Capítulo 14: Aniversário da freak!

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   Summer's POV

O despertador tocou as 8:20 da manhã de segunda-feira. Não relutei em acordar, e tampouco meus olhos estavam pesados. Eu estava disposta o suficiente naquela manhã. Peguei o celular de baixo do travesseiro, o desconectando do carregador e desligando o despertador que fazia o aparelho vibrar. Era vinte e um de janeiro, a tela do celular me dizia. Mas aquilo eu já sabia.

Teste de física, uma notificação das tarefas também avisava na tela, juntamente com a temperatura: 2 graus na cidade de Carlisle, Reino Unido.

Respirei fundo, soltando o aparelho e virando na cama, passando as mãos nos olhos e os coçando antes de me levantar, me livrar dos cobertores e sentar na ponta da cama. Charlotte não estava mais no quarto, e sua cama estava perfeitamente estendida.

Levantei, calçando os chinelos, e fui fazer minha higiene. Eu tinha tempo, e pretendia tomar um calmo café da manhã naquele dia. Saí do banheiro depois de escovar os dentes e passar uma água no rosto, e peguei um par do uniforme, tirando minha roupa e vestindo a camisa social branca de manga comprida, uma meia xadrez de fio oitenta, um suéter, a saia, e, por fim, um sobretudo preto. Calcei, sem pressa, o par de sapatilhas pretas e peguei um grampo que encontrei no fundo da minha gaveta da cômoda, enrolando apenas a camada de cima do cabelo em um coque e o prendendo, para tirar do rosto. Eu já havia acostumado com aquele uniforme, observei enquanto pegava minha mochila do chão ao lado da cama, a colocando em cima do colchão e abrindo, para conferir o que havia dentro dela. Tirei um caderno de lá e guardei na cômoda, puxando de lá o caderno de física e o colocando na mochila também, eu precisaria daquele. Fui até a cama e puxei um pouco a cortina da janela, espiando para fora. A vida social do St. Bees já havia começado, e as pessoas no pátio fazendo barulho confirmavam isso.

A movimentação no pátio era bastante intensa para o frio que estava fazendo lá fora, pude perceber ao fazer o caminho até o refeitório no bloco C. Isso era porque o dia, apesar de não muito colorido, também não estava chuvoso, o que era um bônus para uma segunda-feira.

Adentrei o refeitório que estava um pouco vazio àquele horário e fui para a fila, pegando uma bandeja e colocando nela dois pratos pequenos. Havia apenas duas garotas na minha frente, então foi rápido. Peguei duas fatias de pão torrado, dois pedaços de queijo, um muffin com gotas de chocolate que tinha uma cara boa e pedi uma xícara de café preto, passando a mão em um sachê de açúcar no final da mesa de comidas em meu caminho para encontrar um lugar para sentar. Acabei parando em uma mesa próxima dali, um pouco próxima da porta, mesmo, e longe de qualquer outra pessoa que estivesse lá dentro.

Depois de sentar e começar a comer, em algum momento minha mente viajou para longe, e logo eu estava pensando em como era boa aquela sensação de comodidade da qual eu estava experimentando naquele momento. Quietude, tranquilidade, paz, e uma xícara fumegante de café. Aquilo era bom. Era bom não precisar me preocupar com nada. Apesar de tudo, eu estava me permitindo aproveitar da tranquilidade que minha vida estava. Nada parecia estar correndo errado desde a mensagem que recebi no natal.

Peguei a xícara a levando à boca, e ao sentir o aroma do café forte em contato com minhas narinas e encostar os lábios na borda da porcelana, fechei os olhos sentindo aquele sabor.

A música estava alta, as paredes da casa pareciam tremer com a batida descompassada daquele som alternativo, que parecia entrar feito uma onda do mar em meus ouvidos e balançar meu cérebro, me fazendo viajar. Não era bem a música que estava me fazendo viajar ali, eu sabia, mas aquele som parecia ajudar naquilo. Olhei meu reflexo no espelho em frente à pia e passei os indicadores molhados embaixo dos olhos, limpando o excesso de maquiagem preta dali, e tentando me livrar da palidez ao jogar um pouco de água no rosto. Eu parecia mal, mas estava firme e forte. Não planejava terminar aquela noite mal.

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