Capitulo 1

3 0 1
                                    

10:38 - Morro do Vidigal, Rio de Janeiro
Eu não saberia explicar o medo que eu estava sentindo naquele momento, um bombardeiro de emoções tomavam conta de mim, a cada barulho de bala que era despadrada lá fora, eu orava (mesmo sem crença) e pedia a todos os santos proteção mesmo assim, aquilo não parecia ser o suficiente. Quando a oportunidade de trabalhar dentro de um hospital no morro do Vidigal apareceu eu acreditei por um instante que essa era a hora certa para ajudar quem realmente precisava de ajuda, sem excluir as outras classes sociais que por terem uma melhor estrutura e qualidade de vida mais segura correriam menos riscos do que os moradores daqui. Sem arrependimentos de estar aonde estou, respirei fundo e acreditei assim como nas últimas duas vezes que isso ocorreu que tudo iria ficar bem, olhei em volta ao ambiente que eu estava, uma sala clara de tamanho médio cheia de macas e pessoas deitadas nelas o que as separavam uma das outras era apenas uma rede verde clara, a minha direta havia um senhor na faixa dos 70 anos, de pele morena com seus olhos calmos e sua mente distante - aonde sua mente deve estar?- me perguntei mentalmente. A minha esquerda por sua vez havia uma porta que levava a um enorme corredor com outras salas e departamentos hospitalares. Todos ao meu redor pareciam cientes do que estava acontecendo lá fora, os tiros que eram constantes agora estavam diminuindo e seja lá o que estiver acontecendo eu aposto em mais uma "guerra" entre polícia e ladrão.
Sai daquela sala e fui em direção a outra ala do hospital mas, o meu trajeto parecia ter sido interrompido assim que ouvi e vi uma aglomeração de homens altos e armados vindo em minha direção, o barulho de seus passos lembrava uma grande manada de elefantes ou qualquer outro animar de grande porte junto com o barulho de suas armas chocando-se umas contra as outras, naquele momento, fiquei em choque - o que devo fazer?- questionava mentalmente até ficar frente à frente com aquele grupo. Congelei. Um deles sacou uma arma e apontou em minha direção, engulo seco questionando a mim mesma se essa seria a minha hora de morrer.
-você é médica? -ele perguntou sem desviar seu olhar mim e nem ao menos guardar aquele objeto.

Crimes capitais - entre o amor e a guerra Onde histórias criam vida. Descubra agora