Dulce: pode me agradecer depois. – disse rindo, se referindo ao fato de me tirar do falatório de Lucas. – te acho muito corajosa em vir ficar sozinha em outro país.Anahí: ah, estou acostumada com isso, minha sobrinha é igual a ele, mas é menina. – disse rindo- foi uma ideia louca que eu tive. – sorri.
Dulce: tem irmãos? – questionou surpresa, acho que não mencionei isso.
Anahí: tenho uma irmã, mas ela não mora comigo. – sorri. – já é casada, tem uma filha e tudo isso.
Dulce: ai que tudo. – disse sorrindo. – deve ser estranho pra você ficar falando outra língua.
Anahí: no inicio vai ser mais complicado, porque tenho que falar o tempo todo e isso eu não estou acostumada. – sorri. – mas com a prática acho que logo estarei me sentindo em casa, literalmente.
Dulce: farei o possível para que se sinta. – sorri pra ela, já adorando essa nova 'irmã'.
Dulce me mostrou o restante da casa, depois voltamos a sala, onde conversei mais um pouco com todos.
Anahí: será que eu posso ligar para minha mãe? – pedi sem jeito. – só para dizer que cheguei bem.
Ruth: É claro que sim. – me entregou o telefone. – sabe como ligar? – assenti.
Anahí: muito obrigado. – sorri, colocando o telefone na orelha. – Alo... – meus olhos marejaram quando ouvi a voz de minha mãe. – está tudo bem mãe, adorei todo mundo aqui. – sorri, me sentindo bem em falar português novamente. – deixei uma lágrima cair.- também já estou com saudade. – respirei fundo. – manda um beijo pro pai e diz que escreverei um email pra ele, não quero gastar muito em telefone. – mordi meu lábio inferior. – eu também te amo mãe, beijos. – desliguei, ainda chorando, Dulce veio me abraçar.
Percebi que todos estavam sem reação, me obriguei a trancar as lágrimas e sorrir.
Anahí: desculpem por isso. – pedi.
Ruth: oh, meu amor, não precisa se desculpar. – sorriu. – sempre que precisar de um abraço pode contar com qualquer um de nós.
Assenti e agradeci, ficamos conversando sobre coisas banais, enquanto jantávamos. A meia noite, Dulce e eu já estávamos deitadas em seu quarto, no beliche, quando escutamos uma discussão vinda do andar de baixo.
Ruth: Eu só te fiz um pedido Alfonso, um único pedido e tu não cumpriu. – disse com magoa na voz.
Alfonso: não enche, não to com saco pra escutar sermão. – falou debochado.
Ruth: fique quieto. – mandou irritada. – eu avisei a semana toda que não era pra ti sair hoje. – quase berrou. – tu sabia que íamos buscar Anahí.
Alfonso: ta, ta agora já era. – disse sem dar muita importância.
Ruth: está com cheiro de cigarro Alfonso. – disse a ponto de chorar. – eu te pedi tanto pra largar essas drogas. – gritou. – mas é claro que tu não me escuta, a maior prova foi dada hoje, eu exigi uma única coisa e tu não fez e nem foi algo tão impossível, só queria que nos acompanhasse no aeroporto.
Alfonso: CHEGA. – berrou. – estou nem ai pra Brasileira, eu tenho uma vida antes de me importar em buscar ela, então se acalma. – disse severo, me deixando assustada. – e não começa de drama por causa disso ou do cigarro ou do que quer que seja.
Ruth: não dá pra acreditar em você. – disse magoada. – vou te dar um aviso Alfonso, se tu a tratar mal, a nossa conversa será outra.
Então tudo que se ouvia eram passos fortes subirem as escadas e uma porta batendo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O intercâmbio AyA
RomansaNão sei exatamente em que momento decidi que queria viajar, conhecer o mundo, se foi nas aulas de língua estrangeira, onde aprendia um pouco mais sobre a cultura dos diferentes países ou se foi quando me dei conta de que estava crescendo e logo não...