Capítulo 10: O surto da Charlie

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Niall's POV

- Posso falar com você? - Toquei o ombro de Cassie para desviar sua atenção da conversa animada que tinha com outras garotas no corredor externo do prédio das salas de aula.

Cassie virou-se para mim com um sorriso no rosto, mas logo desfez o gesto, colocando ali um olhar duro e acusador.

- O que é? - Perguntou quando as meninas se despediram rapidamente e saíram de perto de nós. Algumas pessoas nos lançavam olhares curiosos, como se soubesse do que se tratava a aproximação.

- A gente pode dar uma volta? - Pedi gentilmente.

- Primeiro você me diz do que se trata. - Cruzou os braços.

- Você sabe do que se trata. - Garanti.

Ela tomou um ou dois segundos para ponderar e finalmente decidir. Por fim, guardou sua bolsa no armário, indicando que aceitara meu pedido.

- Como ela está? - Tomei coragem para perguntar depois de um minuto de caminhada silenciosa em direção ao lago. Olhei de soslaio para Cassie à espera de sua reação, mas nunca veio. Ela mantinha o rosto impassível e indecifrável.

- Está melhor. - Foi o que disse.

- O que houve com ela?

- O que houve com ela? - Perguntou num tom quase ofendido. - Você houve.

- Cassie... - Deixei a frase morrer no ar, sem conclusão.

- Honestamente, Horan, não sei nem como tem coragem de querer falar comigo.

- Eu precisava saber como ela está! E nós dois sabemos que você não é do tipo que guarda rancor.

Ela soltou uma risada seca.

- Você não sabe nada sobre mim.

- Cassie...

- Aliás, você também se aproximou de mim só para chegar à Charlie ou o que?

- Você não teve nada a ver com isso. - Prometi, mas ela não esboçou reação alguma. - Eu realmente só queria saber como ela estava. E ver se ainda tenho alguma chance de ainda ser seu amigo...

- Sabe qual a pior parte, Niall? - Ela parou de andar assim que chegamos à cerca que contornava o perímetro do lago. Virou-se para mim. - Ela realmente gostava de você.

- Sério?

- Sim. E eu nem sabia disso. Eu nem fazia ideia do quanto era. E, Niall, eu sou a primeira a lhe dizer para nunca colocar sua felicidade nas mãos dos outros, não é responsabilidade deles como você se sente, mas, agora, eu não consigo repreender a Charlie de jeito nenhum porque foi você quem agiu de má fé desde o início, você nem se preocupou com os sentimentos dela! Ela não devia ter se apegado tanto, mas, como não? A primeira coisa boa em cinco anos! Você foi tão injusto! Nada disso foi justo! Vocês podiam ter mexido com qualquer uma, mas vocês escolheram a pessoa que nunca deu motivos para qualquer sacanagem de qualquer tipo.

Ela terminou de falar abruptamente, puxando o ar com força, juntou as mãos no rosto, como que se segurasse muito para não me bater ou algo do tipo. Coloquei as mãos nos bolsos da calça, extremamente desconcertado.

- A Charlie vai te perdoar, eventualmente. - Ela continuou, sem olhar para mim. - É, ela é legal assim.

Não disse mais nada e se afastou de mim.

Respirei fundo, tentando pensar no que havia acabado de escutar da garota. Ela realmente ficou chateada com aquilo – pelo menos ela não quebrou nada meu.

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