Capítulo 4

8 0 1
                                    

Os choros foram inevitáveis, os gritos também. Foi difícil pra Yula entender que não vou acompanha-la de hoje em diante. Desta vez estou por conta própria. . . O melhor é fechar os olhos e tentar dormir, pensarei o que farei amanhã... Sinto água gelada por meu corpo e berros no meu ouvido, apesar de conseguir compreender. Me sinto zonza, meus pensamentos confusos... Mas o que está acontecendo? Me arrastam para fora do quarto e escada abaixo. Tento recobrar a consciência e levantar, verifico os arranhões, nada de sangue, suspiro aliviada. Uma sacola é jogada aos meus pés, percebo que não estou sozinha. Vejo mais três garotas, encharcadas com a idade semelhante a minha, não sei quem são nunca parei pra conversar muito com as outras órfãs, minha prioridade sempre foi manter a Yula protegida, mas devo ter visto elas por aí.

- VISTAM-SE - berra a inspetora. - Mas... - tentou dizer uma garota que tinha cabelos mais claros, a inspetora lhe deu uma bofetada que fez a boca da garota sangrar. - Tirem ela daqui! - diz a inspetora e logo surgiu dois homens a arrastando para fora.

- Não.. NÃO.. - ela grita e desaparece pelos corredores, inclusive seus gritos. Nos encaramos por breves segundos e começamos a nos despir.

Cada roupa era diferente, um vestido preto para uma, o que percebi ser bem curto. Uma blusa branca com saia rosa bem justa para a outra. Visto uma saia rodada de linho cor vinho, uma blusa social preta e uma blusa se manga cinza escuro com listras vermelhas nos punhos.

O medo estampava o rosto de todas, a inspetora sai, ouço ela dizer :

- Estão prontas! - escuto passos, muitos...

cinco vampiros bem vestidos param diante de nós. Inclusive o senhor da visita anterior.

- Já fiz a minha parte! Falta a dos senhores. - diz a inspetora. Dois deles entregam algo que não consigo ver, minha visão é bloqueada pelo senhor que fica em minha frente.

Um dos vampiros chama a garota de vestido preto. Ela começa a espernear e protestar. O outo lhe dá um soco a desacordando-a. Eles a carregam para fora. Fecho meus olhos e respiro fundo.

- Senhorita Dorime. - diz o senhor. Me espanto, ao ouvir o sobrenome de minha mãe. Abro os olhos a outra garota já não estava mais lá. - Acompanhe-me por favor. - diz ele. Não reluto e o sigo até as portas dos fundos. Um grande e reluzente automóvel estava parado. Ele abre a porta fazendo menção para que entre. Nunca havia estado dentro de algo assim. O senhor entrou e se sentou defronte a mim.

- Para onde estamos indo? - decidi perguntar, espero não ser espancada ou levar bofetadas por isso.

- Para um instituto. - ele responde secamente. Me alarmo. Como assim? Penso nas outras garotas.

- As outras também foram mandadas para institutos? - pergunto e ele rir. Não como se fosse engraçado, e sim de ironia.

- Suas colegas serviram ao seu propósito. - ele responde me deixando confusa. - Assim como você senhorita Dorime. - diz ele encarando minhas pernas. Não me senti nada tranquila com esse comentário.

- Qual instituto? - pergunto tentando não sentir mais desconforto. - Muito curiosa.. - ele diz encarando meus olhos. - Talvez isso possa ser um problema! - ele fala pensativo.

Apenas me calo, e olha para janela, mesmo não enxergando nada além de escuridão, continuo com o rosto virado.

ARCULEAOnde histórias criam vida. Descubra agora