2. Quem é você?

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Minha respiração estava pesada, meu corpo doía e meus olhos ardiam conforme eu tentava abrir-los.

-Como você está? -uma voz surge ao mesmo tempo que algo toca minha mão, me desespero quando me lembro daquele homem e do que ele ia fazer comigo.
-Q-quem é você? - pergunto olhando assustada para os lados, uma mulher morena me olhava pegando em minha mão.
-Você não lembra? -ela me olha preocupada. - ontem à noite eu- acabo interrompendo-a quando me lembro de tudo o que aconteceu ou do que consegui ver por estar no chão desesperada demais tentando me salvar.
-Onde eu estou? - tento levantar mas ela me interrompe antes que meus pés pudessem tocar o chão.
-Você está segura, agora fique calma.
-Mas como, como você... lá estava cheio de homens armados. -fico totalmente confusa quando me lembro do "abrigo" em que eu estava.
-Eu e meu grupo entramos lá e acabei te achando. -ela me explica calmamente.
-Lá fora? Onde eu estou? -como lá fora, não existe nada "lá fora" o mundo acabou.
-Você está em Alexandria, uma comunidade. -ela se levanta da cadeira ao lado da cama em que eu me encontrava e vai até a porta.
-Aqui é seguro? -quando ela ia responder um garoto com chapéu de xerife aparece na porta com uma cesta de roupas nas mãos e fala alguma coisa que não consigo escutar para a mulher.
-Tudo bem depois eu vejo isso. - a morena responde o mini xerife e me olha. -é claro que aqui é seguro. -ela sorri gentilmente para mim. O garoto parado na porta parecia incomodado com a situação.
-Eu posso sair? -pergunto já me consumindo de curiosidade por dentro.
-É claro, aliás meu nome é Michonne e esse é o Carl. -o menino me olha e logo após desvia o olhar para o chão.
-Meu nome é Katherine.
-Tudo bem Katherine eu- uma moça de cabelo nos ombros aparece na porta chamando Michonne.
-Michonne eu preciso que você fique no portão.
-Tudo bem, carl deixe essas roupas com a Katherine por favor. -ela diz isso é sai andando juntamente com a moça dos olhos verdes.
-Eu posso deixar aqui? -o menino me olha colocando a cesta no criado mudo ao meu lado.
-Claro, obrigada. - agradeço, coloco meus pés no chão e me apoio no colchão para levantar, mas minhas pernas estavam sem forçar e acabo tombando nas costas do carl mas antes que eu caísse ele me segurou pelos ombros me fazendo sentar na cama. -me desculpe... e-eu..
-Tudo bem. -ele me soltou quando nossos olhos se encontraram, ele parece mesmo que não queria estar aqui.
-Me desculpe mesmo- ele me interrompe e me olha estressado, é eu tenho certeza que ele não queria estar aqui.
-Apenas pare de se desculpar. -ele sai do quarto e desaparece da minha vista. Após uns minutos processando tudo o que me aconteceu e que possivelmente eu estaria segura pela primeira vez em anos me levanto da cama cambaleando até a porta trancando a mesma por segurança, não quero que ninguém me veja quase nua.

Só percebo que estou em uma casa quando vejo os quadros nas paredes perto da escada acompanhado com brinquedos. Vou descendo as escadas e observando os lugares da casa.
-Nossa! as roupas ficaram ótimas em você. -uma mulher de cabelos curtos e grisalhos aparece na sala com uma bebê no colo. -Eu sou Carol e essa é Judith.
- Katharine. -falo meu nome e olho para os lados, não consigo ficar olhando para a tal de Judith, ela me lembra meu irmãozinho.
- Vá explorar, tem tanta coisa para ver. -ela sorri gentilmente e começa a andar em direção a cozinha.
-Ok.

Assim que coloco à mão na maçaneta da porta outra pessoa do lado de fora a abre antes que eu pudesse fazer, me assusto instantaneamente com a ação que o homem faz.
-Oh, me desculpe. Você deve ser a menina nova. -o homem de familiares olhos azuis fala.
-Ahn... sim, quer dizer sou eu. -fico sem jeito, não me dou bem com adultos, pra falar a verdade não me dou bem com ninguém.
-Tudo bem então vou deixar você passar logo. -ele sorri um pouco envergonhado ao perceber que eu pretendia sair.
-Obrigada. -tento sorrir simpática, mas algo me diz que não fui convincente.
- Até mais... -ele me dá passagem para sair e me lança um olhar como se estivesse se perguntando qual era o meu nome.
- Katherine.
-Até mais Katherine. -passo por ele e dou alguns passos em direção a saída mas me viro e aceno para ele como despedida.
-Até.

Vou andando, observando o local tentando achar algo suspeito ou perigoso mas só o que vejo é pessoas aparentemente normais fazendo coisas de pessoas normais em casas normais. Mas é se aqui for igual a comunidade em que eu estava...
Fico andando sem rumo chutando algumas pedrinhas que aparecem pelo caminho me fazendo um milhão de perguntas, perguntas que eu não sabia as respostas.
-Não consigo confiar... não posso confiar, é perigoso. -fico resmungando e mexendo com o pingente do colar que ganhei da minha mãe. Suspiro já me cansando de andar, olho em volta e vejo um banco no meio de uma espécie de jardim, era isolado das casas que tinham a minha volta, era o tipo de lugar perfeito para mim, sem pessoas por perto.

Eu não devia estar aqui, sentada nesse banco sem fazer nada, mas o que eu poderia fazer? eu não sei fazer nada de útil. Merda! eu odeio me sentir inútil.
- Mãe eu preciso de você... - eu me odeio por ser fraca, odeio o fato deles terem morrido e me deixado sozinha. Abraço meus joelhos, escondo meu rosto deixando o choro tomar conta de mim, tento conter o máximo dos soluços mas alguns acabam escapando. Meu momento depressivo não dura muito, escuro um barulho de passos sobre as folhas secas que cobriam o gramado, contenho meu choro e empurro os soluços garganta a baixo me obrigando a parar de chorar.

Please don't go Onde histórias criam vida. Descubra agora