Ruína.

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Apenas memórias. Flashes. Chegando à boate, pediu uma ou duas batidas, logo avançou pra algo mais forte como tequila e vodka.

(...)

Quando percebeu, já estava a base de muita 51 misturada com qualquer copo que fosse apontado em sua direção. Nada saudável ela também sabe, mas é o único que faz esquecer suas derrotas, a faz esquecer ele. A batida quase estoura seus tímpanos, mas ela não se importa de ficar surda, afinal, o que ela queria ouvir, não poderá. Provavelmente nunca mais.Sua vontade no momento é chorar, mas um corpo qualquer de uma outra pessoa talvez no mesmo estado que ela interrompe seus pensamentos, puxando com brutalidade seu corpo frágil. É preferível que não se lembre o que eles fizeram.

(...)

Jogada na cama, ela começou fumando apenas um. "Apenas pra começar a noite" dizia.Terminou fumando o pacote inteiro, e quando o notou, fez uma careta e jogou o mesmo em qualquer canto. Levantou e se vestiu do mesmo jeito vulgar de antes, sem calcinha. "Isso é o que ele fez comigo..."

Se lembrava que, horas depois, esse mesmo cara tinha tentado algo novamente, mais sóbrio. E o que ela disse? Que figurinha repetida não completa álbum.

(...)

Talvez mais uns 5 caras depois, mais 3 maços de cigarro fumados de uma vez cada, pelo menos 10 shoots de tequila, ela não estava bem e, ao invés de reduzir seus problemas, somente os aumentou: pensar nele tinha ficado mais constante e consequentemente mais melancólico a cada instante. É óbvio que ela não podia deixar de notar que, além de cada um ter uma característica diferente que fazia-a lembrar quem tanto queria esquecer, nenhum deles era ele. E ela queria se matar por se estar deixando fazer isso com seu corpo e sua mente.
Era isso no que ele tinha feito ela se tornar.Aliás, era nisso que ela tinha deixado ele torná-la. Na vadia que nunca cede ao mesmo, mas a qualquer. O que fazer com o resto dela? O resto que não dava pra consertar, seu tempo estava acabando.

E ela sabia disso. Desde sempre. Que, quando ele a deixasse, seria sua ruína, basicamente seu passaporte pro inferno. Como nada mais podia ser feito, ela simplesmente deitou na cama e se deixou abater, chorando feito uma criança sem a mãe, até pior. "Figurinha repetida nunca completou álbum" foram as últimas palavras que ele direcionou a ela, e eu posso garantir que doeu mais que qualquer coisa.

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