)

— David? Acorda cara. — alguém me balança, abro os olhos e vejo o Diego, meu amigo desde pequeno.

Me endireitei no sofá e quando olho no relógio já são 13hrs.

— Oi cara, tudo bem? — pergunto.

— Tudo, to vendo que você tá  melhorando. Como se sente também? — deu uma pausa — sua tia saiu e me avisou que você não comeu nada, então ela deixou tudo pronto pra você... se quiser comer.

— Valeu brother. Vou aqui e já volto.

Aqui tem uma escada que dá direção para cozinha, mais quando estou prestes a descer ouço Diego me perguntando se eu precisava de ajuda, mais insistir que não.

Apesar de que eu mancando não estava tão bem, gostaria de me cuidar só, não dependendo tanto de alguém.

Só senti quando desci sentado na escada, e Diego veio correndo atrás de mim e me segurando.

— Você tá bem? Mano, eu te avisei que não seria boa idéia você descer essa escada sozinho.
— tenta me levantar pegando no meu braço.

— Qual é cara, deixa que eu levanto sozinho. —fico nervoso e lentamente me levanto.

— Mais como você é teimoso. Caso acontecesse algo, iam me culpar por ter te matado. — ele ri e logo sua expressão se torna séria.

Ele sabia que eu era insistente,  me sentia fraco por não poder fazer muito esforço sozinho. Pego apenas um cacho de uvas e subo as escadas.