Capítulo 20: Festinha

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Summer's POV

As vozes começaram a surgir de leve em minha cabeça, misturando-se com alguma parte da minha inconsciência e formando frases e imagens distorcidas, que não tinham sentido, até que consegui começar a separar algumas coisas.

- ... Ela acabou com meus calmantes e agora...

- Será que a gente deve chamar alguém?

Franzi o cenho, era difícil me mexer, eu me sentia como uma âncora.

- Charlie. - Murmurei, ao reconhecer a voz dela.

- Sam. Sam? - Alguém tocou minha testa e virei o rosto, levando a mão aos olhos, fazendo um esforço para abri-los e sentindo a realidade me puxar junto com a luz do dia. Já era dia? Eu nem lembrava de ter dormido.

- Hmm.

- Sam.

Pisquei algumas vezes e consegui finalmente encontrar de onde vinha a voz. Louis estava ajoelhado ao lado de minha cama, olhando para mim com um semblante preocupado. Me ajeitei na cama e o olhei estranho. Depois percebi a presença de Charlie, de pé ao lado dele, me olhando com os braços cruzados.

- O que tá rolando?

- Você perdeu as primeiras duas aulas.

- Ah... - Procurei por meu celular debaixo do travesseiro e olhei a hora nele; já eram quase onze. - Merda.

Fiz mais um esforço para me sentar, minha cabeça pesava vinte quilos. Esfreguei as mãos no rosto e olhei para Charlie, ainda parada no mesmo lugar.

- Você voltou.

- Bem notado. Você tomou todos os meus comprimidos.

- Bem notado. – Devolvi, abaixando o rosto de novo. A claridade estava incomodando. - Você devia ter aos montes onde estava.

- Você tomou todos. De uma vez.

- É claro que não. - Fiz uma careta e os olhei. - Eu estou acordada, não estou?

- Quantos você tomou? - Louis perguntou, a voz mais séria do que de costume. Ah, lá vem.

- Três. Ok? – O olhei, impaciente. - Foi só uma questão estética. Um era pouco. Se eu tomasse dois só restaria um, lá, sozinho. - Levantei a mão, assentindo para o banheiro.

- Essa é a desculpa mais ridícula que eu já ouvi. - Charlie disse, e quase reclamei que preferia Lola de volta, mas não quis brincar com aquilo agora; talvez ainda fosse muito cedo.

- Não é uma desculpa, eu não tenho porque inventar desculpas para vocês! - Levantei as mãos no ar. - Será que dá para só-

Em um momento de raiva, joguei os cobertores para o lado e me coloquei de pé de uma vez só. Que inferno, já acordar com gente fazendo perguntas e suposições em volta! Eu só queria um pouco de paz. No entanto, como que para fazer minha irritação apenas aumentar, meu corpo estava mais pesado do que eu imaginava e me desequilibrei, empurrando Louis e o fazendo ter que me segurar para não cair.

- Sam, vamos-

- Eu estou bem! - Me livrei das mãos dele, grunhindo, e passei por Charlie indo em direção ao banheiro. Eu podia sentir, mesmo sem ver, o olhar que os dois trocaram.

Parei antes de entrar no banheiro e os olhei.

- Os meus terminaram, e os seus estavam prestes a vencer, e você não estava aqui, e eu não posso sair! - Disse a Charlie. - Assim que arrumar um jeito de sair eu compro e te devolvo, não se preocupe.

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