E mais um dia, Louis estava no metrô. Aquilo tinha virado uma rotina desde que ele tinha sido rejeitado na Slade School of Fine Arts. Droga, qual era o problema daqueles caras? Ele pintava tão bem quanto Van Gogh, mas achavam que ele pintava como um Picasso - sinceramente? Louis não achava as obras de arte de Picasso tudo o que falavam, por isso a comparação . Havia alguns artistas que deveriam ser muito mais reconhecidos.
Ou talvez ele fosse apenas um problema. Um dos grandes.O pior de tudo, é que ele ainda tentava encontrar bolsas de estudos, fossem elas nas melhores ou piores faculdades da Inglaterra. Aquele era o sonho de Louis; pintar, e desenhar. Ele vinha fazendo isso desde muito pequeno, porém só percebeu que era amante do assunto aos 13 anos, numa aula específica de artes. O garotinho havia desenhado sem nem mesmo pensar, esboçando um belo rosto, que viria a aparecer frequentemente eu seus pensamentos e rechearia seus cadernos de esboços.
E então, Louis foi empurrado para fora do metrô pela pressa dos passageiros.
×
"Ele estava andando apressado pelos corredores, segurando sua bolsa de ombro ao lado do corpo. Louis jurava que ouvia papéis voando enquanto ele corria pelo enorme local, por conta da sua velocidade.
O garoto parou na soleira da porta, na sala onde três mulheres e três homens o encaravam. Ele quase caía no chão por conta de suas pernas bambas de tanto correr, sua respiração estava entrecortada e acelerada.- Me-me desculpem. Eu perdi o metrô, e-e... - ele ia continuar a falar, porém, foi interrompido pela palma de uma das mulheres se levantar junto ao seu corpo da cadeira de couro.
- Vamos ao que interessa, sim? Não toleraremos essa desculpa novamente como da outra vez. - disse ela seca e rude, ao passo que sentava em sua cadeira.
Louis definitivamente odiava isso.
Com um suspiro, tirou seus pequenos quadros de sua bolsa-carteiro e os colocou em cima da mesa enorme dos jurados, que analisaram o plástico envolto nas telas - mas que droga, eles reparam em tudo!- Pode se retirar da sala por um momento senhor Tomlinson?
Ele apenas fez um sinal positivo com a cabeça e se retirou do local, orando para que não caísse de cara no chão no processo. O garoto - quase homem - suspirou e sentou-se em uma das cadeiras de plástico, deixando o peso do corpo sobre os cotovelos que se apoiavam em seus joelhos.
"Ah, qual é? Por favor, se Deus existe mesmo, me ouça e me ajude com isso. Eu venho procurando bolsas faz quase três anos!"
Era aquele seu pensamento por esse longo período de anos. Louis começara a correr atrás de seu sonho com mais firmeza aos dezoito anos. Ele tinha quase 20.
Aquilo era desperdício de tempo? Ele não sabia, mas tinha certeza que deveria continuar.Seus pensamentos foram interrompidos quando um dos jurados havia o chamado para a sala novamente. Louis entrelaçou as mãos por trás das costas, a fim de tentar evitar que suas maos tremessem por conta da adrenalina.
- Pedimos desculpas senhor Tomlinson, mas não podemos aceitá-lo aqui. Sua arte realmente é muito bela, mas não é o estilo que estamos procurando para aperfeiçoar nesta academia. Sentimos muito.
Ele respirou fundo e andou calmamente para que não caísse aos próprios pés, seguindo em direção às mesas e recolhendo os quadros, os guardando na bolsa sem expressão alguma no rosto.
- Agradeço pela oportunidade de ter o prazer dessa audiência. Obrigado. - fez um breve aceno de cabeça e se retirou da enorme sala requintada."
×
Ao passo que Louis tinha essas lembranças, ele seguia pelas ruas sinuosas e geladas da Inglaterra, após sair daquela maldita audiência.
"Droga, por que esse país tinha de ser tão frio?!"
Ele bufou com suas mãos nos bolsos do casaco que era um tanto chique - ele vestira o seu melhor agasalho para ir até a Slade. Louis se arrependia profundamente de não ter entrado em seu moletom favorito essa manhã.
O de olhos azuis entrou em uma cafeteria barata, a fim de tomar um chá ou qualquer coisa que lhe esquentasse o corpo.Assim que adentrou e fez o pedido, sentou-se em uma das mesas esperando seu tão desejado chocolate quente. Louis suspirou e logo após esse ato, suas mãos coçaram - aquilo era sinal de que ele tivera uma idéia.
E então, pegou seu lápis junto de seu pequeno caderno e se colocou a desenhar. Era novamente aquele garoto de seus sonhos, e dessa vez ele jurava ter visto alguém muito parecido com ele passar para longe da cafeteria.
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sketch of a dream ➻ l.s
RomanceLouis é um jovem frustrado que não conseguira ingressar para a Slade School of Fine Arts - um de seus maiores sonhos desde que descobrira ser um amante da arte. Ele vê um rosto em seus sonhos e o desenha, e isso sempre tira sua concentração nas tare...