Capítulo 2 (Parte 2)

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- Esta é a vantagem de ser um bando - disse Sol com jovialidade, o rosto largo vincando-se em um sorriso cruel. - Nunca estamos verdadeiramente sós. Elijah calculou que pelo menos cinco lobisomens haviam se unido a eles. - Seu irmão não pagou pelo sangue que derramou - escarneceu uma voz ao lado dele. Parecia familiar, talvez o filho mais novo de Sol. - Ainda assim, vocês simplesmente entram aqui pensando que tudo será perdoado? - O grupo lhe fez eco com murmúrios sombrios de concordância. Elijah mostrou as presas e sorriu com malícia enquanto o lobisomem dava um passo para trás, hesitante. O nome dele era Louis, lembrou-se Elijah, e, ao contrário do irmão magro, herdara a altura e o porte pesado do pai. É por isso que os Mikaelson precisam ficar unidos , pensou Elijah, irritado. Para o seu "bando", seis lobisomens não seriam nada. Apanhado sozinho, ele teria de improvisar. - Sol - começou ele, enquanto mãos fortes agarravam o colarinho da camisa branca. - Levem-no para fora - ordenou Sol em voz baixa, e Elijah foi praticamente erguido do chão. Conseguiu ter equilíbrio suficiente para sair do chão e girar-se para trás do círculo de lobisomens. Atacou com os punhos, sem notar quem atingia, desde que fizesse contato. Um lobisomem moreno de olhos verdes impressionantes aproximou-se o bastante para esmurrar as costelas de Elijah, que retribuiu quebrando seu braço. O estalo que se seguiu foi nauseante. Louis tirou o companheiro ferido do caminho numa tentativa de atingir Elijah e o vampiro acompanhou atentamente seu progresso. Louis era consideravelmente maior do que os outros lobisomens e só um dos lacaios de Sol estava efetivamente fora de combate. Outro golpe atingiu o rim de Elijah: estava mais uma vez cercado. Virou-se mais rápido do que o olho humano pode acompanhar para fazer frente ao novo agressor, percebendo tarde demais que dera as costas ao mais formidável de seus inimigos. Antes que Elijah pudesse pensar em um jeito de se defender de Louis, ouviu o gigantesco lobisomem gritar de dor e cair no chão. Klaus se postava atrás dele, os olhos e a boca destacando-se nitidamente contra a fúria lívida de seu rosto. Elijah esperou pelo ataque seguinte, mas neste momento Rebekah juntou-se a eles. Sua mão branca e magra pousou na manga de Sol, com um aperto mortal. Embora a cara larga do lobisomem ainda fervesse de raiva, Elijah sabia que Solomon tinha inteligência para calcular suas chances. Juntos, os três vampiros Originais não eram presas fáceis para ninguém. - Agora basta - avisou Rebekah, a voz baixa e a ameaça implícita. Louis levantou-se com dificuldade, espanando o paletó amarrotado e parecendo completamente homicida. Mas a obediência venceu a fúria e ele procurou a deixa no pai. - Estamos aqui para comemorar o noivado de Armand - concordou Sol depois de um longo momento. - Esta não é a noite para tratarmos do problema da escória da cidade. - Os lobisomens à volta deles começaram a se afastar para a multidão, sendo Louis o último a sair. Quando restaram apenas os três vampiros, Sol ajeitou a gravata. - Pense bem em como vocês três se enquadram aqui - aconselhou ele com frieza. - Graças a esta aliança, agora nós e os bruxos podemos dedicar mais atenção à limpeza desta cidade. Vocês talvez descubram que ficarão mais à vontade em outro lugar. Solomon virou e se foi. Elijah aproximou-se dos irmãos. Rebekah ainda olhava o salão cautelosamente, mas Klaus tinha olhos apenas para as costas de Sol. - E então - começou Klaus alegremente -, creio ter ouvido algo sobre uma "aliança"? - Não comece - vociferou Rebekah. Mesmo enquanto falava com Klaus, seus olhos castanhos percorriam Elijah de cima a baixo, procurando algum sinal de ferimento grave. - Sabe muito bem por que não lhe falamos do pacto. - Elijah sabia que Klaus compreendia, mas era esse o problema. - E você - ela se irritou, empurrando com força o peito de Elijah. - O que estava pensando, criando briga esta noite, justo hoje? Já não basta Niklaus? - Talvez fosse melhor termos ficado em casa - admitiu Elijah, esfregando o peito com tristeza -, mas eu podia ter usado outros Niklaus depois que eles partiram para cima de mim. - Ele se virou para sorrir em agradecimento ao irmão, mas, para sua surpresa, percebeu que Klaus agora observava Vivianne disfarçadamente.
Rebekah também deve ter visto, porque se meteu entre eles, cortando a linha de visão de seu irmão para a meia-bruxa. - Isto é sério - argumentou ela com urgência. - Nosso lugar aqui já é precário, mas os lobisomens agora terão mais influência. Com Sol no ouvido deles, os bruxos podem decidir parar de nos ignorar. - Você sabe o que eu vou sugerir. - Klaus se curvou um pouco, tentando ter outro vislumbre da noiva. - Exército, massacre, segurança. - Nada de exército - discordou Elijah com veemência. - Não podemos romper o acordo. Basta um único vampiro novo para que eles tenham a desculpa de que precisam. Eles não vão apenas nos expulsar; vão se unir para nos destruir. Rebekah olhou de Klaus para Vivianne e voltou ao irmão, pensativa. - Mas já existe um exército aqui - refletiu. - Os franceses têm um acampamento permanente a poucos quilômetros. São humanos, evidentemente, mas transformá-los não pode ser o único jeito de trazê-los para nosso lado. Temos outros métodos de persuasão. Não é verdade, Niklaus? Klaus franziu a testa, surpreso, mas Elijah percebeu onde Rebekah queria chegar. - As pessoas fazem tolices por amor - concordou pensativamente Elijah -, e um pouco de influência tampouco fará mal à nossa causa. - Elijah sabia que, pelo menos por enquanto, Klaus estava de volta ao grupo. - Minha irmã, a general - brincou Klaus, quase com entusiasmo. - Seduzir todo o exército francês deve ser um desafio novo e interessante para você. Rebekah riu e por um momento Elijah mais uma vez se lembrou de todos quando crianças - quando humanos. - Creio que bastará seduzir apenas o capitão - disse ela com cautela. - Soldados obedecem ordens. - Muito sem graça - respondeu Klaus com um sorriso exagerado, enganchando o braço de Rebekah no dele.
- E por falar nisso, esta festa ficou terrivelmente banal. Vamos procurar algo para comer. - Deixe que continue respirando - alertou Elijah a meia-voz, mas não impediu inteiramente que o sorriso se formasse nos lábios.

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⏰ Última atualização: Jul 13, 2016 ⏰

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