Estrelas Cadentes

VIII:Bem-vindo a Feraly.

Courtney fechou os olhos por causa da luminosidade por alguns segundos, seu rosto infantil crispado, ainda tentando abrir os olhos para visualizar o que aconteceria ali.

- Verá melhor se entrar. - Comentou a coruja que reluzia com a intensa iluminação que vinha da moldura.

- Entrar? - Perguntou a menina com o olhar de duvida. - Como poderia eu entrar em uma árvore? - Courtney olhou para coruja que tinha um olhar de entusiasmo.

- Apenas entre, Courtney! - A coruja pulava no galho em que pousara. - Apenas tenha cuidado com a cabeça. - Advertiu o sábio animal.

Courtney tocou a moldura novamente. Apoiou seu corpo nos braços finos que seguravam a moldura.

- Vamos lá. - Encorajou a garota a si mesma.

Courtney esticou a perna a sua frente, sentindo um formigamento no membro e, em seguida viu-se ser engolida pelo portal que brilhava com a cor da prata e do bronze.

- Ajude-me! - Suplicou a garota a coruja brilhante.

- Bem-vinda ao Reino Feraly, Courtney Corra! - Disse a coruja azul que planava sobre o portal.

Courtney sentiu um sopro frio passar por seus cabelos e coluna e, em seguida, bateu a cabeça contra um galho em que os ramos eram enfeitados por flores brancas, respectivamente, bateu contra o chão.

- Ai. - Queixou-se a garota.

Courtney viu-se sozinha em um bosque repleto de flores roxas, acima de sua cabeça estavam galhos grossos e enfeitados por flores brancas.

Apenas tenha cuidado com a cabeça. Dissera a coruja.

Levantou-se sentindo uma pontada nas costas.

- Onde estou? - Perguntou-se a garota girando em torno de si mesma.

Atrás de si estava a larga árvore enfeitada pela mesma moldura prateada e envelhecida que tocara há alguns segundos e, a sua frente, situavam-se as flores roxas.

Não posso ficar parada aqui. Refletiu a garota.

Courtney começou a caminhar entre as flores, tais que brilhavam com a luz do sol. 

Mas estamos no meio de uma madrugada. Pensou a garota

Courtney não demorou a perceber que, enquanto caminhava, o bosque de flores roxas ficava menos denso. O espaço entre as árvores era maior, as flores já não pintavam o solo. 

Ao  invés de estar em um bosque, como antes, Courtney via-se sobre um solo de pedra azul.

As pedras de um azul escuro e brilhante eram irregulares, formando pequenas piscinas de água e, complicando a simples tarefa de caminhas sobre elas. Entorno deste imenso espaço aberto de pedras azuis havia o oceano de águas cinzas. 

O tempo estava frio. O céu era completamente branco, tal como o vestido de uma jovem noiva. 

Courtney avistou a longe uma parede de pedras, talvez uma caverna. 

Caminhou até que chagasse perto da caverna azul.

- As rochas aqui são azuis. - Comentou a garota para si mesma.

Courtney ouviu um rugido, que mais lhe parecia um bocejar e, com medo da origem deste som, entrou na caverna escura.

Agachada entre as pedras Courtney ouviu novamente o rugido assustador. A garota tremia.

Avistou um vulto laranja passar por ela, arrastando as enormes patas. Um vulto muito, muito grande.

O que seria tal criatura?

Courtney sempre fora uma garota curiosa, sempre tão curiosa! Seus pais a advertiam sobre tal natureza curiosa o tempo todo, porém, Courtney nunca os escutava.

Cautelosa, a garota saiu da caverna de mansinho. Arrastando seu corpo contra a parede áspera da rocha.

Courtney avistou um imenso monstro mais a longe.

O monstro tinha um formato de melancia, com mãos largas demais para seus braços finos, e garras compridas demais para seus dedos grossos. O pelo grosso e laranja cobria-lhe todo o corpo, inclusive a comprida calda. A estreita calda terminava em uma rocha também alaranjada que, para Courtney, era pesada demais para o monstro carregar por aí.

O monstro dirigiu seus cinco olhos grandes para longe, observando tudo em sua volta, até pousar seus olhos perfeitamente redondos na pequena garota de cabelos bagunçados e claros e, de olhos tão verdes quanto esmeraldas.

Abriu a imensa boca mostrando a Courtney os dentes pontudos e veio em direção a garota assustada.