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Reviravolta|Novo lar.

-Esta é a tua nova casa.
-Ham?
-Sim. Como é óbvio não podes ir para o teu apartamento para esse homem não te apanhar...por tanto vais ficar em minha casa...provisoriamente.
-Então contínuo presa?
-Não. Quer dizer sim...mas ... é só até perceber as coisas.
-Ok.
-Sabes que mais acho que vou ligar à Sindi para ela vir falar contigo. Ela vai saber melhor o que dizer que eu...
-Ok.
Pegou no telemóvel e ligou lhe dizendo para vir rápido. Depois ligou a televisão para eu me poder atualizar.
-Posso fazer te uma pregunta?
-Claro diz.
-Achas que vou poder voltar ao meu estudo?
-Espero que sim. Seria uma grande descoberta. E era o que tu querias muito mesmo.
-É pena eu não me lembrar...
-Não te preocupes! A gente vai achar uma solução.
-Tu namoravas mesmo comigo?
Ele parou e olhou para mim, depois sentou se meio que pensativo.
-Bem não era oficial por causa do trabalho...mas se me preguntares se te amava...-suspirou - se te amo...claro que sim.
-Tu...tens fotos nossas ou assim?
-Não...não podiam haver provas percebes?
-Que pena...
-Tu...sentes alguma coisa por mim?
-Não sei...és uma pessoa completamente nova para mim...eu não te conheço...Desculpa.
-Não a culpa não é tua...-notava se que estava desapontado- eu vou à casa de banho a Sindi deve estar quase a chegar.
Depois de sair da casa de banho não disse mais nada. Andava de um lado para o outro e por vezes desaparecia. Eu estava muito confusa e sentia me culpada. Como é que eu conceguia ser tão fria?! Quer dizer se ele gosta de mim não lhe devia ter dito aquilo certo?! Mas ao mesmo tempo... é essa a verdade.
-A campainha toca-
O Nelson vai à porta e deixa entrar uma rapariga de cabelos muito escuros e roupas combinar com o mesmo. Olhou para mim e correu a abraçar me dizendo :
-Lucy! Meu Deus não imaginas como eu estava sabendo que estavas amnesica e com um maluco qualquer!
-Lucy...
-O que foi?
-Foi a maneira como disses te.
-A sério? Como é que estás! ?
-Bem.
-Que bom.
-Então e de que é que me vais falar?
-De tudo! De toda a tua verdadeira vida.
-Podes começar.
-Bem...tu nasceste numa pequena aldeia com os teus pais e irmã, mas o teu pai mudou de emprego e então vocês mudaram se para a cidade e tu vieste para a minha escola! Nós eramos super parecidas...até nos tratavamos por primas imagina...andamos a partir dai sempre nas mesmas escolas! Até que chegamos à faculdade...-riu se- foi ai que muitas coisas aconteceram e a gente conheceu o Nelson! Ficamos logo super amigos. Tinhamos os gostos muito parecidos e conseguimos os 3 entrar para a mesma empresa de investigação! -de repente ficou muito triste - quando desapareceste...foi horrível! Quando me disseram que estavas morta, eu recusei me a acreditar!  Eu sabia que não estavas morta! PROCUREI TE POR TODO O LADO! Mas depois disseram que encontraram o teu corpo... eu tive de aceitar porque à coisas que não se pode lutar mais...
-Foi aí que ela mudou a cor do cabelo e das roupas...não imaginas como ficou devastada.
-Tu eras como uma irmã para mim!- comessou a chorar.
-Então Sindi? Que é isso!?
Levantei me e abracei a. E depois disse:
-Já aqui estou. Eu prometo que não volto a desaparecer!
-Desculpa Lucy.
-Não faz mal Sindi.
Depois ela mostrou me fotos e vídeos nossos. Roupas e coisas que fazíamos. Contou me que viviamos juntas e tudo!
-Não imaginas!- riu se- quando tinhamos uns 12 anos, faziamos assim muitos videos e ouve uma vez que eu tinha uma estátua nua em casa e nós a partir disso inventamos a religião da Santa Nua.
-O quê! ? -ri me- uau nós eramos mesmo parvas-ri me mais.
-Sim...sempre foste a minha melhor amiga...uma irmã que eu nunca tive.
Nelson abriu a porta da rua e disse que ia a um restaurante buscar comida.
-Lucy...posso fazer te uma pergunta?
-Sim diz.
-Tu...lembras te que namoravas com o Nelson?
-Não. Tive um flach back...mas nem lhe vi a cara...
-Mas...tu sentes alguma coisa por ele?
-Não.
-Não? Como assim não! ?
-Não sinto nada...eu...não o conheço...ou conheço mas...não me lembro...
-Ele ama te.
-Pois...
-Ele também sofreu muito com a tua suposta morte...mas ainda por cima não podia demonstrar...cheguei a pensar que ele se ia matar...acho que só não o fez...por ti.
-Por mim?
-Para completar o teu sonho. Passou dia e noite naquele laboratório...
-Isso ainda me deixa a sentir mais culpada!
-Pelo quê?
-Por não gostar dele dessa maneira. Acho que desenvolvi sentimentos pelo...
-Não!
-Sim...-baixei a cabeça.
-Esse monstro raptou te! Mentiu te! Prendeu te! Apagou toda a tua vida! Mas estás parva!
-Estou. Mas do pouco que me lembro é tudo com ele...e são momentos tão bons...que...eu não sei se gosto dele! Mas não o consigo esquecer!
-Tu...tens de consultar um psicólogo.
-O quê! ? Não !
-Lucy! Tu passas te por uma situação dramática! Uma coisa séria! Isso não é uma coisa passageira é uma coisa que nos marca! Esse monstro até te pode ter violado! ELE FEZ DE TI UM OBJETO!
Sindi parecia estranhamente alterada e perturbada.
-Sindi...à alguma coisa que me queiras contar!?
-O quê?Não....a...nõ...passa...na...da....aaaa...o..comer nunca mais chega não estás com fome eu estou hahaha!
-Não...! Tu fostes...violada...Sindi?
Ela fechou os olhos. Depois abrios e levantou-se rapidamente e foi até à janela. Ficou ali. Muito distante. E dos seus olhos começaram a sair lágrimas quase secas e silenciosas.
-Foi no dia...em que me disseram que tu tinhas morrido. Eu fiquei...muito alterada e fui até um bar...bebi...eu nunca tinha BEBIDO ÁLCOOL NA MINHA VIDA! Fiquei bêbada! ESTÚPIDA! ESTÚPIDA!
Levantei me e fui até ela.
-Calma Sindi. Tu não tens culpa de nada...
-TIVE! SE NÃO TIVESSE FICADO BÊBADA EU NÃO ME TINHA CRUZADO COM AQUELE MONSTRO!
-Não sabes...esses nojentos...
-Sai do bar. E desci as escadas. Quando estava a cruzar a rua antes da, da minha casa...FUI PUXADA PARA DENTRO DE UM PRÉDIO ABANDONADO E...! AQUELE CABRÃO ELE...!
Sindi pegou na jarra que estava em cima de uma mesinha e mandou a ao chão.
-Deitou me. Obrigou me. Beijou me. Magou me! Mudou me...- deichou se cair em sima dos cacos da jarra e começou a chorar.
-Que horror...não imagino o quão horrível isso deve ter sido...
-Porque não tens memórias.
-O quê! ?
-Sim. Não te lembras de nada. Esse tornou se o meu sonho.
-Ficares amnesica? ! Não sejas parva!
-Apagar aquela noite. Apagar aquelas horas. Apagar aquela cara. Apagar aquelas dores. APAGAR AQUELE MONSTRO.
O chão comessou a ficar vermelho.
-Estás a sanguerar Sindi.
A porta abriu se. Era Nelson.
-Que raio se passa aqui!
-Nada Nelson. Fui eu que parti a jarra porque escorreguei na carpete e olha...agora estou a percisar de uns pensos. Vai buscar por favor. Rápido?
-Claro.
Nelson saio da sala.
-Não lhe contes. Ele não sabe de nada.

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