FANTASMAS

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Digamos que as últimas horas não foram muito agradáveis para nosso herói. Embora, não tenha sentido nenhum tipo de dor, Daniel não parou de gritar um minuto sequer.

Bem... Vamos aos detalhes.

Ezequiel não matou Daniel (mas eles quis muito)...

A causa dos gritos de Daniel...

Fome.

Ezequiel não alimentou nosso futuro herói?

Não...

Daniel não quis comer...

O porquê...

   - Vai embora.
   - Por que me trata assim, Daniel. Sou tão bonzinho. - Ezequiel sorri.
   - É um pesadelo... Eu estou sonhando... - Daniel começa uma frenética e inútil busca pela realidade, se beliscando como um louco.
   - Bem, se isso vai fazer você se sentir melhor. Então, vá em frente. - Ezequiel sai e deixa Daniel sozinho novamente.
Ao subir as escadas destruídas e chegar na sala mais destruída ainda, Ezequiel sorri para sua visita.
   - Como está?
   - Muito bem. Embora, ele esteja demorando demais.
   - Tentei entregar o pacote à ele, mas ele continua insistindo que isso é um sonho. - Ezequiel se senta no velho sofá, baratas e ratos saem do estofamento mofado.
   - Tenho pouco tempo, se ele não se apressar...
   - Não se preocupe, ele vai fazer. Vou sair do caminho dele.
   - E pra onde vai?
   - Talvez para a escola. Fiquei sabendo que seus amigos fizeram um excelente trabalho lá.
   - Sua família...
   - Não, eles não são minha família. Nunca vão ser. Por isso preferi a morte. Pensei que tivesse me entendido.
   - Eu entendo. Desculpe, mas... - A visita se cala. Talvez não queira tocar mais no assunto. Então, se levanta e caminha até a porta. Mas antes de sair, se vira novamente para o fantasma. - Antes de ir, tenha certeza de que ele não deixe o trabalho.
   - Pode deixar. - Ezequiel sorri.

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