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Reviravolta |Um novo amigo...

Depois de comer mos Sindi acabou por se ir embora e fiquei só eu e o Nelson.
-Bem. Eu ja preparei um quarto para ti. Queres ir vê lo?
-Claro.
-Fica perto do meu.
-Hum...ok.
-Para o caso de precisares de ir ter comigo. Um pesadelo ou assim...não te incomodes em me acordar.
-Ok. Muito obrigada.
Nelson abriu a porta e o meu quarto era bem moderno como o resto da casa, mas simples.
-A cama esta feita de lavado. E tens roupas no armário. Fica à vontade.
Nelson ia a fechar a porta quando...
-Sabes...achas que me podes ficar a fazer companhia?
-Queres a minha companhia?
-Sim.
-Bem claro.
-Sabes...eu relembro muitas vezes as tuas palavras naquela memória.
-Pois...
-Mas...tu pareces...desapontado comigo...foi alguma coisa que eu disse?
-Não é fácil. Digerir tudo isto.
-Eu imagino.
-Não imaginas.
-Eu...não correspondo ás tuas expectativas?
-Não sei...eu amo te. Nunca deixei de te amar. Assim que te vi algo mudou em mim. Eu não sabia o que era. E com o tempo aumentou. Não sei o que me prendeu a ti. Se foi o olhar. O tocar. Não sei. Sempre que olho para ti é como se não houvesse mais nada. Todos os dias pensava que eras demasiado para mim. E agora...tu...achas que podes sentir algo pelo o outro tipo.- sentou se- tu não tens culpa. Nada disto é culpa tua.
Ele estava ali. Tão devastado. Tão triste. Que o abracei.
Ele pareceu surpreendido. Mas ao mesmo tempo parecia me que estava a sorrir.
-Não sei se ainda me amas mas...posso prometer te uma coisa?
-O quê?
-Só vou desistir de ti quando me pedires.
-A sério?
-Sim. Vou fazer o que estiver ao meu alcance para que te voltes apaixonar por mim. E só vou parar...se me pedires.
Voltei a abraça lo e susserrei:
-Obrigada...
Ele depois foi se embora com um ar muito feliz. E eu dei tei me. Eu posso não me lembrar de nada. E não sentir nada por ele ainda mas...sempre que estou ao pé dele sinto o meu coração a acelerar.

Comessei a correr. Um tipo estranho estava a correr atrás de mim! Até que fiquei presa à beira do predio. De um lado apareceu Nelson a pedir que eu salta se do prédio que ele me apanhava. Do outro lado apareceu André a pedir me que fica se quieta que nada me ia acontecer. E de repente o chão abriu se! E um homem num prédio queria violar me!
-NÃO! SOCORRO!
A porta abriu se.
-O que é que se passa?
-Aaa...acho que foi... um pesadelo...-suspirei- acho que foi so isso...
Ele sentou se na cama ao pé de mim e fez me uma festinha na cabeça sorrindo.
-Sempre tives te muitos pesadelos.
-Que bom. -ironizei.
-A meio da noite punhas te a gritar. Eu ja sabia que isso hoje ia acontecer- sorrio outra vez - por acaso tinha ido à casa de banho. E depois ouvi te...percebi logo o que era.
-Foi assustador. Uma mistura de toda esta informação!
-Queres contar me?
-Não posso. -baixei a cabeça.
-Não faz mal nenhum. Bem...-levantou se- tenho de ir dormir! Estou a morrer...
-Podias ficar aqui. Sem compromisso. So para me fazeres companhia...sim?
-Claro.
Tornei me a deitar.
Adormeci...

Abri os olhos.
Teto branco.
Olhei para o lado uma janela.
Olhei para o outro...um homem!
-QUEM ÉS TU !?-gritei.
O homem acordou meio zonzo e olhou para mim. Parecia surpreso.
-Lucy...sou eu o Nelson.
-Nelson!?
-Sim. Salvei te e trouxe te para minha casa. O que é que se passa? Esta tudo bem!?
-Aaa...-de repente lembrei me de "tudo"- não sei o que se passou comigo...de repente...esqueci me de tudo...outra vez...
-Tu tens de ser vista por um médico.
-Médico?
-Sim. Eu tenho um amigo meu...e ele vai ser uma ótima ajuda.
-Ok então.
-Vou ligar lhe.
O amigo de Nelson tinha uma hora mas tinha de ser ja. Levantamos nos e comemos à pressa.
Dali a 20 minutos estavamos num consultório médico.
-Então Nelson. Quando me ligas te nem quis acreditar. Ela viva!- olhou para mim- como é que isso é possível! ?
O homem olhava muito para mim, o que me deixava muito constrangida.
-Bem...é uma longa história...mas peço te que em nome da nossa amizade que não contes a ninguém que ela esta viva. Para bem dela.
Nelson contou que me tinham raptado e me induzido amnesia. Depois de alguns testes mais rápidos o médico tirou me sangue e disse:
-Eu a partida tenho de vos dizer ja isto. Uma amnesia assim...eu nunca tinha visto! Mas...pelo meu diagnóstico...não tenho boas notícias. Se ele lhe dava atenuadores de memória ele era muito experiente. Logo dava lhe outros complementos.
-Como assim?
-Se ela tomava so atenuadores de memória ele tinha de lhe dar suplementos para ela não esquecer TUDO literalmente. Quando se toma atenuadores de memória sucessivamente eles acabam por ir apagando TUDO...por tanto para ela continuar "normal" ele tinha de lhe dar outros complementos para isso...e temo que esta perda de memória de hoje seja a primeira...porque o organismo vai percisar desses complementos.
-Então e se ela os voltar a tomar?
-É impossível saber quais são...
-Então vou voltar a ser amnesica!?
-Não sei. Isto é diagnóstico sem bases sólidas. Vou ter de fazer exames ao teu sangue...e ver o que consigo.
-Obrigado. Nós vamos andando. Quando isso estiver pronto liga me.
Sai do consultório como um furacão.
Rápida.
Fria.
Num remoinho de pensamentos.
Numa confusão!

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