Harry entrou e fechou a porta atrás de si, seus olhos fechados e seus ouvidos zunindo. O zumbido-o rodea. Assim que a porta fechou, o zumbido se foi. Abriu seus olhos e a porta que ele fechou sumira. Era apenas uma parede agora. Olhou em volta em choque. O quarto era idêntico ao terceiro, a mesma cadeira e lâmpada, mas com a quantidade de sombras corretas dessa vez. A única real diferença é que a porta de saída, e a que ele veio, tinham sumido. Como eu disse antes, Harry não tem problemas anteriores nos termos de instabilidade mental, mas no momento se sentia como se estivesse louco.
Harry não gritou. Não fez um som. No começo ele arranhou suavemente. A parede era resistente, mas ele sabia que a porta estava lá, em algum lugar. Ele apenas sabia que estava. Arranhou onde a maçaneta estava. Arranhou a parede freneticamente com ambas as mãos, suas unhas começaram a ser lixadas pela parede. Caiu silenciosamente de joelho, o único som no quarto era o incessante arranhar contra a parede. Ele sabia que estava lá. A porta estava lá, Harry sabia que estava apenas lá, sabia que se ele pudesse passar pela pared-
"Você está bem?"
Harry pulou do chão e se virou rapidamente. Se encostou contra a parede atrás de si e viu o que falou com ele, e pode ter certeza que ele vai se arrepender por toda a vida por ter virado.
A garotinha usava um vestido branco que descia até seus tornozelos. Ela tinha longos cabelos loiros que desciam até o meio das suas costas, pele branca e olhos azuis. Ela era a coisa mais assustadora que Harry já tinha visto, e ele sabe que nada na vida será tão angustiante como o que ele viu nela. Enquanto Harry a olhava, ele via a jovem menina, mas também via algo mais. Onde ela estava ele via o que parecia com um corpo de um homem maior do que o normal e coberto de pelos. Ele estava nu da cabeça ao dedão do pé, mas sua cabeça não era humana, e seus pés eram cascos. Não era o diabo, mas naquele momento poderia muito bem ter sido. Sua cabeça era a cabeça de um carneiro e o focinho de um lobo. Era horrível, e era como a menininha a frente de Harry. Eles tinham a mesma forma.
Eu não consigo realmente descrever, mas o cacheado via os dois ao mesmo tempo. Eles compartilhavam o mesmo lugar do quarto, mas era como olhar para duas dimensões separadas. Quando Harry olhava a menina, ele via a coisa, e quando ele olhava a coisa, ele via a menina. Harry não conseguia falar. Harry mal conseguia ver. Sua mente estava se revoltando contra o que ele tentava processar. Harry já teve medo antes em sua vida, e ele nunca tinha estado mais assutado do que quando ficou preso no quarto 4, mas isso foi antes do sexto. Harry apenas ficou ali, olhando para o que quer que fosse que falou com ele. Não havia saída. Ele estava preso lá com aquilo. E então ela falou de novo.
"Harry, você deveria ter ouvido"
Quando aquilo falou, ele ouviu palavras da menina, mas a outra coisa falou atrás dse sua mente numa voz que eu não tentarei descrever. Não havia nenhum outro som. A voz apenas continuava repetindo a frase de novo e de novo em sua mente, e ele concordou. Harry não sabia o que fazer. Estava ficando louco e ainda assim ele não conseguia tirar os olhos do que estava em sua frente. Caíu no chão. Pensou que tinha desmaiado, mas o quarto não deixaria isso acontecer. Harry apenas queria que isso terminasse. Harry estava de lado, seus olhos bem apertos e a coisa olhando pra ele.
No chão em sua frente estava correndo um dos ratos de brinquedo do segundo quarto. A casa estava brincando com ele. Mas por alguma razão, ver esse rato fez sua mente voltar de onde quer que ela estivesse, e olhar ao redor do quarto. Ele sairia de lá. Estava determinado a sair daquela casa e nunca mais pensar sobre ela novamente. Harry sabia que esse quarto era o inferno e não estava pronto para ficar lá.
No começo apenas seus olhos se moviam. Harry procurava nas paredes por qualquer tipo de abertura. O quarto não era muito grande, então não demorou muito para que ele checasse tudo. O demônio continuava zombando dele, a voz cada vez mais alta como a coisa parada lá. Colocou sua mão no chão e ficou de quatro, e voltou a explorar a parede atrás de si. Então ele viu algo que não podia acreditar. A coisa estava agora diretamente em suas costas, sussurrando como Harry não deveria ter vindo. Ele sentiu sua respiração em sua nuca, mas se recusou a se virar. Um grande retângulo foi riscado na madeira, com um pequeno entalhe no meio dele. E bem em frente aos seus olhos ele viu um 7 que ele tinha inconscientemente feito na parede. Harry sabia o que era. A porta do quarto 7 estava bem onde a porta do quarto 5 estava a momentos atrás.
Harry não sabia como tinha feito aquilo, talvez tenha sido apenas o seu estado no momento, mas ele tinha criado a porta. Ele sabia que tinha. Na sua loucura ele tinha riscado na parede o que mais precisava, uma saída para o próximo quarto. O quarto 7 estava perto. Ele sabia que o demônio estava bem atrás de si, mas por alguma razão, ele não conseguia o tocar. Fechou seus olhos e colocou ambas as mãos no grande 7 em sua frente. E empurrou. Empurrou o mais forte que pôde. O demônio agora gritava em seus ouvidos. Ele dizia que Harry nunca iria embora Ô dizia que esse era o fim, mas que ele não iria morrer, ele iria ficar lá no quarto 6 com ele. Harry não iria. Empurrou e gritou com todo o seu fôlego. Ele sabia que alguma hora iria atravessar a parede. Cerrou seus olhos e gritou, e então o demônio se foi.
Hrry foi deixado no silêncio. Se virou lentamente e foi saudado com o quarto estando como estava quando entrou, apenas uma cadeira e uma lâmpada. Ele não podia acreditar nisso, mas não teve tempo de se habituar. Virou-se para o 7 e pulou levemente para trás. O que viu foi uma porta. Não a que ele tinha riscado lá, mas uma porta normal com um grande 7 nela. Todo o seu corpo tremia. Harry levou um tempo para girar a maçaneta. Apenas ficou lá, parado por um tempo, encarando a porta. Ele não podia ficar no quarto 6, não podia. Mas se isso foi apenas o quarto 6, não conseguia imaginar o que o aguardava no 7. Deve ter ficado lá por uma hora, apenas olhando para o 7. Finalmente, respirou fundo e girou a maçaneta, abrindo a porta para o quarto 7.
