1722. "Entrar de penetra" em uma festa soava lindamente destrutivo, mas Klaus achou a realidade uma decepção. Havia sido fácil demais conseguir ser convidado, e os lembretes constantes de Elijah de que a violência era proibida mostraram-se inteiramente desnecessários. O que esperava por eles dentro do palacete era apenas uma festa comum. Bruxos e lobisomens bebiam e dançavam com sua própria espécie, cada um deles lançando ocasionais olhares desdenhosos aos integrantes do outro clã. O salão de baile era sufocante e os criados humanos andavam entorpecidos pela multidão, controlados por algum feitiço que os tornava tão sem graça quanto todo o resto. Klaus não entendia por que o irmão estivera tão ansioso para comparecer a este evento, mas o raciocínio de Elijah era frequentemente heterodoxo.
Uma jovem com os olhos de gazela lhe entregou uma taça de champanhe e Klaus provou da bebida com entusiasmo. Devia ser de boa qualidade, mas não causou-lhe nenhuma impressão real. Afinal, não era o melhor juiz para drinques servidos em companhia social.
- Espere - chamou ele, e a jovem se virou obedientemente, ainda equilibrando a bandeja de taças numa das mãos. Klaus se aproximou dela, vendo o brilho mel de seus cabelos e a pulsação suave no pescoço. - Preciso de um pouco de ar - improvisou - Pode me mostrar o jardim?
A humana hesitou por um momento, seus lábios separados como se soubesse que devia declinar, mas não podia. Ela baixou a bandeja e Klaus a seguiu à margem do deslumbrante salão. Ele a pegou antes que a porta estivesse inteiramente fechada, os olhos se adaptando de imediato à escuridão do jardim. Sua mão direita cobriu a boca da menina, abafando qualquer som que pudesse escapar, enquanto a esquerda afastava o cabelo da pele do pescoço. Ele sentiu seus dentes se estenderem e afiarem enquanto olhava o pescoço liso. Suas presas procuraram a pulsação da garota, cravaram-se em seu pescoço liso. Suas presas fixaram ali, e o sangue quente lhe fluiu à boca.
A mente de Klaus já estava longe quando o coração da garota começou a fraquejar. Seus olhos percorreram o jardim enluarado, procurando por esconderijos. No minuto em que a garçonete morreu, ele a carregou até um muro coberto de madressilvas e a escondeu em meio as trepadeiras. Klaus não se deu ao trabalho de inspecionar seu trabalho com muita atenção. Deixar a festa tediosa por uma morte tediosa fez com que seu humor ficasse inesperadamente pior.
Ele voltou pelas portas duplas entalhadas, assaltado brevemente pela luz e a música. Sua volta passou quase inteiramente despercebida, mas não tanto. O brilho de uma dúzia de lustres cintilava em uma pilha de cachos louros e perfeitos, e um par de olhos castanhos e sérios estava fixo em seu rosto.
Rebekah devia estar espionando para Elijah e alimentando a estranha obsessão dele em "se encaixar". Certificando-se de que o meio-irmão rebelde não fizesse nada que colocasse em risco seus brilhantes planos.
Juntos, os três vampiros Originais poderiam tomar posse desta nova cidade num segundo, tornando-a uma fortaleza contra o inimigo que os perseguia. Em vez disso, passaram nove longos anos escondendo-se em cantos escuros, alimentando-se apenas quando necessário e tentando fazer amizade com os moradores. Klaus concordara com tudo isso temporariamente, mas não podiam esperar que ele abrisse mão de toda a diversão enquanto se curvava aos esquemas de Elijah.
Enojado, ele se afastou da irmã, apenas para notar que era observado por outra pessoa. A garota que olhava em sua direção era uma das bruxas, pensou ele, embora tivesse quase certeza de tê-la visto dançando com um lobisomem desengonçado. Uma jovem e linda bruxa que não tinha medo de se afastar de sua própria espécie? Isto podia ser agradável e até redimir esta festa pavorosa. Com o cabelo preto, a pele de porcelana e olhos intensamente negros, ela quase podia ter sido uma vampira, mas Klaus sabia que os feitiços que enchiam sua linda cabeça não eram nada quando comparados com o poder dele. O vampiro se imaginou abrindo a pele branca de seu pescoço; podia ouvi-la implorando por isso. Klaus podia ser o último homem a absorver a luz que parecia se irradiar dela antes de apaga-la para sempre.
Ele observou a jovem bruxa andar pelo salão, parando para conversar e dançar aqui e ali. De vez em quando, seus olhos negros e brilhantes encontravam os dele e se desviavam rapidamente. Klaus se aproximou, seguindo-a entre os vestidos de baile e casacas, feito um tigre deslizando pela relva alta.
A música mudou e os dançarinos obedientemente separaram-se em grupos de oito, um casal em cada canto. Klaus acabou em um grupo do outro lado de sua nova presa - seria sua imaginação, ou ela começava a se afastar quando viu que ele se aproximava? -, mas isso seria facilmente remediado. Os dançarinos batiam os pés e se viravam com a música, e Klaus deixou que o levassem à garota. Ele observou até que ela estivesse logo às suas costas e então girou o corpo.
- Permite-me interromper? - Perguntou, sem rodeios e sem esperar por uma resposta, puxando-a nos braços.
O parceiro dela gaguejou alguma coisa e se afastou. Klaus nem se incomodou em vê-lo partir.
Os lábios vermelhos da garota se ergueram em um sorriso pesaroso.
- Pobre Gerald. - Ela suspirou, seus olhos negros brilhando à luz das velas. - Creio que ele não tenha visto você se aproximar.
- Penso que você, sim, Mademoiselle - retorquiu Klaus, girando-a para longe de seu corpo e a trazendo de volta, desta vez para mais perto.
- Vivianne - respondeu ela, erguendo com expectativa os dedos enluvados.
Ele virou sua mão para beijar a face interna do pulso, deixando que os lábios se demorassem na pele um pouco mais do que o habitual. Ela não ruborizou como faria a maioria das garotas de sua idade; apenas ergueu uma sobrancelha cética.
- Niklaus Mikaelson - respondeu ele. - É uma honra.
- Estou certa que sim - disse Vivianne em voz baixa. Ela virou o rosto distraída. Depois voltou a olhá-lo e sorriu, e foi como se o sol tivesse aparecido; deslumbrante, poderoso e perigoso. - Quem, aliás, o arrastou a este evento tedioso? Ou você simplesmente entrou por acaso e perdeu a saída de vista?---------------------------------------------
Hey gente, espero que gostem do livro! Sei que a Julie (autora) se empenhou bastante nele!
Peço que votem e comentem oq acharam da parte 1 e oq acham que irá acontecer na parte 2!Até a próxima!
Beijos xx
Ana
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The Originals: A Ascensão
De TodoJuntos, os três vampiros Originais poderiam tomar posse desta nova cidade num segundo, tornando-a uma fortaleza contra o inimigo que os perseguia. Em vez disso, passaram nove longos anos escondendo-se em cantos escuros, alimentando-se apenas quando...