6- SEQUESTRADO?

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No começo, só ouvi a explosão, e depois o barulho de entulho contra entulho. Deu certo. O desabamento aconteceu. ADEUS, Fábricas Malory.
Às vezes eu me confundo, ainda penso que sou aquela garotinha, de 16 anos. Boba, frágil e sem nenhum tipo de imunidade. Agora eu estou diferente, eu estou melhor. E posso fazer coisas, acabar com a fábrica Malory foi só uma delas. Tudo estava apenas começando.
A golpista da minha "mãe" havia se casado com um dos mais ricos homens de Truee Valle, a cidade havia crescido desde a última vez que estive aqui, há 8 anos atrás, havia prédios, fábricas e um monte de outras coisas. Aquela fábrica era apenas uma parcela, algo pequeno para o Sr. Malory. O grande homem que fabricava carros. E eu consegui destruir. Havia várias outras fábricas dele espalhadas pelo mundo. E aquilo foi mais como um aviso.
Meu celular tocou, e eu desloquei para atende-lo. Foi realmente muito bem feito o serviço.
- Sra. Spell, deu tudo certo.
- Obrigado, Alexandre, fiquei sabendo. -Falei. Alexandre era um dos caras que contratei para explodir a fábrica.
- A senhorita está satisfeita? -Ele sempre muito prestativo.
- Claro que sim!-respondi. -Agora tenho que ir-Desliguei o celular. A brisa do inverno invadia minha varanda. Eu tinha comprado uma linda casa, afastada, mas que dava para ver tudo muito bem. Segurei a xícara de café, que esquentava a minha mão. E tive um pressentimento: aquilo só estava começando. E dessa vez, eu era a jogadora principal.

Naquele dia acordei mais cedo, pronta para ir trabalhar. Mesmo rica, milionária, poderosíssima eu ainda estava afim de ganhar mais. Vai que alguma coisa desse errado e eu perdesse tudo? Por isso montei uma agência de publicidade que faturava bastante, e tinha arrastado uma filial comigo, para poder ver tudo de perto. Eu mudei de nome, isso por causa de algo que aconteceu há muito tempo atrás, e me ajudaria bastante com algo que estava prestes a fazer.

Depois de um dia inteiro trabalhando, resolvi sair do meu escritório. Não havia ninguém trabalhado, exceto um garoto, que eu havia escolhido a dedo para estar ali: Hugo McMara. Que deveria ter uns 18 anos.
- Senhorita Spell, tudo bem? -Ele perguntou, um pouco assustado por eu estar tão perto de sua mesa.
- Tudo sim, Hugo... Mas não por muito tempo.

Depois de dirigir por alguma horas até o interior da cidade, joguei o corpo de Hugo em uma floresta. Sai do carro e tirei uma foto, aonde ele aparecia desmaiado, com a cabeça cheia de sangue. Assim que uns dos meus telefones descartáveis deu sinal eu enviei a foto.
"olhe só, parece que alguém terá que voltar para casa sozinho, não é mesmo? Se ele sobreviver, é claro. Vão para outra cidade, ou coisas piores irão acontecer"
Enviei a foto para Sam, o pai do garoto. O infeliz que ajudou Valentina a me tirar do hospital. Um a um, eu iria destruí-los. Todos eles. Claro que Hugo não morreu de verdade, estava apenas desmaiado, e claro que a foto de apagaria a alguns minutos depois de vista. Eu queria assusta-los, e o que eles fizeram nem foi tão grave assim. Mas a vingança era a única coisa que me mantinha viva. Faria todos eles pagarem, todos os cúmplices pagariam.

Assim que cheguei na cidade peguei meu celular, e liguei para a polícia.
-Socorro! -Gritei para a atendente- sequestraram o meu estagiário! A gente foi comer um lanche e... Pegaram ele!
-Calma senhora! -disse a atendente- com que falo? Aonde está?
-Sou Elora Spell- falei meu falso nome. - e estou no Subway da cidade. -Desliguei o celular, e dei um sorriso que não consegui segurar.

Foi fácil executar meu plano: estacionei meu carro na frente da lanchonete, e um dos meus hackers estava fazendo a câmera de segurança falhar. Um outro carro esperava por mim nos fundos, Alexandre entrou, sentou ao lado de Hugo, com um capuz preto da blusa de frio cobrindo o rosto, com uma arma por baixo da blusa falou exatamente o que tinha que falar, mandou eu e Hugo irmos para os fundos, lá, aonde não havia câmeras, apenas o carro preto que eu havia comprado exatamente para isso em nome de Vânia Masart, que já havia morrido, Alexandre acertou Hugo. E eu, em todo momento me fazendo de vítima. Levei Hugo para floresta pessoalmente, eu queria que tudo saísse extremamente como eu queria, afinal, queria começar suprema. Depois eu voltei, a câmera falhou, novamente e aqui estou, dizendo que Hugo foi sequestrado por um homem que sentou ao nosso lado, com uma arma, para não gritarmos.

Claro, existem sequestros muito piores do que esse.

SEQUESTRADAOnde histórias criam vida. Descubra agora