Altair pasmou. Afinal, o que significava aquilo que Marina havia acabado de dizer? Acaso seria uma declaração de amor secreto?
— Fico contente que tenha gostado do meu nome.
— Bem, Altair é tão diferente quanto Procyon, mas é mesmo um nome muito bonito — parou de falar e coçou o pescoço, enquanto corava. — Nossa...
— O que foi?
— Não, nada. É só que... Meus Deus, como é que eu digo isso? — desviou o olhar. — Eu estou tão envergonhada. Sei lá... De repente me dei conta de que te tratei com aspereza, e era você!
— Que bobagem — tocou a mão dela, gelada e suada. — Eu poderia ser qualquer um.
— Ah não, não me ajude agora. Eu não mereço a sua piedade, tenho mesmo uma péssima memória — e assim apagou do pensamento de Altair qualquer resquício de esperança. Não, definitivamente, Marina não nutria uma paixão secreta por ele. — Olha só que coisa engraçada. Você acredita que mais cedo eu encontrei a Poly, aqui mesmo na praça de alimentação, e sequer...
A expressão na face de Marina mudou. Hey, peraê! Não era muita coincidência reencontrar os irmãos Procyon Altair e Poliana no mesmo dia, e exatamente no mesmo lugar?
— Ah, por favor, me diga que não.
Ele apenas riu.
Você não sabe o quanto é bom fitá-la desse jeito. Tudo bem, não há nenhuma paixão escondida por mim no fundo do seu coração, ao menos não aparenta haver, mas vê-la corar de vergonha e timidez me força a pensar que sim.
— Acho que viemos aqui para fazer a mesma coisa.
E seu olhar me pergunta: como assim?
— Poly pediu que eu viesse com ela, sabe? Para o caso de o seu irmão não ser o que ela pensava.
Pasmada e sem graça, mas linda!
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Simplesmente Você - Livro 2
Literatura FemininaO que fazer quando o tempo passa e mesmo assim a gente não consegue arrancar aquela pessoa do pensamento? Altair, um rapaz de vinte e um anos, bate os olhos em Marina, uma garota de quinze, e nunca mais a tira da cabeça. Cinco anos e muitos acontec...