Melinda - uma semana antes.
De sua cobertura podia ver toda Tóquio. Estava no final do congresso da empresa que sempre era feito em uma de suas filiais e a bola da vez era Tóquio.
A presença de outras empresas eram sempre bem vindos é claro. Era um momento para negócios e parcerias sempre lucrativas. Conseguia circular entre todos com elegância e parcialidade. Também era conhecida como Tigresa de Jade por causa de seus olhos verdes e de ser implacável nos negócios. Sempre conseguia o que queria.
Mas olhando para aquele lugar e ter a consciência de onde chegou se sentiu vazia. Para quem ia deixar tudo aquilo? Edik Petrovich seu falecido marido tinha morrido antes de concretizarem o sonho dos dois de ter um filho. Um acidente de carro que quase matou os dois lhe roubou seu sonho.
Tinha trinta e um anos que ia completar daqui duas semanas. Possuía uma familia que a amava, mesmo não sendo de seu sangue, tinha dinheiro e poder, mas se sentia...vazia.
O que ainda faltava?
_ Nossa! - exclamou Sandra sua assistente entrando em minha suite - Isto tudo é para o pobre do Carter? - brincou admirando meu vestido preto rendado quase transparente. Eu tinha amarrado meus revoltos cabelos castanhos avermelhado num coque frouxo e sexy, ressaltando mais minhas curvas, pouca maquiagem no rosto mas a boca deixei vermelha como um morango maduro. Minha marca! Não era tão alta e magra, mas sabia tirar vantagem do que tinha.
_ E para calar a boca da cadela da Pamela. - sorri admirando o vestido amarelo decotado de minha linda assistente morena - Você também esta de parar o trânsito. Pretendente a vista?
_ Quem sabe. - sorriu ela misteriosa - Chegou uma encomenda para você de New York. Veio pelo malote da empresa. - se aproximou e lhe entregou uma caixa.
Olhou surpresa a pequena caixa com interesse. Devia ser importante porque foi enviado por Luzia sua governanta.
Quando abri encontrei uma carta. Li e sentiu seu coração gelar.
_ Quem hoje em dia manda carta? - Sandra disse curiosa.
_ Belinda. - sussurrou franzindo a testa surpresa reconhecendo a letra bem feita.
_ Belinda. - repetiu Sandra mais curiosa.
_ Me deixe sozinha Sandra por favor. - pedi abrindo o envelope com todo o cuidado.
_ Tudo bem. - caminhou para a porta e abriu - Estou no bar te esperando. - fechou a porta.
Leu a carta com cuidado e atenção. Sentiu todo o desespero em cada linha traçada. Viu as marcas das lágrimas. A letras trêmulas que deixavam claro sua insegurança. Se ela recorreu a mim era porque não tinha mais a ninguém para pedir ajuda. Mesmo longe tanto tempo a conexão entre elas era forte. Por isto podia sentir sua emoção ali latente.
A situação era terrível para não dizer miserável.
Seu pai tinha desaparecido ou ter sido morto, ninguém sábia ao certo. A fazenda estava prestes a ser leiloada. Sua irmã caçula se metendo em confusão uma atrás da outra. Muita coisa para a pobre e meiga Belinda lidar.
_ Coitado do pobre Carter. - Anton entrou em sua suite vestido seu terno preto. Seu amigo era lindo, alto, loiro, musculoso um verdadeiro deus grego - O que aconteceu? - me perguntou vendo minha agonia.
Levantei e entreguei a carta para ele ler. Enquanto ele lia fui ao bar e coloquei whisky em dois copos e entreguei um a ele.
Os belos olhos castanhos de Anton brilhavam de raiva enquanto lia a carta.
_ Mande dinheiro. - opinou irritado. Anton conhecia sua história e odiava seu pai pelo que fez. Viu ele tomar a bebida de uma vez só.
_ Não é tão fácil assim. - o olhei desgostosa - Belinda não tem estrutura para aguentar tudo isto.
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Regresso
ChickLitMelinda Thompson Petrovich olhava a carta de sua irmã e respirava fundo. Seu pai tinha sumido ou morto ninguém sabia. A fazenda que eles moravam estava prestes a ir a leilão. Estavam na mais absoluta miséria! Lembrou com amargura do dia que seu pai...