fix us

3.9K 409 757
                                    

        Aquela altura do dia, eu assistia a escuridão da madrugada ser tomada pelos primeiros raios solares através da janela de meu quarto porque eu simplesmente não havia conseguido dormir.

       Eu estava ansioso, meus dedos coçavam em nervosismo e minha mente não descansava um segundo sequer.

       Passei os olhos pelo meu criado-mudo e puxei meu celular de lá, levando-o até a frente do meu rosto e analisando as horas uma última vez. 5:25am. Droga, Minho já deveria ter me ligado, nós havíamos combinado que ele apareceria aqui com as flores às 5:30am! Apesar disto, decidi dar mais algum tempo à ele enquanto me arrumava.

       Corri para o banheiro e tomei o banho mais rápido de minha vida, vesti uma jeans preta justa e um suéter cinza que costumava ser de Thomas até eu decidir roubá-lo para mim. Decidi não usar nada nos pés, afinal, eu não pretendia sair de casa naquela manhã, mas como se para completar a minha aparência, banhei-me com o perfume predileto de Thomas. Eu queria agradá-lo, e me esforçaria ao máximo para conseguir.

       Já pronto, direcionei-me ao primeiro andar de minha casa e fui as pressas até a cozinha apenas para certificar-me de que mamãe estava cumprindo com sua parte do acordo. E ela estava.

       Em cima da mesa redonda podia-se ver um vaso de cristal vazio e duas duplas de pratos de porcelanas dispostos ali, enquanto ela finalizava a refeição que seria servida.

       - Eu te amo, mamãe! - exclamei contente, deixando um beijinho em sua bochecha.

       - Eu sei. - ela resmungou convencida, e antes que eu pudesse rebater sua audácia, ouvi duas batidas fracas na porta.

       Meu coração quase saiu pela boca.

       Andei depressa até a porta, com o coração agitado e inquieto, e quando a abri tive a felicidade de deparar-me com um Minho sorridente, mesmo que sua cara de sono demonstrasse para quem quisesse ver que o seu humor matinal não era um dos melhores do mundo.

       - Onde elas estão? - perguntei animado e ele limitou-se em apenas apontar com um dos dedos na direção da van enorme estampada com o logo da floricultura no final da rua, estacionada em frente à minha casa.

       E então, os preparativos começaram.

       Eu, mamãe e Minho corríamos contra o tempo.

       Eram 5:40am, isso queria dizer que tínhamos vinte minutos até que Thomas acordasse, e cinquenta até que ele decidisse sair de casa.

       A primeira coisa que fizemos fora o corredor de pétalas de Ciclames Vermelhos, que saía exatamente da porta da casa dele e levava-o até a porta da minha, em seguida, o corredor tinha continuidade, levando-o para dentro de minha casa. Se Thomas o seguisse, ele passaria pela sala, onde ele se depararia com vários buquês de Ciclames e também com várias de nossas lembranças, em forma de presentes, ursinhos ou apenas fotos, e depois, ele seria levado para a cozinha, onde eu estaria esperando-o com um buquê gigante em mãos e algumas flores avulsas sobre o vaso de cristal que mamãe deixara sobre a mesa.

       Depois de vermos que as pétalas já cobriam toda a área da calçada necessária, e também parte da minha sala e cozinha, nós começamos com os preparativos internos. Os buquês, as fotos, os presentes, e até mesmo os doces preferidos de Thomas que mamãe havia preparado com todo o amor.

       Acho que em toda a minha vida, eu nunca estive assim, tão ansioso e tão grato pela ajuda que eu recebera de minha mãe e Minho. Eu estaria em uma dívida eterna com eles dois.

Fix us //NewtmasOnde histórias criam vida. Descubra agora