-Que bom que chegou minha filha! - Mamãe disse a me ver.
-Oi mãe! - Eu dei um beijo em seu rosto.
-Lucy, precisamos conversar. - Ela estava séria.
-O que aconteceu? - Eu me sentei ao seu lado.
-Vamos nos mudar... - Ela suspirou.
-Mas pra onde? - Eu estava completamente confusa.
-Vamos morar com a sua tia Clarissy. Você não gosta dela? - Ela me olhava com esperança.
-Eu gosto mãe e muito - Eu suspirei - Mas minha vida está aqui. Minha avó, meus tios, meus amigos... Eu posso escolher não ir? - eu disse impaciente.
-NÃO! - Ela gritou - Você não tem essa escolha.
-Eu não quero ir... – Suspirei.
-Sua avó já está velha minha filha... Pelo menos na sua velhice precisamos deixá-la descansar. Vocês já têm 17 anos. Precisam entender e me compreender. - ela falou tristemente.
-Se você me contasse quem é meu pai não seria necessário morarmos com a tia Clarissy, mas com ele... Talvez ele nem saiba da nossa existência. - Eu disse séria.
-De novo esse assunto Lucy? Troca o disco... - Ela parecia triste. - Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Mesmo que você soubesse quem é ele vocês ainda morariam comigo. Não sei viver sem vocês dois.
-Desculpe mãe, não foi isso que quis dizer. - Eu suspirei profundamente. - Mas como o Scott reagiu?
-No começo não muito bem, mas depois achou a idéia ótima, pois iria reconstruir a vida e conhecer umas gatinhas, segundo ele. - Ela sorriu.
-Tudo bem mãe. Eu vou. - Eu forcei um sorriso e ela deu um largo sorriso. - Mas com uma condição.
-Qual? - Ela me olhava desconfiada.
-Que eu arrume um estágio ou qualquer coisa assim. O que não dá é pra ficar parada. - Eu sorri.
Ela me deu um longo abraço.
-Eu te amo tanto minha menina! - Ela sussurrou.-Também te amo mãe! – Eu não consegui me conter.
Ela me disse que partiríamos na manhã seguinte às 7h. Eu achei cedo, porque queria me despedir de todo mundo, mas acabei aceitando a idéia sem reclamar, já que sabia que mamãe só estava ali porque havia engravidado de gêmeos. Para mim essa mudança até que seria boa. Alguma coisa me dizia que a tal mudança podia mudar minha vida e eu esperava que fosse assim. A tarde passou rapidamente e, assim como eu, Scott já havia se despedido de seus amigos porque pela manhã não seria possível. Os familiares se despediriam de nós apenas na hora de partirmos. Logo anoiteceu e fomos dormir.
Sonhei com o papai que dizia que tudo ia ficar bem e que jamais soubera da nossa existência, porque se soubesse teria ido atrás da gente, porém no sonho eu não via o rosto dele. Acordei com um renovo na minha vida e um novo objetivo: eu iria encontrar o papai; mamãe querendo ou não.
-Bom dia! - Vovó disse assim que entrei na cozinha.
-A sua bênção vó! - Eu disse a abraçando.
-Deus que te abençoe querida! - Ela me apertou mais nos seus braços.
-Vou sentir falta disso... - Eu disse suspirando.
-Vai ficar tudo bem minha Lucy... - Ela acariciava meus cabelos.
-Você vai me visitar? - Eu perguntei a encarando.
-Claro que vou! - Ela sorriu - Não vai viver livre dessa velha tão cedo!
-Obrigada por tudo vó! - Eu disse me segurando para não chorar.
-De nada minha bonequinha. - Ela estava com um sorriso muito largo no rosto.
Antes que pudéssemos falar mais alguma coisa Scott e mamãe entraram pela porta eufóricos.
-Chegamos! - Ele disse vindo em nossa direção.
-Onde estavam? - Eu perguntei os olhando.
-Bem... Fomos comprar algumas coisas, já que a viagem será longa. - Mamãe disse sorrindo.- Eu sei que vai ser uma mudança e tanto Lucy, mas você vai gostar. – Ela continuou falando. - Vai te fazer bem respirar novos ares e a Clarissy está muito animada por estarmos perto.
-Eu sei... – suspirei. - É que vou sentir falta daqui. Onde eu cresci e tive meus melhores momentos.-Isso não é um adeus... - ela disse se aproximando - Voltaremos logo e a sua avó vai nos visitar.
-Tudo bem... - eu me dei por vencida.Não demorou muito para mamãe colocar as coisas no carro e óbvio que o tio Luiz chegou primeiro. -Minha princesinha vai embora... - ele disse me abraçando - Vou sentir saudades. -Também vou tio... - eu o apertei forte - Principalmente dos seus ciúmes.
-Já disse que são cuidados e não ciúmes... - Ele sorriu.
-E de mim? Não vai sentir falta não? - Scott entrou na conversa.
-Claro que vou! - ele abraçou meu irmão - Quem vai jogar bola comigo?
-Vão ter que arrumar outra pessoa. - Meu irmão disse sorrindo.
-Não vai ser fácil... - Ele riu.
-Vai sim! - Eu disse brincando e Scott me mostrou a língua.
-Venham cá... - Ele abriu os braços e eu e meu irmão nos aconchegamos neles - Vou sentir falta de vocês crianças, quer dizer, meus adolescentes...
-Também vamos sentir sua falta. - Dissemos praticamente ao mesmo tempo.
-Agora chega de choro... - Ele deu um leve sorriso - Quero que me prometam que vão se divertir.
-E eles vão se divertir! - Tio Otávio disse se aproximando de nós - Se eles não fizerem isso eu vou lá puxar as orelhas deles.
-Oi tio! - eu disse correndo para abraçá-lo.
-Oi minha menina! - Ele me apertou em seu abraço. - Não vá namorar ninguém, se não eu vou até lá quebrar a cara dele!
-Pode deixar! - Eu sorri.
Logo Scott se juntou ao abraço e mamãe também.
-Obrigada por tudo. - Ela disse para os meus tios.
-Não precisa agradecer! - Tio Luiz disse - Não podíamos agir diferente.
-Podiam sim, mas eu sabia que podia contar com vocês. - Ela sorriu em meio às lágrimas.
-Vem cá. - Tio Otávio disse abrindo os braços e ela se aconchegou neles. Logo tio Luiz se juntou a eles e ficaram os três abraçados.
Vovó logo apareceu e eu e Scott corremos para abraçá-la.
-Me prometa que isso não é um adeus!- eu disse por fim.
-Não é um adeus, meus meninos... - ela sorriu e notei que se esforçava para não chorar.
-Obrigada mãe... - mamãe se aproximou dela - por tudo.
-Hora de encarar a realidade não é, meu bem? - vovó disse a observando atentamente.
-Hora de parar de fugir do passado... - mamãe sorriu para ela.
Logo mamãe a abraçou forte e entramos no carro junto com um amigo do tio Luiz que nos deixaria no aeroporto. Até a casa sumir de nossas vistas eu e Scott demos tchau para a família que deixamos para trás...
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Meu pai é o meu chefe? | (COMPLETO NA HINOVEL)
Roman d'amour1° livro da série "Ponto de interrogação" O amor pode se manter aquecido por 17 anos? Nessa história vemos um pouco de como o amor verdadeiro pode agir quando os obstáculos aparecem Tudo o que Daphne Yale queria era ser feliz com o homem que amava...