Elena
Quartos, TorresAcordei com a sensação de me sentir completa. E vários flashbacks felizes e tristes percorrem pela minha mente. Eu me lembrei! Eu me lembrei de tudo! Finalmente recuperei minha memoria!
Sou interrompida dos meus pensamentos quando ouço uma batida na porta. Numa correria abro a porta e quando reparo que era John fecho a porta na sua cara. Encostando-me na mesma.
—Qual é Elena? Abra a porta por favor - ele pede enquanto batuca outra vez na porta. Que chato
Cada vez que ele batia na maldita porta mais lembranças passavam diante dos meus olhos sufocando me, pois tudo o que agora me surgia na cabeça eram versões de mim, mas versões horriveis. Nem acredito que alguma vez eu pude ser assim.
E agora lembro-me perfeitamente, o que aconteceu no dia da minha "morte".
O nosso grupo estava a vandalizar um prédio pois íamos grafitar e gravar videos, mas entretanto a polícia chega e apanha-nos, levando-nos para a esquadra.
Alguns ainda conseguiram fugir, mas para meu azar, eu fui apanhada.
Não fiquei lá por muito tempo, pois ligaram ao meu pai, e ele acabou por pagar para eu sair de lá. Mas o pior estava para vir, pois meu pai é muito rigoroso. E eu sei que ele vai me matar.
—Quantas vezes tenho de meter juízo na sua cabeça Elena! Já estou ficando cheio dessas suas atitudes! - ele agarra em meu braço fortemente
—Eu não sou nenhum bebê para você me tratar dessa maneira! - arranco sua mão do meu braço, massajando a parte magoada.
—Então pare de se comportar como tal! - ele grita a última parte fazendo-me estremecer - Olhe para você Elena... Você não está pensando racionalmente, se continuar com isto, não vai puder ter um bom emprego, e vai acabar por lavar escadas. É isso que você quer para a sua vida?
—Pare de ser dramático - murmuro desviando o meu olhar para as minhas adidas.
—Eu não estou sendo dramático, estou apenas sendo realista. Eu não vou viver para sempre, e o dinheiro não te vai puder salvar por muito tempo. Não acha que é altura para parar de se armar em criançinha, e ficar madura? - reviro os olhos - Eu estou fazendo isso para o seu bem, você ainda me vai agradecer um dia. E por favor apenas pense na sua vida de forma madura.
Após pedir isto ele retira-se, e parece que simplesmente a realidade caiu em mim como um raio, e que finalmente percebi que estava planejando mal minha vida.
Quando ia mandar uma mensagem a John, uma menina loira esbarra em mim, mas antes de seguir o seu caminho pede me desculpa.
Logo pego no meu telemóvel do chão, e graças a Deus ele não rachou.
Mando a mensagem ao John a pedir para acabarmos e quando ia ligar a minha melhor amiga para me desculpar, sinto uma dor horrível e aguda no meu ombro, e apagei.
Ouço outra batida na porta, e acabo por abrir a porta.
—O que você quer? - pergunto cansada
—Já recuperou a memória não recuperou? - ele pergunta incomodado
—Já - digo envergonhada - E fica sabendo que nunca mais quero ser a pessoa que era.
—Eu também não quero - ele diz aproximando-se, e por algum motivo eu não consegui me afastar, se calhar porque eu acho que ainda gosto dele - Eu te amo, e se for preciso mudar, eu mudarei por você.
—Mesmo assim não sei, tenho medo que tudo volta como antes. Eu não quero mais desiludir meu pai - digo com uma voz chorosa.
—O seu pai gosta muito de você, nunca dúvide disso! - ele murmura puxando me para um abraço.
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A Lenda Do Amanhã
AdventureEramos seis adolescentes, cada um de nós não tínhamos ideia de como paramos aqui. As árvores eram brilhantes, a grama impecável e a água dava para ver as pedras abaixo delas. Avisto uma garota loira dos olhos azuis e corro até ela com os passos das...