Capítulo 14 (FINAL)

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Horas mais tarde, ocorreu o enterro de Nataly. Nem todos os seus familiares estavam presentes. Mas os seus pais que moravam no exterior, fizeram força para vir. Eles estavam inconsoláveis, porque planejavam estarem no Brasil somente no casamento da filha, que ocorreria no sábado.

Fernando estava chorando ao ver o túmulo já sendo construído. Ele estava muito mal com tudo. Sentia-se culpado pela morte dela. Nada o fazia mudar de ideia. Mas, de repente, alguém tocou em seu ombro.

— Não fique assim. Não é sua culpa.

Ele virou-se e viu uma mulher loira linda, alta e parecida com a Nataly. Era Nara, a irmã dela.

— Como não é minha culpa? Eu podia ter a perdoado, mas não. Eu ignorei tudo que ela me disse. Por isso, ela se jogou na frente de um carro.

— A minha irmã tinha transtornos psicológicos. Ela já fez isso uma vez. Mas o cara voltou com ela e impediu que algo ruim acontecesse. Quando ele tentou se separar dela de novo, minha irmã quase se matou novamente. É difícil dizer isso, mas ela tem um defeito muito grande. Não gosta que os seus caprichos não sejam atendidos. Quando ficamos sabendo que ela ia casar com você, ficamos felizes. Porque achamos que ela tinha mudado e, portanto, saberia lidar com a rejeição. Só que nos enganamos e ela conseguiu se matar.

— Eu deveria ter a impedido.

— Não acho que teria conseguido. A minha irmã sempre fazia tudo intensamente. Sempre amou demais, brigou demais, se magoou demais e magoou os outros demais.

— Eu a amava. Eu fui muito cruel com ela.

— Vai ficar tudo bem. Vamos sair depois para mudar esse seu astral?

— Não. Acho que não vou ser uma boa companhia.

Thaisa chegou perto deles e disse:

— Vai por mim. Vai ser bom para você, Fernando. E mudei o astral da Lua. Sabia?

Ele sorriu um pouco envergonhado e aceitou o convite de Nara. Antes de sair do cemitério, ele quis falar com a Lua. Os dois estavam um pouco distantes e Fernando queria acabar com essa indiferença.

— Lua, eu preciso falar com você.

— Eu sinto muito, Fernando. Não podia ter aceitado ela me ajudar com a saída do armário e nem ter a beijado. Eu fui muito estúpida com você.

— Tudo bem. Eu é que não entendi as coisas. Ela me disse que me amava, só isso bastava. Mas eu duvidei dela e duvidei do nosso amor.

— Ela te amava mesmo. Eu sei. Eu é que acabei atrapalhando tudo.

— Você só queria se descobrir e ela quis te ajudar nisso. Eu fui muito egoísta para não entender. Acabei falando muito merda para ela. Fui idiota!

— Ei... As coisas simplesmente acontecem. Mesmo que a gente tente mudá-las, não dá certo. O que está escrito no nosso destino, não há como apagar.

— E agora, hein? O que o destino nos reserva?

— A gente nunca vai saber, Fernando. Só nos resta seguir em frente, de cabeça erguida e com a esperança que dias melhores virão.

— Eu perdi o meu amor, Lua. — uma lágrima caiu dos olhos dele.

— Sim. Mas há outros amores, mano. Continue procurando e quem sabe você já até o encontrou, hein? — ela piscou o olhou ao se referir a Nara que estava conversando com os pais.

Fernando sorriu e disse:

— Não sei se vamos dar certo. Seria uma traição. Ela é irmã da Nataly.

— Claro que não. Tenho certeza que se a Nataly estiver nos olhando, ela ia querer que você fosse feliz mesmo não sendo do lado dela. Porque quando a gente ama, a gente quer ver a pessoa feliz.

— Eu te amo, mana. Não quero mais brigar com você.

— Nunca mais vamos brigar por ninguém. Ok?

— Tudo bem.

Os dois se abraçaram e foram caminhando juntos. Em seguida, Fernando a perguntou:

— Como estão as coisas com Thaisa?

— Muito bem. Em breve, quero marcar a data do casamento.

— Hum... Minha maninha está apaixonada. Isso é muito bom!

— Sabe... Eu descobri que a amo e não quero que isso termine.

— Não vai terminar, mana. Te desejo toda a felicidade do mundo.

— Eu também, Fernando.

Os dois sorriram e chegaram perto de Nara. Lua se despediu e saiu de carro com a Thaisa. E ela perguntou à namorada:

— E aí? Como foi a conversa com o seu irmão?

— Foi muito bom. Ele entendeu tudo e agora estamos bem.

— Não sente falta dela?

— Da Nataly?

— Sim. Você nem me contou antes sobre ela.

— Fiquei com medo de você me deixar.

— Eu nunca vou te deixar, Lua. Te amo.

— Eu também.

As duas se beijaram, e Lua declarou:

— Sobre a sua pergunta... Eu não sinto mais nada pela Nataly. Eu procurei um amor e encontrei você. É com você que quero casar e ficar para sempre.

— Hum... Isso foi um pedido de casamento?

— Sim. Aceita se casar comigo?

— Claro, meu amor. Aceito ser sua para sempre!

As duas se beijaram de novo e continuaram o caminho. Enquanto isso, Fernando conversava com Nara em um restaurante. Perto da mesa deles, estavam os pais de Nataly.

Fernando estava feliz agora, tinha esperança que sua dor fosse amenizada com um novo amor. Quem sabe seria a Nara? Ele não sabia ao certo. Mas não queria perder tempo. Procuraria por um novo amor, nem que fosse preciso ir até o fim do mundo.

FIM! 

Procurando um amor (Romance lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora