O Alquimista e o Espadachim

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Após a partida do Lobo Cinzento, o grupo ficou sem direção; depois de muito pensar e devido a precisarem de dinheiro, Isen decidiu viajar com seu grupo até a cidade de Porto Azul, uma grande cidade do reino de Zaldor, famosa por ser o maior polo naval do reino, tendo até mais comercio e trafego marítimo que a própria capital. Isen esperava que pudessem achar algum direcionamento naquele lugar, ou ao menos trabalhar como mercenários para poder sobreviver.

Após esses meses de viagem atravessando o país, Zenon já estava do tamanho de um lobo. Isen o levava para caçar todas as manhãs, assim ele poderia se exercitar e se alimentar com frequência. Melphim treinava sua piromancia todos os dias, buscando sempre aprimorar suas magias e seu treinamento intensivo permitia que já gerasse o próprio fogo.

Depois de uma demorada viagem, eles finalmente chegaram a Porto Azul. A cidade era grande, se estendia ao longo de uma baia. Assim como muitas cidades, ela era dividida em distritos. Um distrito comercial, onde se localizava o comercio em geral. O distrito residencial, onde estava a maioria das moradias. O distrito portuário, onde ficavam aportados inúmeros navios e um forte. E por último o distrito nobre, que se localizava na parte mais alta ao lado sul da baia, onde as ruas serpenteavam entre os morros exibindo casas luxuosas de comerciantes ricos e o palácio do barão, uma bela construção na parte mais alta dos morros, onde era possível ver tanto a cidade quanto a baia por completo. A maioria das construções era feita de uma mistura de vigas de madeira com blocos de pedra e não passavam dos dois andares. A cidade foi nomeada Porto Azul devido a tradição dos moradores decorarem seus telhados com azulejos e telhas azuis.

Estava difícil achar quartos para alugar, já que com o grande crescimento no comercio a cidade estava sempre cheia, principalmente com pequenos comerciantes e caravanas. Após procurar bastante, o trio se deparou com a última estalagem da cidade. A Espada Quebrada era uma taverna de qualidade razoável, tinha dois andares apenas e tinha quartos grandes o suficiente para grupos de viajantes.

Os três estavam à porta lendo uma placa de madeira com as regras da taverna.

-Segundo as regras, animais de médio porte, como cães, podem entrar desde que não sejam agressivos. -Disse Melphim.

-É, pelo visto você vai passar a noite debaixo da minha cama rapaz. -Disse Isen olhando para Zenon.

O Smilodon estava agora tão grande quanto um lobo, sua pelagem negra e seu corpo musculoso o deixavam esbelto e belo. Suas orelhas eram pequenas e arredondadas como as de uma pantera, seus dentes de sabre eram intimidadores e seus olhos vermelhos deixavam sua expressão difícil de ler, embora Isen pudesse o fazer com naturalidade.

Zenon olhou para Isen levantando o corpo e levantou as orelhas rapidamente como se estivesse feliz pela notícia. Smilodons eram famosos por serem inteligentes, embora a espécie estivesse quase extinta. Conseguiam ler nitidamente a linguagem corporal dos outros seres.

-Certo Melphim, tenho uma ideia e já é quase a hora da janta. Por que você não vai alugando nossos quartos enquanto eu compro a comida? -Sugeriu Isen. -Gwyneth pode aproveitar e procurar um mapa da cidade para nós.

-Por que não comemos na taverna? -Perguntou Melphim.

-A comida da taverna fica mais cara quando está fora do horário em que servem as refeições, e cá entre nós, estamos com pouco dinheiro. -Explicou Isen.

-Entendo. -Disse Melphim, olhando decepcionado para os próprios pés.

-Eu vou logo rapazes. -Disse Gwyneth, deixando a mochila com Melphim e desaparecendo na noite.

O Cavaleiro das FerasOnde histórias criam vida. Descubra agora