Eu acho que o amo...

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Hellena

   - Bem, me contaram que minha bisavó me deu esse pingente quando eu nasci, por conta de algumas complicações na gravidez da minha mãe. Ela tinha ganhado da mãe dela, que ganhou da mãe, e que ganhou da mãe, foi passando de geração em geração. A história que rola pela minha família, é que a minha tataratataratataravó morava com seu marido em uma chácara no meio da mata, e que um dia, enquanto buscava lenha, ela achou esse pingente no pescoço de um lobo branco e grande morto, ela ignorou, é claro, pois achava que alguém tinha feito algum tipo de serviço espiritual (N/A: macumba pra quem não entendeu) e achou melhor não mexer lá. Três dias depois, ela voltou no mesmo lugar e viu que agora não tinha mais o lobo, e sim um bilhetinho, onde dizia: "Pegue esse pingente, você terá de entregar de geração para geração para que sua família seja poupada da morte e não esqueça, um membro de sua família será protegido com o louvor dos Deuses mais abençoados, e irá salvar o mundo das ruínas.".
Depois de terminar de ler, automaticamente abaixou-se e pegou o pingente. Passaram-se alguns dias, e a pobre fazendeira descobriu que estava grávida. Nove meses depois nasceu uma menina ruiva e de olhos azuis, com a pele mais clara e macia que já havia tocado. Ela logo se lembrou do pingente e colocou no pescoço da menina. E assim foi. Essa foi a história que me contaram. - falei respirando fundo ao terminar. E quando olhei para os dois pares de olhos que me encaravam sorri, tocando meu colar. Eu realmente falei do jeito que mamãe contava quando eu e meu irmão éramos crianças.

  - Você só sabe disso? - pediu Guilherme me encarando boquiaberto.

   - Ué, foi o que me contaram. - respondi brincalhona. O que mais ele queria que eu falasse?

  - Okay, é muita coisa por hoje, vamos dormir, que amanhã tem aula. - disse Sophie e eu olhei para a janela da sala. Nossa. Eu fiquei a tarde toda tagarelando? Olhei para o relógio na mesinha de centro e vi que já eram onze horas..

  - Vocês não querem dormir aqui? Sophie usa o mesmo tamanho de roupas que eu e, Guilherme, você tem mais ou menos o tamanho do meu irmão. - sugeri aos dois que se olharam e acenaram levemente sorrindo para mim.

- Okay. - disseram em unissono.

- Beleza. Vou preparar a janta. - falei apoiando as mãos nos joelhos e me levantando do sofá.

- Eu te ajudo. - disse Sophie, me acompanhando.

Estávamos fazendo lasanha quando meus pensamentos resolveram tomar conta de minha cabeça.

Porque ninguém me contou o que eu era antes?

Porque eu não me assustei quando descobri??

Será que nas "alcateias" que Guilherme me falou têm escolas como a que eu frequento?

Por que eu?

O que Sophie é?
Espera, espera.

Eu tenho que perguntar o que ela é! Nossa, depois de todos os acontecimentos acabei me esquecendo da pergunta e... AI!

-AI! - falei um pouco alto demais quando percebi que me cortei enquanto pensava.

- O que houve? - perguntou Sophie quase que imediatamente

O Despertar Da RaçaOnde histórias criam vida. Descubra agora