3. Little Conversation.

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Fiquei pensando a porra da tarde toda, jogado no sofá. Louis ia me ligar. Ou eu ia ligar pra ele, algo ia acontecer e isso estava me dando um ataque internamente.

Agora, eu me pergunto, e faço a mesma pergunta pra quem quer que seja: Por que eu, Harry Styles, estava tendo esse ataque? Parecia uma garota, coisa que não sou.

Nunca me senti tão agoniado como hoje. Pensei mil vezes em desligar o celular, a internet, extinguir todos os meios de contatos que existem nessa casa, mas não podia mentir e dizer que não queria falar com ele.

Isso significava que Louis era um ótimo amigo, mesmo que eu tivesse conhecido ele há pouco tempo.

Quando levantei para tomar os remédios, o meu celular toca. Tomo água meio apressado e fui atender.

- Oi Hazz.

A voz dele era extremamente doce. Imaginei como seria Louis cantando, queria ter a oportunidade de ouví-lo. Como queria ter.

- Oi Lou.

- Como você tá?

- Incrivelmente bem e você?

Eu minto tanto que até me dá vontade de rir. Eu sou um ator maravilhoso, não acham? Porque eu acho que tô perdendo dinheiro.

Não queria que Louis soubesse que eu estava nervoso por falar com ele, muito menos que fiquei pensando em como seria nossa conversa a tarde toda. Uma coisa de clipe da Taylor Swift, algo que me fez fazer caretas mil vezes quando pensei nisso.

- E isso tem a ver com o beijo da sua ex?

Eu ri.

- Você só fala merda mesmo, Louis.

- Não falo merda, caralho. Você que pensa.

Uau. Ele estava estressadinho ou era impressão minha?

- Que boca suja, Tommo.

- Você ainda não viu nada do que posso fazer com ela, Harry. Não faz ideia.

Dei uma risada. Não sei porque estava rindo. Talvez fosse nervoso? Não sei, é muito fácil idealizar coisas na minha cabeça, ela por exemplo, é cheia de "talvez".

- Desculpe, isso foi meio... mal educado da minha parte.

- Ah cara, relaxa. Eu não me importo nadinha com isso, bro.

- É, bro.

Senti um pouco de ironia na voz dele, o que me fez revirar os olhos. Que cara confuso. Louis é um ser humano complicado, até mais que eu, e quando vi que estava fazendo o que não queria que fizessem comigo, calei minha boca e decidi que seria sim amigo dele. Afinal, as pessoas estranhas são as melhores.

O esquisito é mais empolgante que o normal.

- Mas e aí, quando que vou poder ouvir Louis Tomlinson cantando? - perguntei, sorrindo.

Louis riu.

- Quando cantar pra mim.

- Você sabe que não vou cantar.

- Você vai sim, e sabe como sei disso?

Dei de ombros. Mais um costume que tenho é fazer gestos quando estou no telefone, mas sei que ninguém tá vendo. Às vezes isso me irrita, como muitas coisas em mim me irritam.

- Não.

- Porque eu sou a primeira pessoa que você não quer decepcionar.

Como que Louis podia sacar as coisas assim, do nada? Ele não podia ser tão inteligente assim, ele nem conseguiria ler minhas expressões. Quer dizer, ninguém podiar saber sobre o que eu sinto.

Perhaps.|| l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora