Capítulo 2

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Melinda

Acordei sentindo dor de cabeça. Dormi mal e parecia estar de ressaca. Olhei para os lados e gemi me deixando cair na cama de novo. Zeus entendeu como um convite e pulou sobre minha cama ficando sobre mim e lambendo meu rosto me fazendo rir.

_ Onde nós meti né?! - afaguei seu pêlo e ele se esticou todo do meu lado - Preciso me levantar e começar colocar as coisas em seu devido lugar. - disse para mim mesma fazendo uma lista do que tinha que fazer.

Primeiro ponto: Conversar com Bel para saber a real situação em que se encontravam. Não que não soubesse, mas achava que ela ficaria feliz em saber que Bummer levantou sobre sua vida e de seu pai. Conhecia para seu desgosto cada detalhe do que eles vivenciavam.

Segundo ponto: Ir ao banco e resgatar a hipoteca da fazenda e pagar as dívidas do seu pai no comércio que seria uma pequena fortuna, mas nada que a prejudicasse realmente. Aquilo não faria nem cócegas em sua conta bancária.

Terceiro ponto: Reforma a fazenda e faze-lá dar lucro, para isto sabia a quem pedir ajuda.

Quarto ponto...

Meu celular tocou e sorri ao ver o nome brilhar na tela.

_ Por que você adora me acordar cedo Alex? - reclamei me sentando.

_ Acordar cedo!? - a voz feminina parecia surpresa do outro da linha - Pensei que estaria noite em Bali. Você não esta de férias? Anton a obrigou a cobri-lo para dar mais uma de suas fugidinhas com alguma caça dotes gostosa? - a voz de Alex começou a alterar demostrando que sua mente estava trabalhando rapidamente nas piores situações possíveis - Vou achar aquele desgraçado e chutar as bolas dele. Você já trabalha feito uma louca! E quando decide tirar umas férias ele faz isto.

Já ate podia vê-lá andando de um lado para o outro no seu elegante escritório pisando duro com seu salto de quinze centímetros imaginando como ia fazer Anton pagar por este crime.

_ Calma ai Alex. - pedi já prevendo uma briga - Estou em... Green Valley. - revelei e ouvi algo quebrar do outro lado da linha - Alex...

_ Repita. Acho que ouvi mau. - pediu a mulher.

_ Estou em Green Valley. - esperei um grito ou um xingamento mas não veio o que me deixou mais assustada - Alex...

_ Oh meu Deus. - a ouvi dizer quase num sussurro. Ouvi a porta dela se abrir e alguém chama-lá - Cancele tudo Kátia. Diga que é um problema de familia ou sei lá. Inventa alguma coisa. Não quero receber ligações agora. - a porta foi fechada - Aconteceu alguma coisa com suas irmãs? - senti a preocupação em sua voz.

_ Não. Elas estão bem. - me levantei da cama e olhei pela janela. O cenário era pior do que imaginava a luz do dia - É uma longa história.

_ Desembucha. Tenho todo tempo do mundo para te ouvir. - pediu ela atenta.

Contei tudo desde a carta que recebi de Belinda em Tóquio, minha viagem, a discussão no conselho da cidade, do estado da fazenda, do meu reencontro com Bel e Nancy, das dívidas do meu pai, do tumulto de emoções que me encontrava... Tudo. Era bom desabafar com uma pessoa que me entendia e compreendia como Alex.

_ Já estou indo para ai. - ouvi o sons das coisas sendo guardadas loucamente e a porta sendo aberta - Kátia arrume uma passagem de avião para mim no próximo voou para Kansas. Quero um carro e um mapa também. Passe todos meus projetos para Brenda. Caso não de conta contrate pessoal mesmo temporário. Quando voltar conversamos. Duvidas manda ligar para meu celular. Estou indo para casa fazer as malas. - a ouvi comandar tudo num fôlego só. As vezes tinha pena da assistente de Alex, a mulher era um furacão.

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