Era quatro horas da manhã quando o loiro começou a gritar. Logo sua mãe acordou e correu para o quarto do menor, em seguida gritando para seu marido ajudá-la. O Hemmings mais velho pegou o loiro no colo e ambos os três correram para o hospital. Era a primeira vez em três anos que o garoto tinha uma recaída, o que preocupou seus pais. No hospital deram-no um remédio para o mesmo dormir, enquanto Andrew confortava Liz, que choramingava na sala de espera.
"Vocês podem ir embora, se quiserem" disse o Dr Collins assim que viu a Hemmings quase dormindo nos braços de seu marido.
"E o Luke?" perguntou preocupada.
"Creio que ele deva permanecer por aqui, pelo menos até o fim da semana" respondeu e os olhos dela marejaram novamente. "Não se preocupem, não há nada de errado com seu filho. Só queremos garantir que continue assim" disse tentando confortar a mulher.
"Vamos, Liz. Amanhã voltamos" interviu Andrew. Ela relutou um pouco mas decidiu ir para casa.
Horas depois do sol nascer, Luke acordou.
"Oi" disse um garoto dos cabelos rosa.
"Oi?" disse num tom de pergunta. "Quem é você? O que eu to fazendo aqui?" Luke ainda estava confuso por conta dos remédios.
"Sou o Michael, mas pode me chamar de Mike" disse sorrindo. "Eu ia te perguntar a mesma coisa, Luke"
"Como sabe meu nome?" mesmo que fosse errado, o garoto estava com medo do de cabelos rosa.
"Eu li na sua ficha" respondeu simplesmente. "É Luke de Lucas ou é só Luke mesmo?"
"Só Luke" franziu a testa.
"Entendi" começou a observar o quarto, como uma criança faria. "Ah, o que faz aqui?"
"Eu que devia te perguntar isso, já que aqui é meu quarto" tentou não parecer arrogante, mas aquele garoto estranho estava o incomodando.
"Eu sei que aqui é seu quarto, só queria saber o que faz aqui no hospital" continuou.
"Não é da sua conta" respondeu e o outro ficou o encarando com feição de decepção. Luke podia jurar que viu algumas lágrimas nos olhos de Michael, e se sentiu culpado. "Eu tive uma crise de pânico ontem a noite. E você? O que faz aqui?"
"Não sei" deu de ombros.
"Como assim?" perguntou confuso.
"Eu tenho que ir" levantou-se e foi até a porta, virando-se para dizer: "Até mais, loirinho" sorriu e saiu do quarto, deixando Luke mais confuso que antes.
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"Oh, meu filho" disse Liz beijando seu filho.
"Para com isso mãe" disse sério, mas logo soltou uma risadinha pela expressão de sua mãe. "Eu to bem"
"Tem certeza que não quer ir pra casa?" perguntou. "Eu sei que o médico mandou você ficar, mas posso-"
"Tudo bem, mãe" cortou-a antes que ela fizesse mais drama. "Eu prefiro ficar aqui, só pra garantir" sorriu confortando-a.
Os Hemmings passaram praticamente o dia inteiro ao lado de seu filho, garantindo que o garoto se distraísse com outras coisas e não tivesse tempo para se apavorar com seja-lá-o-que-fosse.
Luke começou a ter ataques de pânico aos onze anos, quando entrou num colégio novo. No começo seus pais não acharam que fosse algo sério, mas logo o estado do garoto piorou e eles tiveram que iniciar um tratamento. Demorou cerca de dois anos para que surtisse algum efeito, mas quando fez, ele não teve mais nenhum ataque - até ontem.
