Capítulo 1 ( Parte 2)

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Klaus notou Elijah observando-o do canto do salão. Os olhos castanhos do irmão estavam cravados nele, investigativos. Elijah fez um gesto brusco com a cabeça, tentando chamar sua atenção sem que ninguém mais percebesse. Klaus o olhou fixamente e com curiosidade, intrigado com a veemência de seu protesto silencioso.
- Meus irmãos garantiram-me que esta festa seria o evento social da temporada - respondeu ele. - Eu não estava convencido, mas certamente melhorou drasticamente nos últimos minutos.
A sobrancelha de Vivianne se ergueu outra vez; ele não sabia se ela ficara lisonjeada ou se apenas se divertia.
- Eu não teria pensado que você é do tipo de homem que gosta de dança de salão.
- Nem eu. - A música indicou uma mudança de parceiros, mas Klaus fuzilou com os olhos o jovem que estendia a mão para Vivianne. - Não levo muito jeito para isso - admitiu ele -, mas você dança lindamente. Não sabia que está cidade revelaria jovens tão elegantes. Você já viajou?
Os olhos de ônix da garota brilharam de malícia.
- Creio que você quer que eu saiba de suas viagens - interpretou ela com secura. - Deve ter visto coisas extraordinárias.
- Ah, eu vi. - Visões de arrepiar o cabelo, mas Klaus poupar esses assuntos para outro momento mais íntimo. - Mas você não respondeu, Mademoiselle Vivianne. - Na realidade, ele percebeu, ela nem mesmo lhe dissera seu sobrenome.
Ela chegou mais perto do peito dele do que a dança exigia.
- Deve ser terrivelmente perturbador para você. - O sarcasmo pingava de sua voz, como mel misturado com sangue. - Tenho certeza de que está acostumado a conseguir o que quer.
Um riso curto e surpreso explodiu da garganta de Klaus.
- Ah, misteriosa Vivianne, penso que eu preferiria ser rejeitado por você a conseguir qualquer coisa com outra esta noite.
- Não deve ofender a lista de convidados - repreendeu ela, jocosamente. - Pelo que sabe, eu posso ter convidado todas essas pessoas. Podem ser quinhentos dos meus amigos mais íntimos.
- Metade deles pode ser, de qualquer modo. - A divisão entre os dois clãs ainda era evidente; não havia lobisomens do lado deles do salão.
- A paz é uma coisa maravilhosa - respondeu Vivianne, com tal mansidão que ele suspeitou que ela pensasse algo bem diferente.
A longa guerra entre bruxos e lobisomens de Nova Orleans finalmente se aproximava do fim e Klaus parecia o único que preferia não comemorar. Seria possível que esta bruxa tivesse suas dúvidas a respeito da trégua? Para Elijah, inflexível, a guerra deveria continuar sem nenhuma interferência dos vampiros, mas se algumas bruxas estivessem insatisfeitas.... Esta jovem encantadora podia ser muito mais do que uma simples refeição.
Klaus percebeu que sorria genuinamente pela primeira vez naquela noite. Talvez devesse deixar que a linda bruxa vivesse; Nova Orleans ficava menos monótona com sua presença.
- Terei de ficar perto de você e tomar de empréstimo parte de sua popularidade - provocou ele. - Não creio ter muitos amigos aqui.
- Que sorte que eu esteja presente para protegê-lo de todas essas pessoas horríveis. - Ela revirou os olhos com desdém, por um breve momento parecendo a menina que era.
Ele sorriu com malícia.
- Proteger os inocentes é o que eu faço, Mademoiselle. Estou surpreso que minha reputação não tenha me procedido.
A música terminou e os dançarinos também pararam. Vivianne ficou na ponta dos pés, colocando o rosto tão perto do de Klaus que ele podia ter mordido seus lábios.
- Ah, mas ela procedeu - sussurrou Vivianne, seu sorriso maldoso bloqueando todo o resto no salão decadente.
Ela estendeu a mão para tocá-lo, acariciando o canto da boca de Klaus com um dedo longo. Ele se virou para beijá-la, para devorá-la, mas ela saiu de seus braços e ele viu que a ponta do dedo de Vivianne ficara vermelha. Um pouco de sangue da garçonete, esquecido; devia estar ali o tempo todo.
Vivianne estava na metade de sua travessia pelo salão quando ele pensou em segui-la e, antes que pudesse se mexer, trombetas soaram uma alegoria comemorativa. Frustrado, Klaus esperou, impaciente porém confiante, de que em breve haveria uma oportunidade melhor e mais reservada de pegá-la.
- Senhoras, senhores, convidados distintos - disse uma voz, silenciando a tagarelice em volta deles. - É um grande prazer recebê-los na mais feliz das ocasiões. Tenho a honra de apresentar-lhes, pela primeira vez como um casal de noivos, Armand Navarro e Vivianne Lescheres. - Vivianne se colocou ao lado do lobisomem que Klaus vira com ela mais cedo, passando o braço pelo dele como se os dois nunca tivessem se separado. Seu sorriso estava inteiramente luminoso quando ela ergueu o braço branco e acenou para os convidados.
O salão explodiu em um frenesi de aplausos e gritos, mas Klaus ficou imóvel. De súbito, a festa fez todo o sentido. Não estavam apenas comemorando o fim da guerra; a estavam selando com sangue. Os Navarro eram a família de lobisomens mais importantes de Nova Orleans; assim, um Navarro casando-se com uma bruxa... E, se eles concordaram, Vivianne devia ser uma bruxa extraordinária.
Klaus estreitou os olhos. Era de fato extraordinária. Devia ter sido ela que ouvira falar: a filha de uma bruxa com um lobisomem. Ele sempre desprezou esses boatos, julgando-os tolices; entretanto, a filha dos dois clãs colocou-se diante dele, com um coração pulsante.
Quando Elijah falou da festa, não incluiu alguns detalhes importantes - e o único motivo em que Klaus podia pensar era que seu irmão não confiava que ele não interferiria no acordo selado bem debaixo do nariz de todos.
Mas alguém deveria interferir. Klaus sentia-se mais seguro quando seus rivais se odiavam tanto quanto ele. Além disso, Vivianne era boa demais para ser desperdiçada com um lobisomem.
- Ela não serve para você, Niklaus - repreendeu Rebekah, aparecendo junto ao seu braço. - A preparação desta aliança levou uma geração inteira. Interferir nela está fora de cogitação, portanto, esqueça que ela existe.
Klaus observou Vivianne dançar com o noivo. Seu corpo leve movia-se com graça pelo chão, a saia seguindo um instante depois como um eco. Ele não respondeu a Rebekah; não era necessário. Ambos sabiam que o alerta chegara tarde demais

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Até a próxima!
Beijos xx
Ana

The Originals: A AscensãoOnde histórias criam vida. Descubra agora