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Quando estava saindo do trabalho depois de Andrew e suas teorias sobre o Diego que insistia em dizer que ele não costumava agir assim e que ele sempre foi estupidamente grosso e arrogante mas nunca de agir daquele jeito. E achava que ele tinha gostado de mim. Agora imagina ai um cara que te trata da pior maneira possível e tudo isso porque ele se sentiu atraído por você? Fala sério. Andrew definitivamente é um louco, para ter uma suposiçao dessa.

Ao passar pela calçada ouço uns soluços. Olho para os lados e não vejo nada, continuo seguindo o choro e entro em um beco escuro. Deparo com uma menina toda descabelada com o rosto entre as pernas.

- ham... oi.
Digo preocupada.

Ela levanta a cabeça e me encara com um rosto todo amarrotado vermelho e a expresao horrivel que chega a dar pena e logo volta a chorar. Eu me aproximo e pergunto.

- o que aconteceu? Você pode falar comigo!

Ela apenas sacode a cabeça e olha para a roupa, um vestido todo rasgado e as suas maos estão trêmulas.

-Eu... eu...
Ela tenta falar.

-Shiiii, está tudo bem agora.
Falo, ja fazendo idéia do que tenha acontecido. A ajudo-a levantar e a levo comigo.

Depois de calma, Lince e eu conversamos. Sim, esse é o nome dela. Ela disse que não lembra direito do rosto das pessoas que fizeram aquilo com ela, só que era dois caras que a fez entrar no carro escuro e não se lembra de mais nada. Eu disse para ela fazer a denúncia, mas ela alegou por temer o pior se fizesse. Deixei que ela dormisse comigo, afinal nao iria deixar ela sair daquele jeito, tudo é muito estranho, mas sinto que posso confiar nela de alguma maneira. Fiquei muito preocupada, ela disse que mora sozinha em um apartamento e deixou seu número caso eu precisasse.

***

Aqui estou eu de novo atrás de um lugar para alugar e novamente não encontro nada.
Como Lince saiu cedo decidir vir logo aqui neste bairro que ela indicou que tinha apartamentos vagos. "Tinha". Aproveito e vou para a faculdade ajeitar as coisas pendentes.

Nossa ela é enorme mesmo. As fotos que eu havia visto não fazia jus a ela. Faço o que tenho que fazer e decido ligar para a tia, ver como está meu bebê.
Na volta decido pegar um ônibus e depois andar um pouco. Vejo um predio enorme e diferente de todos que ja havia visto, esse é muito elegante tinha um nome bem destacado que constava ser de advocacia, sinto uma vontade imensa de entrar. Mas... não é para mim. Se eu entrasse provavelmente iria achar que eu fosse uma mendinga, e mim jogaria porta à fora.

***

Até que enfim meus 30 minutos de folga, com dois cappuccino nas mãos caminho para uma mesa onde estava meus ultimos clientes, para minha tão sonhada folga. Mas como sou muito muito mesmo azarada, enquanto destraio um so segundo olhando para os copos na minha mão, que sabe lá o que tinha tão importante para atrair meus olhos, só consigo sentir o baque quanto esbarro com alguém. Ai é como se tudo tivesse em câmera lenta, os copos enormes e branco que eu segurava tão "firme" vai para cima derramando todo o líquido marrom em algo totalmente branco, ao mesmo tempo que eu escorregava e estava indo de encontro com o chão. E ali em uns breves segundos me vi clamamdo aos céus para que o tombo não fosse tão feio assim. Amém.
E minhas preces foram ouvidas porque no momento seguinte acho que faltando alguns centímetros para que esparramasse no chão, um braço forte me segura, e eu só me dou conta disso quando eu vejo um par de olhos incrivelmente azuis me fitando com certa preocupação bem visível no seu semblante.
Estou tão em choque que não consigo pronunciar uma só palavra por alguns segundos, apenas o encaro atordoada.

-Você está bem?
Ouço sua voz grave me fazendo sair do meu transe.

- Ham... sim, sim. Eu...
Olho para o sua camisa e está toda molhada. - Oh não! olha só que eu fiz em você... mim desculpe, eu... eu não te vi, claro que eu não te vi. Se não teria batido em você não é! Como sou...

- não se preocupe.
Ele me corta evidentemente percebendo meu nervosismo.
Eu abaixo e tento pegar os copos de volta e colocar na bandeija.
- você não parece bem. - ele fala ao notar que estou tremendo, abaixa e pega por mim. - vem senta aqui, Pegar uma água para você está tremendo. - ele me leva até uma mesa e eu me sento. - aqui. - me entrega um copo com água.

Droga, droga, droga, mil vezes droga. Como sou imbecil. Na primeira semana de trabalho e ja posso até enumerar as burrices que ja fiz aqui.

- Obrigado... eu... - tento falar mas não consigo. Depois dessa com certeza serei despedida.

- Não se preocupe. - fala novamente e olha para o meu nome que está no meu uniforme.. - Sophia. - Ele olha para mim e sorri, um sorriso de molhar calcinhas, e ainda tem essas covinhas. Esse homem não existe, eu acabo de esbarrar nele e sujo toda sua camisa e ele me dar um sorriso desse? E que sorriso sua boca é tão bonita... olhando assim para todo seu rosto ele é... perfeito.

- Gosta do que ver? - ele fala ainda rindo. Ele está rindo de mim? fiquei tão concentrada nele, meu Deus que vergonha, será que vou passar a minha vida toda pagando mico? Sinto meu rosto queimar, deve está vermelho igual à um tomate, essa é a parte ruim de ser tão branca.

- O que esta acontecendo aqui?
- Diego pegunta. E pelo sua cara não está nada bem.

Carma maldito, para concertar esse ser aparece aqui.
Agora estou ferrada, muito ferrada. Como ninguém diz nada Diego continua.

- Eu perguntei o que esta acontecendo aqui? -Ele olha para o pedaço de mal caminho ao meu lado, quero dizer o cliente. E olha para mim.

- Eu... desculpa, eu...

- Não foi nada, a culpa foi toda minha.
O pedaço de mal camin... o cliente me interrompe. Olho para Diego e o seu rosto se suaviza um pouco. Mas vejo que que ele está tentando se controlar. Seu rosto também está vermelho mas de raiva posso sentir isso.

- Peço desculpas, a Sophia ainda não pegou o jeito daqui. - Ele continua olhando para mim. - E com certeza não sabe o seu lugar. - completa.
Abaixo a cabeça.

- E você sabe o seu? - ouço o pe... o cliente perguntar a Diego. Ele tem as sobrancelha levemente levantadas. Como se tivesse sugerindo algo. Eu não entendo o que ele quis dizer com isso.

Diego desvia seu olhar para ele, noto que o seu rosto ainda está mais vermelho que antes e os olhos cerrados.

- É melhor limpar isso! - Diego fala olhando para mim e sai.

O que foi isso? Esse era o Diego, que se acha o dono mundo?
E esse cliente o qual eu acabei com a sua linda camisa que deve valer mais que meu salário inteiro acabou de me defender?
me viro mais uma vez. Pro homem que foi vítima do meu desatre.

-Mais uma vez, mil desculpas por isso. Vou pedir para a Broock te atender. - falo olhando para ele. - Isso se ainda quiser ser atendido... depois disso. - falo baixo, mais para mim mesma do que pra ele e suspiro envergonhada.

Ele só assente com a a cabeça. Acho que notando meu desconforto. Eu me retiro e chamo a Broock para que o atenda.

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