6. Not Made For This World.

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Leila adorou Louis. Ambos se adoraram. Ele a fazia rir e por um momento pensei que ela estava melhor, mas eu sei que aquilo era a máscara que vestia para ninguém perceber que estava mal.

- Cara, você é muito engraçado.

Eles riram. Parece que se deram muito bem depois que Louis descobriu que ela é lésbica, uma coisa um tanto peculiar.

Olhei as horas no celular. Era seis e meia. Eu estava faminto e estava perdendo todos os programas que eu queria ver, não sei se valia mais a pena estar socializando.

- Você é muito legal! Sinto muito por terem feito isso com você, quer dizer, seu tio é um vagabundo estúpido. Está tudo certo em ser lésbica. - disse Louis, sendo gentil. - Ser homossexual é ok.

- Gay é ok. - ela sorriu.

- Exatamente. - disse Louis sorrindo e depois se virou pra mim. - Nosso amiguinho aqui é hetero.

- E você é gay? - perguntei.

Estava indicando que era.

- Eu? Bom, não sei. Quem é que sabe? - Louis desconversou.

Fiz uma cara de "Hum você que sabe", dei de ombros e suspirei dizendo:

- Tudo bem, agora eu tenho que ir. Tenho um compromisso.

- Você? Com compromissos? Tão engraçado. - disse Louis.

Revirei os olhos rindo e falei:

- Eu não sou uma pessoa totalmente desocupada, Louis.

Leila pegou o celular e arregalou os olhos, paramos a pequena discussão que ainda íamos começar. Louis e eu tínhamos muito disso, mas a cara de preocupação de Leila nos fez parar e começamos à nos preocupar com ela:

- O que houve?

- A minha mãe me mandou mensagem. Meu tio surtou quando soube que eu o denunciei. - disse ela, assustada e tremendo. - Ele está na minha casa. Quer me ver de todos os jeitos.

- Você não vai encontrar com ele sozinha. - Louis disse. - Se quiser, posso te acompanhar. Sei que Harry vai estar ocupado demais nas próximas horas.

Fiquei calado. Queria ajudar, mas ao mesmo tempo, estava cansado e poderia ter um surto ao lado dos dois. Merda.

- Eu gostaria de ajudar. - falei, fazendo caretas. - Só que acho que não vou poder.

Ela assentiu dando de ombros e disse:

- Você me ajuda, Louis?

- Claro. - ele sorriu. - Vou buscar o carro.

Esperei ficarmos sozinhos, só eu e Leila para dizer:

- Ele não pode saber de nada que te falei, tudo bem? Sobre meus pais e etc.

- Pode deixar, o seu segredo vai estar salvo comigo. - disse ela e sorriu. - Estou nervosa.

- Você precisa se acalmar. Louis é um bom amigo, ele vai cuidar de você. - disse. - E pode até bater no seu tio se necessário, ele é bem estressadinho algumas vezes. Mas você se acostuma.

- Vocês se dão muito bem, né? Deu pra perceber.

- Nós nos damos muuuito bem. Tem razão. - concordei.

Leila sorriu cheia de mistérios. Dei de ombros e cantarolei uma música internamente. Não queria que me ouvissem.

Quando Louis voltou com o carro, Leila entrou e ele disse me olhando de dentro do carro:

Perhaps.|| l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora