Capítulo 4

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O menino entrou com toda a inocência de sua alma na casa da jovem, Estela tinha certeza de somente uma coisa naquele momento: O menino fazia ela sentir algo. Ela não sabia bem o que, ou porque, mas conseguia fazê-la sentir.

A jovem esperou o menino entrar, indo logo depois. A tranquilidade em que fechava a porta, e que observou o menino praticamente se jogar em seu sofá limpinho, não era normal. Estela deveria estar furiosa por alguém se jogar em seu sofá, deveria estar furiosa por interromperem seu momento de descanso, deveria estar furiosa de ter que fazer algo para alguém, mas ela não estava.

-Com calma pequeno. - Estela falou com uma vez doce e calma, um sorriso discreto imundava sua face. Ela deixou a mochila no sofá e pegou um pequeno prendedor nela, prendeu os longos cabelos negros e foi para a cozinha. - Gosta de chá pequeno? - A jovem perguntou, já estava na cozinha, e se tocou que não sabia o nome daquele pequeno ser.

Colocou o avental, e antes de começar a preparar o lanche ouviu uma doce voz a respondendo:

-Nunca provei, mamãe não gosta, e papai prefere café! Eca! - O menino falou com inocência enquanto bisbilhotava a sala da jovem.

Estela abriu mais uma vez um sorriso, no fundo não entendia como um menino japonês - como ela presumir que ele fosse -, não tinha provado chá, ela era britânica então sempre teve a velha tradição do chá da tarde. Nunca abandonou esse hábito, nem quando foi obrigada a vir ao Japão, a jovem odiava o clima do local, no verão era muito quente e abafado, e no inverno frio até demais. Não que a Inglaterra não fosse fria, e que não chovesse praticamente todos os dias, mas Londres era repleta de coisas para fazer. Diferente daquele fim de mundo, que a jovem foi obrigada a chamar de lar.

Depois de um tempo a jovem tinha terminado de esquentar a água, o aperitivo já estava pronto, ela colocou os pedaços de bolo em uma bandeja, a xícara de chá ao lado do buli, estava tudo perfeitamente arrumado. A jovem finalmente tinha terminado, e foi em direção a sala, se surpreendeu por não ver o menino sentado no sofá como deveria.

Estelar colocou a bandeija com os aperitivos na mesinha de centro, e foi procurar o menino, ela odiava falta de educação. Para falar a verdade, é bem difícil pessoa permanecerem vivas depois de quebrarem alguma das regras da menina, mesmo que inconscientemente, a jovem sabia que não deveria ultrapassar os limites.

Mas, Mark, o pequeno Mark, estava passando de todos os limites que Estelar havia criado, e a jovem não estava brava.

Estelar começou a procurar a criança, começou pelo banheiro de visitas, e não havia ninguém, depois foi para seu jardim, lá também não havia ninguém, a jovem conferiu a maior parte dos cômodos da casa, e ainda não havia encontrado o menino, só faltava um quarto. A jovem respirou fundo e subiu as escadas, andou calmamente pelo corredor, e quando viu a porta branca daquele quarto travou.

Ela ouviu a voz daquele pequeno ser, e o som de algo caindo. Entrou no quarto de seu irmão adotivo - que estava praticamente vazio -, e viu uma cena bem desagradável para ela. Todos os livros que haviam naquele quarto estavam desorganizados, todos fora do lugar, alguns estavam abertos com algumas páginas amassadas, mas não foi aquilo que chamou a atenção da jovem.

-Aí! Meu dedo. - O menino falou segurando o dedo indicador, o menino está com o dedo cortado e sagrando, Estela presumiu que foi por causa do papel dos livros.

Sem pensar duas vezes, Estelar foi até Mark com certo desespero, ela estava preocupada com o menino - que sequer sabia o nome.

-Você está bem? - Estela perguntou ao ver o sangue sair do dedo do garoto. Mark assentiu com a cabeça diversas vezes, enquanto observava a jovem preocupada.

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⏰ Última atualização: Jul 02, 2017 ⏰

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