O que fazer quando o tempo passa e mesmo assim a gente não consegue arrancar aquela pessoa do pensamento?
Altair, um rapaz de vinte e um anos, bate os olhos em Marina, uma garota de quinze, e nunca mais a tira da cabeça. Cinco anos e muitos acontec...
Levou apenas o tempo de comprar um sorvete no McDonald's, Marina retornou, e lá estavam Rodrigo e Poliana enroscados num superbeijo recheado de línguas. Ela rosnou. Por que será que até mesmo a mais chata de todas as garotas conseguia fazer Rodrigo deixá-la com cara de vela? Pensou em atrapalhá-los, mas terminou apenas suspirando. Que diferença faria se meter entre aqueles dois, se seu pensamento estava mesmo em outro lugar? Fez um estalinho aborrecido com a língua, deu meia volta e seguiu alguns bons passos até a Livraria Mega Store.
Se não fosse pelo dia, aquele passeio seria perfeito: ir ao shopping, comprar um TopSandae de Morango com sorvete de baunilha e entrar na livraria para se apaixonar por mil livros, e terminar comprando somente um. Sim, uma grande tortura para quem é aficionado por leitura: ter pouco dinheiro nessas horas preciosas.
Ela subiu as escadas rolantes, não gostava de se limitar às mesas principais. Por que não vasculhar as prateleiras mais escondidas onde os livros mais antigos costumavam acumular poeira? Não dessa vez. Marina pôs os pés no chão do piso superior da livraria e, surpresa, deu de cara com "Lula, o Filho do Brasil" da escritora e jornalista Denise Paraná.
O quanto já tinha ouvido sobre o filme? Pegou o livro e caminhou até uma das poltronas duplas. Sem dúvida, foi paixão à primeira vista.
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Você desfila pelas alas do Iguatemi e deixa um rastro de encanto que me obriga a te seguir. Seu rumo é a livraria, a única do shopping. Você entra, olha depressa as seguidas e chamativas pilhas de lançamentos e segue rapidamente até o primeiro andar.
A garota não tão magra quanto há cinco anos, de cabelos loiros, lisos e meio compridos, ainda como quando nos conhecemos, não parece do tipo que se deixa influenciar pela beleza das principais e coloridas ilhas. Mas o quê? Você pega um livro, um lançamento nacional, e, como se estivesse arrebatadamente apaixonada, vai em direção a uma das poltronas.
Frenesi...
Seu vício é idêntico ao meu, e isso me atrai ainda mais. Por que não fazer o mesmo? Acaso isso te ajudará a perceber o motivo pelo qual estou aqui?
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