Em Qualquer Lugar que o Vento sopre

capítulo 3

Suspirei e falei a verdade para minha mãe como me prometi que faria. Afinal, vim parar no hospital graças a uma mentira.
- mãe, eu matei um homem. Apontei a arma, puxei o gatilho e agora ele está morto. Assim como eu infelizmente não estou nesse exato instante. A culpa foi tanta, não aguentei mãe. Tirei uma vida que não conhecia. Não fazia idéia de quem era. Não sofri nenhuma punição física. Vivi a vida miseravelmente. E a única maneira de acabar com isso era tirando minha própria vida.
Olhei ao meu redor... as pessoas em suas macas lutando por suas vidas, foram vítimas de uma doença, assim como eu. O médico em seu jaleco branco disse que eu sofria de certos disturbios mentais que me fazem ter impulsos homicidas. Eu deveria estar em uma prisão mas estou em um hospital cheio de pessoas que desejam ter seus corações batendo pelo máximo de tempo possível. E eu contando os segundos para conseguir me matar antes que mate outra pessoa inocente. Na verdade foi isso que me trouxe até aqui. Acho que não calculei certo a dose do remédio que eu teria que tomar para que meu sangue parasse de correr por minhas veias.
-por que você fez isso?- sua voz estava fragilizada cachoeiras escorriam por suas bochechas- poderíamos resolver juntos, você não precisa ir, é tão jovem.
-me deixe ir! Me deixe ir!- Eu me debatia na maca enquanto gritava, a agulha que injetava soro no meu braço se soltou. Depois só senti uma picada no braço e uma dormencia no corpo. Eu havia recebido um anestésico e calculei que tinha poucos segundos antes que a droga me fizesse perder a consciência.
-me deixe ir!
-Não! NÃO! NAO!- Ela diz com olhos borrados de lágrimas.-Nunca ...
O resto se perdeu na droga que já corre por todo o meu corpo.
Palhaços me assombram eu meus sonhos. Eles tem o rosto do homem que matei. São baixos como greg e dançam fandango, minha ex namorada também dançava fandango...