Capítulo 01

2.6K 147 10
                                    

Três anos se passaram.

Três longos e árduos anos. Muitas coisas mudaram... Agora tinha vinte três anos, e morava em Provence - na costa Sul da França. Nesse tempo, investi pesado em estudos avançados, para ter o máximo de conhecimento... Aprendi ainda mais técnicas de esgrima, luta, esportes... Consequentemente meu corpo se desenvolveu, ganhei assim mais massa muscular e cresci uma dois dedos em altura. Não queria lógico, me tornar um cavalheiro, dado que não tinha a menor paciência para as frecurites deles. Mas isso era apenas etapa de minha mudança tanto por fora como por dentro.

As mulheres corriam atrás de mim, por que para elas eu era o ideal perfeito de homem que elas tanto queriam. Alto, rico, musculoso e particularmente bonito. E me aproveitava disso... Digamos que só fazia pelo nome do prazer. Era uma noite de dezembro em 1518, estava chovendo forte e ficava relendo minhas informações sobre... Sobre o fedelho.

Oliver, conseguiu que as cartas de Louis e a família dele, fossem abertas no meio do caminho e assim, copiadas para mim e depois voltavam ao curso normal. E nesses três anos acompanhei o que ocorria lá em Florença, sem sair de onde estava. Louis e Cecília, tiveram uma filha, Isabella. E em uma das cartas notei a situação em que ele se encontrava:

"Meu filho Louis, é com imenso orgulho em lhe dizer que os seus irmãos estão maravilhosamente bem em seus casamentos. Auguste está com esperando com sua esposa o seu terceiro filho, com os outros dois meninos, saudáveis e fortes. Marie está grávida e espera o seu primeiro filho para ano que vem. E ao saber que tenho netos tão prodigiosos me enchem de orgulho e imensa alegria. Mas esta minha alegria se desaparece diante de sua perigosa situação. COMO É POSSÍVEL que em quase dois anos de casamento, terem somente uma filha! Me assusta como um garoto tão belo e cheio de encantos como tu, e uma moça de formosura tão grande como Cecília só terem um filho, e pior, uma menina! O que será desse casamento, caso ele não produzir herdeiros homens? Por isso trate de parar com os seus gastos extravagantes em vestimentas, sapatos, e outras coisas supérfluas, passe mais tempo com sua esposa. Já és casado. Tens responsabilidades, e o seu tempo em que eu e sua mãe lhe mimávamos esgotou.

Com amor... Seu pai."

Essas eram as cartas, em que tinha... E quanto mais o tempo passava, mais as pressões aumentavam. Espalhou-se até um boato entre a nobreza florentina de que Louis era um francesinho frígido, infértil, inútil entre outras coisas. Isso durou até o falecimento de Cecília... Em setembro de 1518, ela foi atingida por uma febre que os médicos não puderam diagnosticar, tentando inclusive fazer sangria* mas nada adiantou ([Nota do Autor: No séc XVI, acreditavam que a febre era provocada por que tinha sangue demais no corpo, assim eles cortavam o pulso da pessoa para tirar o excesso. Loucuraaaa tchê!]). Louis era viúvo.

Quando soube disso sinceramente só conseguir sentir ainda mais... Mais rancor por ele. Com certeza Cecí, havia morrido por causa daquele fedelho... Apostava que ele a havia feito infeliz. Por que era isso que ele fazia: provocar a infelicidade em todos os outros, até vê-pôs destruídos. E enquanto eu analisava essas cartas, ficava cada vez mais crente de que ele deveria pagar o preço de todos os atos que fez.

Mas deixei os papéis de lado, pegando um pacote longo de tecido, abrindo-o... Revelando uma antiga lembrança... A espada do "Meo Imortallis Dielectus". Permanecia ainda do mesmo modo de antes. Nunca a usei para lutas nem duelos, conservando a lâmina de um brilho e polidez perfeitos. Ela era especial... Era como uma prova incontestável que um dia, eu e ele éramos loucamente apaixonados um pelo outro. Quanto segurava o cabo, e fechava os olhos, me lembrava dele.

Dois palmos mais baixo que eu, cabelos loiros, pele de porcelana, e os olhos verdes. Por mais que eu tentasse sepultar minhas emoções através do ódio e o rancor, dado que eles realmente estavam ainda dentro de mim, era inegável que eu ainda sentia uma leve pontada de sentimento por o fedelho. Aquele jeitinho mimado, fútil, sonhador... Me faziam sentir estranho, como quando tentamos lembrar de um sonho que tivemos há bastante tempo.

Amar ou te Matar... Eis a Questão! (Livro 02)Onde histórias criam vida. Descubra agora