Harry cambaleou através da porta mentalmente exausto e fisicamente fraco. A porta atrás dele se fechou, e ele se tocou de onde estava. Ele estava fora. Não fora como no quarto 5, ele estava realmente lá fora. Seus olhos ardiam. Harry queria chorar. Caiu de joelhos e tentou levantar, mas não conseguiu. harry estava finalmente fora daquele inferno. Nem sequer se importou com o prêmio que foi prometido. Se virou e viu que a porta que tinha acabado de atravessar era a entrada. Andou até o seu carro e dirigiu para casa, pensando em o quão bom seria tomar um banho.Assim que chegou em casa, se sentiu desconfortável. A alegria de deixar a Casa Sem Fim tinha sumido, e um temor crescia lentamente em seu estômago. Harry parou de pensar nisso e fez seu caminho para a porta da frente.
Entrou e imediatamente subiu para seu quarto. Harry entrou lá e em sua cama estava sua gata Dusty. Ela foi a primeira coisa viva que Harry viu naquela noite, e foi fazer carinho nela. Ela sibilou e bateu na mão de Harry. Recuou em choque, ela nunca tinha agido assim. Ele pensou "tanto faz, ela é uma gata velha mesmo". Harry foi para o banho e se aprontou para o que ele esperava ser uma noite de insônia.
Depois de seu banho, o cacheado foi cozinhar algo. Desceu as escadas e se virou para a sala de estar, e viu o que ficaria para sempre gravado em sua mente. Seus pais, Anne e Des, estavam deitados no chão, nus e cobertos de sangue. Foram mutilados ao ponto de estarem quase identificáveis. Seus membros foram removidos e colocados ao lado dos seus corpos, e suas cabeças em seus peitos, olhando para Harry.
A pior parte eram suas expressões. Eles sorriam, como se estivessem felizes em o ver. Vomitou e começou a chorar lá mesmo. Harry não sabia o que tinha acontecido, eles nem sequer moravam com ele. Harry estava confuso. E então viu. Uma porta que nunca esteve lá antes. Uma porta com um grande 8 riscado com sangue nela.
Harry continuava na casa. Estava em sua sala de estar, mas ainda assim, no quarto 7. O rosto de seus pais sorriram mais ainda assim que Harry percebeu isso. Eles não eram seus pais, não podiam ser. Mas pareciam exatamente como eles.
A porta marcada com um 8 estava do outro lado, depois dos corpos mutilados em sua frente. Harry sabia que tinha que continuar, mas naquele momento ele desistiu. Os rostos sorridentes acabaram com ele, o seguravam lá onde ele estava. Harry vomitou novamente e quase entrou em colapso. E então, o zumbido voltou. Estava mais alto do que nunca, enchia a casa e tremia as paredes. O zumbido obrigo-o a andar.
Então, Harry começou a andar lentamente, indo em direção a porta e aos corpos. Ele mal conseguia ficar em pé, ainda mais andar, e quanto mais perto ele chegava de deus pais, mais perto do suicídio ele estava. As paredes agora tremiam tanto que parecia que desmoronariam, mas ainda assim os rostos sorriam para ele.
Cada vez que Harry se movia, os olhos o seguia. Agora o cacheado estava entre os dois corpos, a alguns metros da porta. As mãos desmembradas rastejaram em sua direção, o tempo todo os rostos continuavam a olha-lo fixamente. Um novo terror tomou conta de se corpo e Harry andou mais rápido. Ele não queria ouvir eles falarem. Não queria que as vozes fossem iguais a dos seus pais. Eles começaram a abrir suas bocas, e agora as mãos estavam a centímetros de seus pés. Em um movimento desesperado, correu até a porta, a abriu, e bateu com ela atrás de si. Quarto 8.
Harry estava farto. Depois do que acabara de acontecer, ele sabia que não tinha mais nada que essa porra de casa pudesse ter que ele não pudesse sobreviver. Não havia nada além do fogo do inferno que ele não estava preparado. Infelizmente Harry subestimou as capacidades da Casa Sem Fim. Infelizmente, as coisas ficaram mais perturbadoras, mais terríveis e mais indescritíveis no quarto 8.
Harry não consegue acreditar no que está vendo na sala 8. De novo, o quarto era uma cópia do quarto 6 e 4, mas sentado na cadeira normalmente vazia, estava um homem. Depois de alguns segundos de descrença, a mente de Harry finalmente aceitou o fato de que o homem sentado lá era ele. Não alguém que parecia com ele, ele é Harry Styles. O cacheado se aproximou. Ele tinha que dar uma olhada melhor, mesmo tendo certeza disso. Ele olhou para Harry que notou lágrimas em seus olhos.
"Por favor.... por favor, não faça isso. Por favor, não me machuque."
"O que?" Harry disse. "Quem é você? Eu não vou te machucar."
"Sim, você vai" Ele soluçava agora. "Você vai me machucar e eu não quero que você faça isso." Ele colocou suas pernas para cima na cadeira e começou a se balançar para frente e para trás. Harry achou realmente bem patético de olhar, principalmente por ele é o Harry, idêntico em todos os sentidos.
"Escute, quem é você?" O cacheado estava agora apenas a alguns metros de seu doppelganger. Foi a mais estranha experiência que Harry teve, estar lá falando com ele mesmo. Harry não estava assustado, mas ficaria logo. "Por que você-?"
"Você vai me machucar, você vai me machucar, se você quer sair você vai me machucar"
"Por que você está falando isso? Apenas se acalme, certo? Vamos tentar entender isso e-" E então Harry viu. O Harry sentado lá estava usando as mesmas roupas que o Harry em pé, exceto por uma pequena mancha vermelha bordada em sua camisa com um número 9"
"Você vai me machucar, você vai me machucar, não, por favor, você vai me machucar..."
Seus olhos não deixaram o pequeno número em seu peito. Harry sabia exatamente o que era. As primeiras portas foram simples, mas depois elas ficaram mais ambíguas. 7 foi arranhada na parede pelas suas próprias mãos. 8 foi marcada com o sangue de seus pais. Mas 9 - esse número era uma pessoa, uma pessoa viva. E o pior, era uma pessoa que parecia exatamente com Harry.
"Harry?" O cacheado teve que perguntar.
"Sim... você vai me machucar, você vai me machucar..."
O outro harry continuou a soluçar e a se balançar. Ele respondeu ao Harry. Ele era Harry, até a voz. Mas aquele 9. O cacheado andou por alguns minutos enquanto ele chorava em sua cadeira. O quarto não tinha nenhuma porta, e assim como o 6, a porta da qual ele veio tinha sumido. Por alguma razão, Harry sabia que arranhar não o levaria a nenhum lugar dessa vez. Estudou as paredes e o chão em volta da cadeira, abaixando a sua cabeça e vendo se tinha algo embaixo dela. Infelizmente, tinha. Embaixo da cadeira tinha uma faca. Junto com ela tinha uma nota onde se lia: Para Harry - Da Gerência.
A sensação em seu estômago quando leu a nota foi algo sinistro. Harry queria vomitar, e a última coisa que Harry queria fazer era remover a faca debaixo da cadeira. O outro Harry continuava a soluçar incontrolavelmente.
Sua mente girava em volta de questões sem respostas. Quem colocou isso lá e como sabiam seu nome? Sem mencionar o fato de que Harry estava ajoelhado no chão frio e também estava sentado naquela cadeira, soluçando e pedindo para não ser machucado por ele mesmo. Isso tudo era muito para processar. A casa e a gerência estavam brincando com ele esse tempo todo. Seus pensamentos, por alguma razão, foram para Zayn, e se ele chegou tão longe ou não. E se ele chegou, se ele conheceu um Zayn Malik soluçando nesta cadeira, se balançando para frente e para trás. Harry expulsou esses pensamentos de sua cabeça, eles não importavam. Harry pegou a faca debaixo da cadeira e imediatamente o outro Harry se calou.
"Harry ," ele disse em sua voz, "o que você pensa que vai fazer?"
Harry se levantou do chão e apertou a faca em sua mão.
"Eu vou sair daqui."
Harry continuava sentado na cadeira, mas estava bem calmo agora. Ele olhou pra Harry com um sorriso fraco. Harry não sabia se ele iria rir ou o estrangular. Lentamente ele se levantou da cadeira e ficou de frente para o cacheado. Era estranho. Sua altura e até a maneira que ele estava eram iguais a Harry. Ele sentiu o cabo de borracha da faca em sua mão e apertou ela mais forte. Ele não sabia o que planejava fazer com isso, mas sentia que ia precisar dela.
"Agora" sua voz era um pouco mais profunda que a de Harry. "Eu vou te machucar. Eu vou te machucar e eu vou te manter aqui" Harry não respondeu. Harry apenas o atacou e o segurou no chão. O cacheado montou nele e olhou para baixo, faca apontada e preparada. Ele olhou para Harry apavorado. Era como se o cacheado estivesse olhando para um espelho. E então, o zumbido retornou, baixo e distante, mas ainda assim ele o sentia em seu corpo. O outro dele olhou para Harry e Harry olhou para si mesmo. O zumbido foi ficando mais alto, e ele sentia algo dentro de si se romper. Com apenas um movimento, ele enfiou a faca na marca em seu peito e rasgou. A escuridão inundou o quarto, e Harry estava caindo.
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