O Despertar Da Raça

Estou estranha

Bem, a aula foi como sempre. Chata e sem graça. Cheguei em casa, e comecei a a subir os degraus e parei, ouvindo barulhos no andar de cima. Não podia ser meu irmão. Ele estava na faculdade. E não, não pode ser meus pais. Eles morreram num acidente de carro (eu ainda tenho pesadelos com essa noite trágica). Foi aí que eu vi ele, eu estava parada no meio da escada, assustada, em posição de ataque, por causa de um esquilo. Pelo Anjo! O que eu estou fazendo da minha vida? Com medo de um esquilo. Um simples esquilo. Sorri, me sentindo uma boba, entrei no meu quarto atirando a mochila ao lado da cama e me sentando na cadeira da escrivaninha, examinando-a, pensando em como ela estava bagunçada. Por Raziel, eu odeio ser super organizada. Eu estava me sentindo enjoada com os livros, cadernos e canetas jogados pela escrivaninha. Olhei para o quarto inteiro, estava tudo organizado, do jeitinho que eu gosto. Sorri para mim mesma e meu celular começou a tocar. Atendi.
- Alô - falei ainda sorrindo.
- Oi Helly . - logo reconheci a voz da Sophie.
- Oi! Precisa de alguma coisa? - perguntei roendo a unha.
- Preciso que você saia comigo. Tenho que conversar com você. -   Disse em um tom de voz animado.
- Tudo bem. Que horas? - pedi já procurando uma roupa no roupeiro.
- Hummm. 16:30 você tá livre?
- Claro. Vou só me arrumar.
- Tá bom. Eu passo na tua casa te buscar. Até.
- Okay. Até - falei desligando o celular e logo depois o jogando em cima da cama.
Acabei colocando um vestido

E um All Star preto de cano alto. Olhei a hora, já eram 16:25. Resolvi deixar meus cabelos soltos. Penteei, e olha que milagre ele estava ondulado! Sorri, peguei dinheiro e meu celular e ouvi batidas na porta.
- Já vai! - gritei e desci as escadas correndo, abri a porta e me deparei com uma Sophie superanimada .
- Ué. Qual o motivo desse sorriso de orelha a orelha aí? - perguntei encarando-a com um sorriso malicioso brincando em meus lábios.
- Não é qual, e sim quem. Eu tenho que te apresentar uma pessoa. - disse com um ar misterioso.
Para ser sincera, eu não queria conhecer ninguém no momento, mas não queria desanimá-la.
- Claro! Vamos lá! - falei falsamente animada.
Ela se agarrou no meu braço e me levou pela entrada da casa.
Eu morava com meu irmão num condomínio aberto. Meus pais haviam morrido em um acidente de carro dois anos atrás. Meu irmão estava na faculdade e praticamente lá, ou seja, eu morava sozinha na "mansão" e sou meio antipática foi com muito custo que Sophie e Henrique conseguiram conquistar a minha amizade e eu não estava afim de conhecer pessoas novas. Sophie estava querendo que eu me enturmasse à algum tempo, Henrique era totalmente a favor. Pelo Anjo! Estava armando um complô conta mim! Que isso!
- Helly! Helly! Meu Deus! Hoje você tá mais avoada que o normal! - repreendeu-me Sophie com humor. A felicidade estampada em seu rosto.
- Desculpe-me, o que você estava me dizendo? - falei sentindo minhas bochechas esquentar em mais que o normal. Ela tinha razão, eu estava realmente perdida em meus pensamentos, não que nos outros dias não estivesse, mas hoje eu me superei.
- Bem, eu estava falando, que eu ia te apresentar uma pessoa. - disse suspirando e me olhando exasperada. Até que um sorriso malicioso brincou em seus lábios vermelhos como sangue e um olhar mais malicioso tomou cinta de seu olhar que antes era sereno. - Um garoto. - pronto, agora, além de ela querer que eu faça mais amizades, ela ainda quer virar meu cupido. Que beleza.
- Hey! Você me disse que era pra conhecer uma pessoa, não um garoto! - falei fazendo cara de brava.
- Lógico! Se eu tivesse te contado que era um garoto, você viria? - respondeu fazendo biquinho.
- Qual o problema de vocês? Por qual motivo vocês querem que eu conheça pessoas novas se eu não quero!? - falei já com um tom irritado na voz, estava pita da vida, eles não podiam escolher o que aconteceria na minha vida ou quem eu conheceria durante ela!
- Desculpa se nos importamos com você! - ela suspirou, se acalmando - Olha, só, só tenta, ta bom? Se você não gostar dele, poderá ir embora se quiser. Só dá uma chance pra ele. Por favor. - falou me olhando nos olhos. Aquela altura já estávamos paradas no meio da calçada, sendo observadas por olhares curiosos. Eu sentia o cheirinho do pão e dos biscoitos sendo feitos. Sentia o cheiro das frutas da feira. O doce cheiro das rosas, azáleas, das folhas úmidas do parque, e.... Espera! A padaria focava perto da minha casa, a cinco quadras de distância, a feira, perto do mercadão, a aproximadamente dez quadras e o parque ficava do outro lado da cidade, por que diabos eu sentia o cheiro de todos esses lugares, de tão longe? Pisquei várias e várias vezes, afim de tirar-me do transe, que eu nem notei ter entrado. Respirei fundo e tentei me lembrar do que estávamos falando. Arranjei uma resposta decente e disse:
- Está bem, mas fique sabendo que vocês não podem decidir o que acontecerá em minha vida. Eu já sou bem grandinha e sei me cuidar. Se eu quiser conhecer pessoas novas, eu conhecerei, se não quiser, não me force. - falei olhando em seus olhos e vendo muita felicidade com uma pitada de tristeza. Então, sorrindo, ela me disse:
- Okay, me desculpe, mas vamos logo! Ele já deve estar esperando.  Ela me puxou por entre as muitas pessoas, levando-me até a sorveteria. Chegando lá avistei um menino lindo, alto, com olhos castanho-escuro pspareciam absorver tudo a sua volta, cabelos castanhos cuidadosamente desarrumados, boca em um leve formato de arco e levemente avermelhada, era magro, mas tinha um pouco de músculos. Quando eu percebi, o estava olhando com a boca entreaberta.
Mas que merda menina! Fecha essa boca! Ele já deve achar que você é louca por ele! -  Minha parte prudente do cérebro me alertou.
Deixa a menina! Vai que esse é um novo amor!? - Gracejou a parte imprudente do meu cérebro.
- Bem, Hellena, esse é o Guilherme. Ele é novo na escola e precisa se enturmar. - disse Sophie me apresentando seu novo "amigo". Que corou levemente.
- Olá! - disse forçando um sorriso amigável.
- Oi. - ai meu Anjo! Que voz linda ele tem!
Hellena! Se segura! Você não pode se apaixonar por esse garoto! - rosnou novamente a parte prudente do meu cérebro.
Relaxa ai! - brincou a parte imprudente do meu cérebro.
- Hellena, você vem comigo pegar um sorvete? - pediu Sophie com cara de 'eu vou te fazer perguntas' .
Assenti levemente.
- E aí, o que achou do Guilherme? - falou mechendo as sombrancelhas escuras. Tentei disfarçar:
- Ele não parece uma má pessoa. - falei com ar formal.
- Só isso? - retrucou incrédula. - Bem, isso não importa agora. Pegue seu sorvete e vamos logo. Temos que te mostrar um lugar. - disse apressada.
- "Temos"? - perguntei confusa e um tanto nervosa.
- Sim, eu e Guilherme.
Lá vem merda.
- Sophie, olha lá o que você vai fazer! - respondi receosa já pegando o quarto sabor de sorvete e me dirigindo ao balcão de guloseimas.
- Relaxa moça. - Sophie disse me olhando malignamente.
Depois de pegarmos os sorvetes e pagar, voltamos para a mesinha de antes e notei que Guilherme me encarava fascinado enquanto eu comia meu sorvete.
Ai meu Anjo! Será que eu to suja no canto da boca? - pensei passando a língua gelada pelos lábios.
Eu tinha acabado de comer quando Sophie levantou-se da cadeira e anunciou:
- Vamos passear pelo bosque.
- Sophie, tem certeza que ela ta pronta? - perguntou Guilherme receoso. Aquilo estava começando a me assustar.
- Estou pronta pra que? Pedi com os olhos arregalados pulando de um para outro.
- Para saber a verdade, querida. - respondeu Sophie com um sorriso solidário.
- Sophie, eu...
- Shhh criança. Logo você vai entender. - falou Guilherme me cortando. Eu realmente estava com medo. Passou pela minha cabeça a possibilidade de eles estarem brincando. Mas eu estava completamente mergulhada no pânico.
Então tudo escureceu. A única coisa que eu me lembro é de ter escutado alguém falar:
- Está começando. - então tudo escureceu.

               

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Olá unicórnios!  Tudo bem com vocês? Eu prometo tentar escrever uns dois capítulos por semana. Juro.
Bom. Espero que gostem da história. Beijocas! 💋❤