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No quarto 3 foi quando as coisas começaram a mudar.

Harry pensou que parecia como um quarto normal. Havia uma cadeira no meio do quarto com piso de madeira. Uma lâmpada no canto que fazia o péssimo trabalho de iluminar o lugar, e lançava algumas sombras sobre o chão e as paredes. Esse era o problema. Sombras. Plural. Com a exceção da cadeira, havia outras. Harry mal tinha entrado e já estava apavorado. Foi naquele momento que ele soube que algo não estava certo. Ele nem sequer pensava quando automaticamente tentou abrir a porta de qual ele veio. Estava trancada pelo outro lado. Trancada.

Isso-o deixou atormentado. Alguém estava trancando as portas conforme Harry progredia? Não havia como. Ele teria ouvido. Seria uma trava mecânica que fechava automaticamente? Talvez. Mas o cacheado estava muito assustado para pensar. Ele se virou novamente para o quarto e as sombras tinham sumido. A sombra da cadeira permaneceu, mas as outras se foram. Ele começou a andar lentamente. Ele costumava alucinar quando era criança, então concluiu que as sombras eram um produto de sua imaginação. Começou a se sentir melhor assim que foi para o meio da sala. Olhou para baixo enquanto andava, e foi aí que viu. A sombra. A sombra de Harry não estava lá. Ele mal teve tempo para gritar. Correu o mais rápido que pode para a outra porta e literalmente se atirou, sem pensar, no próximo quarto.

O quarto cômodo foi possivelmente o mais perturbador. Assim que ele fechou a porta, toda a luz pareceu ser sugada para fora e colocada no quarto anterior. Harry ficou ali, rodeado pela escuridão, e não conseguia se mexer. Ele não tem medo do escuro, e nunca teve, mas estava absolutamente aterrorizado. Toda a sua visão tinha-o deixado.

Harry, então ergueu sua mão na frente de seu rosto e se ele não soubesse que havia feito isso, ele nunca seria capaz de imaginar. Não conseguia ouvir nada. Estava um silêncio mortal. Quando você está em uma sala à prova de som, ainda é capaz de se ouvir respirar. Você consegue ouvir a si mesmo estar vivo. Harry não podia.

Começou a tropeçar depois de alguns momentos, a única coisa que ele podia sentir era seu coração batendo rapidamente. Não havia nenhuma porta à vista. Harry não tinha nem sequer certeza se havia uma porta mesmo. O silêncio foi quebrado por um zumbido baixo.

Harry sentiu algo atrás de si. Virou-se bruscamente mas mal conseguia ver seu nariz. Mas ele sabia que era lá. Independentemente do quão escuro estava, Harry sabia que tinha algo lá. O zumbido ficou mais alto, mais perto. Parecia-o  cercar, mas ele sabia que o que quer que estivesse causando o barulho, estava em sua frente, se aproximando.

Deu um passo para trás, ele nunca havia sentido esse tipo de medo. Ele nem conseguiria descrever o verdadeiro medo. Harry não estava nem com medo de morrer, mas sim do modo que isso ia acontecer. Tinha medo do que estava reservado a ele.

Então as luzes piscaram por menos de um segundo e ele viu. Nada. Harry não viu nada e ele sabe que não viu nada lá. O quarto estava novamente mergulhado na escuridão, e o zumbido era agora um guincho selvagem. Harry gritou em protesto, não conseguia ouvir o barulho por mais um maldito minuto. Ele correu para trás, longe do barulho, e começou a procurar pela maçaneta. Se virou e caiu dentro do quarto 5.

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