O Ressurgimento dos Ninjas

Capítulo 2- Conheço meu passado

Acordei sobressaltado, minha cabeça latejava . Eu estava confuso, a última coisa de que me lembrava era de um velho me dando um soco na cara e eu desmaiando ao lado de Thomas. Thomas. Olhei em volta a procura de meu amigo, encontrando-o ao meu lado ainda desacordado. Eu me encontrava em uma especie de dojo.

Me levantei tentando chegar até a porta de correr do outro lado do aposento, mas de repente a porta foi aberta pela figura de capa, que ao me ver deu um chute no meu peito e me fez cair em cima de Thomas, acordando-o.

        -Saí Ryan. -disse ele ainda meio tonto me empurrando para o lado

         -Levantem-se os dois. -disse o velho que havia acabado de chegar,

ele usava um terno todo branco, sua voz dura me fez levantar na hora - Muito bem. Eu me chamo Kenji, mas vocês irão me chamar de sensei Kamui. Agora me sigam. - Kenji Kamui. Eu sabia o significado daqueles nomes, eu aprendi um pouco de japonês com meu irmão. Kenji queria dizer Inteligente e Kamui, Arauto do Poder divino. Não gostei disso. Arautos nunca eram boas coisas. Se o nome dele tivesse um significado mais profundo do que apenas um nome.

A figura de capa e o sensei conversaram em voz baixa até que ele fez um gesto com a mão e ela entrou em um corredor a esquerda. O caminho pelo qual ele nos levou era escuro e assustador. Ele nos levou até um lugar que parecia um refeitório. As paredes eram de um branco ofuscante e as mesas de madeira eram de carvalho polido, ele nos serviu um café da manhã com ovos, bacon e suco de laranja. Comemos até a pessoa na capa chegasse. Quando isso finalmente aconteceu, a menina mais bonita que eu já vi entrou no refeitório, ela tinha pele da cor de caramelo, cabelo castanho como grãos de café e olhos castanhos da mesma cor, mas logo depois lembrei que ela havia me chutado. Ela trazia uma baú de madeira, entalhado com símbolos estranhos, ela usava uma camisa regata branca e uma calça jeans, no cinto ela levava um chicote enrolado e uma faca de caça em uma bainha de couro. Ela me olhou com uma mistura de desconfiança e curiosidade e entregou o baú ao sensei.

        -Bom. -disse ele para ela, que fez uma reverência e se sentou ao

lado de Thomas- Agora se apresentem. - disse ele e apontou para mim

Meu primeiro pensamento foi dizer não, mas eu pensei melhor e me apresentei:

     - Meu nome é Ryan Thompson. Só isso que eu vou dizer até

alguém me dizer o que eu estou fazendo aqui e por que. O que eu fiz de errado?

     -Nada. Ainda. - disse a garota girando a faca na mão - Eu sou Sophie Belmonte.

- Sou Thomas Martinez. -disse Thomas de cara fechada

-Gente voltando as perguntas importantes. Por que vocês nos sequestraram e nos trouxeram aqui? O que é aqui?

-Já te diremos. - disse o sensei com ar de quem não quer ser interrompido

- Mas antes tenho que lhes contar uma historinha. Há muito tempo, questão de séculos, havia um estado politico nunca descoberto. Ele era dividido em sete clãs, cada um representando um elemento natural essencial: Ar, Água, Eletricidade, Fogo, Gelo, Planta e Terra. Esse estado era composto por ninjas, alguns deles desenvolveram ao longo do tempo poderes de acordo com o clã do qual vieram ou havia algum tipo de descendência. Os clãs viviam em uma relativa paz controlada pela Capital, onde ficavam o rei e a rainha. Cada clã tinha um representante, ou Lorde. Um dia, ninguém sabe em que clã, dois garotos nasceram, irmãos gêmeos. Desde pequenos eles mostraram talentos especiais, os melhores na escola de ninjas, os mais inteligentes, mas um deles, o que nasceu primeiro se destacava pela sua bondade e paciência. Já o mais novo era o mais excluído de todos os alunos, o que era mais explosivo e perdia a paciência com facilidade. Pelo que contam os livros quando os garotos tinham 16 houve uma grande explosão em sua casa, e as pessoas próximas da casa dizem ter visto o irmão mais novo sair da explosão e ir para um lado e o mais velho ir pelo outro. Descobrimos depois que a explosão foi causada por uma briga entre os dois irmãos que no meio dela libertaram um poder a muito contido dentro deles, a Luz no irmão mais velho e a Escuridão no mais novo.

- Após isso houve o período mais sombrio da história ninja, a Grande Guerra Ninja, ou simplesmente GNN. Os clãs se dividiram no que ficou conhecido como a Aliança da Luz, formada pelos clãs da Água, do Fogo e da Terra e a Aliança da Escuridão, formada pelos outros clãs, Ar, Eletricidade, Planta e Gelo. Nunca antes havia tido uma guerra tão destrutiva como essa no mundo ninja. Grande parta da Ilha onde viviam foi dizimada, a Capital era só cinzas, poucos sobreviveram e os que sobreviveram resolveram acabar com a pratica ninja, nem falar nela.

- Alguns anos depois um grande profeta emitiu uma profecia que mudou tudo. Essa profecia dizia que depois de muito os espíritos da Escuridão e da Luz iriam voltar a habitar corpos mortais. Esses ninjas obviamente iriam precisar de ajuda para trilhar seu caminho, por isso foi permitido que a mais forte das famílias de mestres ninjas ensinasse a arte ninja para o primogênito do primogênito da família. Bem, o momento chegou, a primeira parte da profecia se cumpriu, os espíritos da Luz e da Escuridão surgiram. Mas eles precisam de uma equipe, bem é por isso que você e o Thomas estão aqui Ryan. Vocês tem poderes excepcionais, não de Luz e Escuridão, mas de elementos primordiais, você Ryan, é um ninja do Fogo, e você Thomas, um ninja da Terra. - disse ele e apertou dos símbolos na caixa e quando ela abriu ele tirou um colar com o pingente de duas montanhas sobrepostas e um martelo parecido com o Mjönir, o martelo do Thor - Thomas esse martelo se chama Indissolubili, inquebrável em latim. E Ryan, - ele pôs a mão na caixa de novo tirando um outro colar, só que dessa vez o pingente era uma chama ardente, e duas katanas, logo depois me entregando - Essas são Ignis e Velocis. Agora vem a parte ruim. Meu irmão mais novo Kurai, ele aprendeu a arte ninja clandestinamente e agora tem sua própria Aliança da Escuridão, ainda nos falta encontrar a ninja da Água. Vou treiná-los da melhor maneira possível, para serem os ninjas que foram destinados a serem. Perguntas?

Eu levantei a mão tão rápido que eu senti até cãimbra. Milhões de perguntas explodiram em minha mente, mas perguntei a primeira coisa que me veio a mente:

- Quem são os ninjas da Escuridão e da Luz? - Sophie parou de girar a faca e começou a rir como uma retardada

- Sério, você é burro sempre ou só aparenta ser? - disse ela quando parou de rir -Sou eu Babaca das Chamas! Quer dizer sou eu a ninja da Luz!

- Nossa que agressiva Luzinha. -disse brincando com ela, mas um segundo depois ela estava com a faca em meu pescoço e um olhar assassino na cara

- Não me chame assim, nunca mais. -disse ela irritada, eu balancei a cabeça afirmativamente, ela se afastou e saiu do refeitório resmungando

- Garoto, se quiser sobreviver faça o que ela mandou. Muito bem, os clãs tinham características próprias e peculiares. Os ninjas da Terra eram conhecidos pela sua força e resistência, os ninjas da Água eram tranquilos e pacientes, já os ninjas da Eletricidades são hiperativos e velozes. Os ninjas do clã do Ar também tem a velocidade como virtude, junto com a leveza e esperteza, os ninjas do Gelo são frios, focados e muito leais , os da Planta são ágeis e calmos. Já os do Fogo são cruéis e impulsivos, mas também inteligentes e justos. -disse ele me olhando durante a última frase

Impulsivo, sempre, justo e inteligente, até pode se dizer que sim, mas cruel, nunca me vi assim. O sensei se levantou e nos guiou até nossos quartos. Ele me mostrou um quarto onde na porta havia meu nome e o símbolo do fogo entalhado na madeira. Abri a porta e entrei no quarto, mostrando um quarto amplo e iluminado por uma única fogueira posicionada na quina da parede à minha esquerda com a parede à minha frente. Do meu lado esquerdo havia uma escrivaninha com um notebook, uma lâmpada e uma cadeira, a minha direita tinha um armário, uma cama king size e uma comoda com abajur. Simplesmente me joguei na cama e dormi, mas logo me arrependi de tê-lo feito.