Bônus Karen

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Olá, amores!

Continuo pedindo a ajudinha de vocês, se gostou do cap dê seu voto ;)

Ótima leitura, A.B.

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Karen

Estava ninando Helena em meus braços. Ela segurava minha blusa com um pouco de força com sua mãozinha gorducha e pequena. Ela parecia saber que assim que fechasse seus olhos e começasse a respirar mais calmamente iria parar dentro de seu berço, e por isso ela não fechava os olhos, ficava competindo o tempo todo com o sono.

Helena é uma cópia de Marco. Seus cabelinhos loiros com olhos verdes me lembravam exatamente de seu pai, o homem que amei em segredo por muito tempo. Não falo com Marco desde o momento que fui embora de seu apartamento, já tinha percebido que dele não ganharia nada, mas a única coisa que queria era o seu amor. Porque ele não tenta algo comigo? Maria Eduarda já fez a sua vida e está até grávida de outro homem, então não entendo o motivo dele não tentar algo comigo que sou a mãe de sua filha.

Não quero que Helena passe por isso, parece que ela vai passar a mesma coisa que passei quando era criança. Meu pai gritava com minha mãe todo o santo dia, fazia com que ela chorasse e pedisse para ir para o meu quarto e ficasse lá até as coisas melhorarem, mas só tinha a tendência de piorar. Marco e eu brigávamos o tempo todo, um gritava com o outro até alguém dar as costas e sair de cena, e na maioria das vezes era eu que saia de perto dele não querendo mais ouvir a sua voz.

Minha mãe teve um infarto na rua e a vizinha veio correndo me contar, como era menor de idade na época não poderia entrar na Ambulância, então a vizinha foi junto com ela. Meu pai chegou em casa agressivo e me forçou a entrar dentro de seu fusquinha para que fossemos direto ao Hospital. O caminho todo dizendo o quanto minha mãe não prestava e que se morresse seria menos uma para perturbá-lo. Que nunca a amou e que não queria nem ter filho com ela, e que sabia que ela lhe deu um golpe da barriga e era culpa minha também nisso tudo.

Dou graças a Deus hoje em dia por ter pais maravilhosos que me adotaram e me deram tudo, mais mesmo tendo pais bons, uma casa confortável, cartão de crédito, um sobrenome com grande influência e neste momento uma filha, nada iria apagar meu passado e meus pesadelos. Meses atrás, antes de ter Helena reencontrei meu pai sem querer, ele é garçom em um Restaurante e tudo voltou à tona novamente. Meus medos, receios e mágoas voltaram para me atormentar violentamente, me deixando sem chão e sem ar.

Estou dividida em duas Karen. A primeira Karen está lutando contra o seu passado e ninguém a conhece. A segunda Karen está lutando contra Marco para não perder sua filha e lutarei com unhas e dentes para não perder minha filha. Quando descobri que estava grávida não queria que Marco se envolvesse, já que ele não queria ser pai. A responsabilidade seria somente minha e a ideia principal seria me afastar um pouco do Brasil e viver minha própria vida sem ninguém me falando o que fazer, somente eu seria dona do meu próprio nariz e vida, mas as coisas tomaram outro rumo infelizmente.

Marco estava determinado a tirar Helena de mim, mas todos sabemos o real motivo disso, ele acha que sendo um pai solteiro e amoroso vai trazer Maria Eduarda de volta para ele quando ver que ele mudou, mas ele não percebe que a perdeu para sempre e que ela não o quer mais!

- Ela ainda não dormiu? – Pergunta Juliano encostado no batente da porta.

- Não, hoje não quer.

- Deixa com o titio aqui, ninguém resiste ao Juliano! – Disse Juliano pegando Helena de meus braços.

- Boa sorte, titio. – Rio e saio do quarto de Helena.

Caminho para o jardim e sento-me na espreguiçadeira em quanto acendo um cigarro. Depois que Helena nasceu comecei a ter o vício de fumar, quando fumava tirava todo o estresse que estava sentindo, era como ficar relaxada no mesmo instante e tudo ser esquecido por alguns minutos.

Pelo canto de olho vejo Juliano caminhando na minha direção e sentando-se ao meu lado em quanto tira o cigarro da minha mão e o apaga no gramado.

- Por favor, não fique fumando, faz mal para você e para a Helena. Vai ficar velha antes do tempo e aí que não vai arrumar ninguém. – Disse Juliano rindo.

- Vou pedir conselhos da Tainá também.

Vejo o sorriso de Juliano diminuindo até sumir completamente de sua boca. Ele vira o rosto e começa a encarar a piscina. Sabia do seu lance com a melhor amiga de Maria Eduarda, sei o necessário disso tudo e pelo o que Juliano me contou na época, ele a conheceu em um Cruzeiro e no último dia de viagem a mulher meteu o pé e nunca mais se viram até alguns meses atrás quando se reencontraram.

- Você sabe que não gosto quando começa a entrar nesse assunto. – Disse Juliano respirando fundo.

- E você sabe que não gosto quando começa a tentar mandar na minha vida, estamos quites.

- Quer discutir? Como está sua relação com meu irmão, querida cunhada? Planejam se casar quando? – Pergunta Juliano rindo. – Tudo o que falo é para o seu próprio bem, se você se esqueceu vou te refrescar a memória, você precisa de mim para fazer a ligação sua com a família Bittencourt, meus pais não gostam de você e meu irmão piorou, então se eu fosse você se acalmava. – Finalizou Juliano indo embora.

- Não preciso de você pra nada! – Grito bufando.

Ele não precisa esfregar na minha cara que os pais dele me suportam e só falam comigo por causa de Helena. Não precisa esfregar na minha cara que Marco me odeia por ter engravidado e estragado seu relacionamento de conto de fadas, mas a culpa não é totalmente minha, não fiz Helena com os dedos, Marco também esteve envolvido no processo da nossa filha e isso que Helena é e sempre será.

Vejo uma empregada se aproximando com o telefone em suas mãos e andando rapidamente em minha direção.

- Senhorita, desculpe incomodar, mais tem uma pessoa que se identificou como Oliver Sanches querendo falar com a senhorita. – Disse a Empregada.

Levanto meu braço e a empregada me passa o telefone e fico encarando-a até ir embora, assim que vi que realmente estava sozinha coloco o telefone no ouvido.

- Oliver Sanches, estou surpresa com sua ligação.

- Posso afirmar que a ligação é de seu interesse. – Falou Oliver.

- Conte-me então. – Pediu Karen.

- Marco está voltando para o Brasil amanhã, espero que cumpra o que prometeu. – Disse Oliver desligando a ligação.

Como sempre bem educado.

Marco está voltando novamente para o Brasil, é agora ou nunca. 

De Repente Mãe #3 (Completo) / EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora