Capítulo 5

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Tento abrir mais a última gaveta que havia no quarto, porém parecia emperrada ou provavelmente havia algo ali que não era para ser encontrado. Puxo com toda a força que posso e o puxador que havia, saiu em minha mão e a gaveta havia saído um pouco, aparecendo uma pequena fresta do mesmo. Coloco alguns de meus dedos e puxo facilmente, sem parecer nenhum um pouco difícil como antes e um pedaço da madeira racha.

Me surpreendo um pouco com a força que estava em minhas mãos. Penso que talvez fosse a madeira que estava emperrada e ela saiu normalmente depois que mexi nessa gaveta. Afasto os pensamentos estranhos e volto a olhar para dentro daquela chamativa gaveta. Vejo que havia algo que parecia como um álbum de fotos velho e bem empoeirado. Logo ao seu lado, tinha um caderno azul escuro, com algumas folhas maiores que as outras. A última coisa que havia ali, era uma flor. Para ser mais específica, uma rosa branca, que estava morta. A olho por algum tempo, sentindo que era importante a Zayn. A pego na mão, tirando a poeira que havia nela com cuidado, para que não caísse nenhuma pétala. Fecho meus olhos por algum tempo, tentando fazer algo com a flor. Não sabia se iria dar certo, mas algo dentro de mim pedia por isso.

Abro os olhos devagar e vejo que nada havia acontecido. Suspiro com um pouco de frustração e apenas a coloco em cima da cama. Pego o álbum e o caderno, colocando os no chão. Arrumo a gaveta no mesmo lugar, com o rachado na frente e sem o seu pequeno puxador. Pego novamente os dois curiosos objetos que haviam dentro da cômoda e os coloco no grande bolso do moletom. Puxo o capuz e cubro toda minha cabeça com ele.

Ando diretamente até a porta, tentando fazer o mínimo de barulho possível. Após alguns minutos de tortura para não tentar fazer barulho e com sucesso, saio do quarto rapidamente, logo o fechando e seguindo pelo lado direito do corredor escuro. Respiro devagar, para tentar captar cada barulho que poderia fazer.

Passo rapidamente por mais um corredor escuro e logo sinto alguma presença atrás de mim, como se estivesse me perseguindo. Continuo a andar mais rapidamente, fingindo não perceber isso. Avisto as escadas em que havia subido e corro até lá, quando sinto algo em meu ombro. Vejo a grande porta a poucos metros de mim e corro o mais rápido possível. Abro a porta facilmente e antes de a fechar, ouço uma voz baixa, como um sussurro.

- Não volte nunca mais. - a voz era fina, como a de uma criança pequena. A porta se fecha com força, fazendo um grande estrondo. Olho para as escadarias, vendo a grande floresta logo a frente. Suspiro e ando rapidamente até ela. Passo por vários galhos caídos que antes não estavam ali. Dou de ombro e continuo a andar, ainda olhando para trás para cuidar se alguém estava me seguindo.

Pelo céu, dava para perceber que iria amanhecer logo logo, então não estava tão escuro como antes. Faço o caminho até a casa de inverno, para poder de lá, ir até uma cafeteria ou algo assim. Porém, antes de qualquer coisa, irei até meu quarto e trocar de roupa, pois esta estava muito suja. Avisto minha casa de longe e sorrio um pouco.

Subo as escadarias, e entro pela porta da frente, sem fazer barulho algum. Vejo um bilhete em cima do balcão, dizendo que meus pais haviam passado por ali, mas logo foram para as compras, para fazer um almoço em família. Suspiro tristemente, vendo que provavelmente não estaria nesse almoço. Deixo o bilhete no mesmo lugar e ando até meu quarto, indo até o banheiro, arrumando meu cabelo e me olhando no espelho. Assusto-me com meu reflexo. Havia olheiras, ainda que poucas, embaixo de meus olhos, e logo em meu pescoço, havia um grande corte, já cicatrizado. Coloco um cachecol em meu pescoço e logo saio de casa.

Como a casa era em uma lugar isolado, demoraria um pouco para voltar a cidade. Durante todo o caminho, não havia ninguém. Agradeço por isso, porque ainda estava receosa se alguém me veria.

O céu estava cada vez mais claro e suspiro um pouco aliviada, pois a noite não é meu aliado. Os pequenos edifícios começam a aparecer e logo vejo a cafeteria, aparecendo aberta em luzes azuis. Ando um pouco mais devagar para ela, com receio. Paro na frente da porta, e assim que vou empurrar, alguém passa por mim sem nem notar que estava ali. Fico parada olhando o homem se distanciar e percebo que ninguém conseguia me ver. Sinto algumas lágrimas caírem e corro até um beco perto da cafeteria.

Sento-me no chão, cansada e triste. Tiro o cachecol, já sabendo que ninguém iria me ver mesmo. Coloco a mão no bolso do moletom e sinto o álbum de fotos de vulgo ser de Zayn. O pego e abro, vendo algumas fotos velhas e amareladas. Sorrio ao ver a felicidade em uma foto que havia uma mulher rindo, enquanto tinha um garoto sorrindo brincalhão para foto.

Passo alguns minutos vendo todas as fotos que pareciam ser do moreno quando pequeno e logo pego o caderno, provavelmente um diário ou algo do tipo, abrindo no meio do mesmo. Percebo que um fecho de luz bate em meus olhos e percebo que o sol, havia aparecido um pouco. Desço meus olhos para o caderno novamente e vejo varias anotações ali. A letra estava um pouco apagadas, provavelmente por causa do tempo que ficou guardada. Levanto o mesmo para tentar ver se consigo ler melhor e algo cai em minha coxa. Era uma foto de um bebê com meus avós em um lugar desconhecido. Como uma foto de meus avós fora parar nas mãos de Zayn? Por que havia fotos de minha família espalhadas por aquele edifício?

- Você está bem moça? - levanto meu olhar um pouco, percebendo que alguém estava mesmo falando comigo. Abro a boca devagar, ainda tentando processar a informação. Levanto devagar e sorrio animada ao garoto que estava a falar comigo. Bagunço seu cabelo e saio correndo com todas as coisas em minha mão. Voltaria para minha casa e fingiria que nada teria acontecido. Sorrio animada e continuo a correr o caminho que havia acabado de fazer.

Chego perto de casa e paro por um momento. Guardo as coisas de Zayn no bolso e vejo que o carro de meus pais estavam na garagem. Coloco o cachecol em meu pescoço novamente e logo abro a porta, ouvindo meus pais na cozinha. Fecho a porta e logo minha mãe aparece a minha frente, me abraçando.

- Que bom que estas bem! Te deixei sozinha ontem, mas pensei que já tinha sumido! - e ela não faz ideia. - O que você fez meu amor? Caiu? - olho para minhas calças e assinto rapidamente não querendo entrar em detalhes. - Vá tomar banho e se trocar, porque teremos visitas. - Rose pisca para mim. - E tira esse cachecol, nem está frio.

- Quem vai estar aqui? - vou até a cozinha e abraço meu pai por um tempo, querendo ficar mais tempo em seus braços aconchegantes.

- Um amigo seu de infância... - ela sorri para mim de forma maliciosa. Ela estava novamente tentando me juntar com alguém. Só que agora tem um problema, eu estou morta. Reviro os olhos e vou até meu quarto. Nada aconteceu, fique tranquila. Apenas finja que está na sua vida pacata de menina mimada e continue fingindo que a família esta perfeita.

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