Estela

Prolongo

Era uma noite escura, poucos carros passavam pela rua, alguns postes de luz estavam queimados, aquele era sem sombra de dúvidas um lugar perigoso, mas também um lugar perfeito para se abandonar um corpo.
Em um beco naquela rua pouco visitada, e perigosa em que a jovem Estela de 16 anos estava se livrando de um corpo. Aquela não era uma cena anormal para a jovem, ela fazia aquilo a pouco mais de dois anos sempre que sentia vontade.

A jovem não sentia empatia, não se importava com os outros, e nunca teve algo que poderia ser classificado como sentimentos, uma perfeita sociopata, ou melhor psicopata. Ela poderia nunca ter experimentado sentimentos, mas conseguia fingir que tinha. Seus pais biológicos eram seriais killers, e quando Estela tinha seis anos eles foram presos e condenados a morte na cadeira elétrica, por causa disso ela teve que passar por diversos psicólogos antes de ser entregue a um orfanato, ela já era "estragada" na época por isso poderia ser uma especialista em burlar qualquer teste psicológico. Estela não ficou em um orfanato por muito tempo, pois foi adotada por um casal gentil e amoroso que por razões de trabalho quase nunca ficavam em casa.

Assim que a jovem terminou de fazer o que ela chamava de "obra de arte" saiu daquele beco escuro, e caminhou pelas ruas até chegar em um local mais movimentado, onde chamou um táxi.

Em poucos minutos a jovem já estava na porta de casa, ela desceu do táxi e pagou o taxista - deixando uma gorjeta à mais - a jovem se despediu com um aceno e entrou em casa. Lá acendeu a luz e tirou seu uniforme escolar ficando somente em trajes íntimos e se sentou no sofá ligando a televisão, depois de passar por vários canais e não ver nada interessante, ela desliga a TV e pega seu celular descartável, discou o número da polícia e disse com uma voz que demonstrava - falso- desespero:

-Alô, eu... achei um corpo no beco da rua XXX... e eu não sei o que fazer! - A jovem era uma ótima atriz.

-Por favor se acalme senhora, enviaremos uma viatura. Por favor vá a um local movimentado, e nos espere. - A atendente falou tentado tranquilizar a jovem. - Senhora poderia me informar seu nome? - Disse a atendente preenchendo um relatório.

-C-claro... meu nome é Roxana Rodrigues, por favor venham logo! - A jovem falou antes de desligar.

Satisfeita com o que fez a jovem quebrou o celular e o jogou no lixo. Com um sorriso no rosto a jovem subiu as escadas que ficavam na sala e entrou no quarto que ficava no final do corredor, aquele era o quarto dela, mas era completamente diferente do estilo dela, as paredes rosas, e ursinhos de pelúcias na cama davam náuseas a ela, mas os pais adotivos achavam que ela era uma inocente princesa e ela não queria que seu passa-tempo favorito fosse arruinado, com a atenção dos pais.

A jovem estava cansada por isso se jogou na cama, mas lembrou que precisava de um banho. Levantou contra a vontade e pegou uma muda de roupas no guarda-roupas rosa, e deixou em cima da cama depois saiu do quarto em direção ao banheiro.

Depois de cerca de 20 minutos de banho a jovem saiu de roupão do banheiro apagando a luz e desceu as escadas em direção às escadas indo em direção a sala. Recolheu o uniforme escolar, e o deixou na lavanderia para lava-lo amanhã, depois disso apagou a luz da sala e subiu novamente as escadas entrando no quarto, secou o corpo e colocou as roupas que deixou em cima da cama, apagou a luz do próprio quarto e disse a si mesma:

-Tomara que amanhã seja um dia interessante... - A jovem deitou-se na cama, se cobriu e depois de pouco tempo dormiu.

15 de julho de 2016