Bleu

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O dia passava em sua habitual lentidão enquanto perguntava-me até quando precisaria vagar pelo mundo seguida de meus pais. A verdade era que eu sim precisava segui-los; com 16 anos pouquíssimas pessoas podem dar-se ao luxo de decidir a própria vida.

Meus pais eram jornalistas e era comum serem correspondentes de lugares diferentes em períodos diversos, assim, boa parte da infância encaixotando coisas só me ensinaram a me encaixotar na própria mente em momentos solitários, nas varandas entupidas de artigos a serem desembalados.

O bairro dessa vez, era mais sofisticado, com cheiro de maresia pela proximidade com o mar, porém silencioso como um deserto, desse modo, o sino de uma bicicleta me assustou e inflou minha curiosidade. Os olhos seguiam do início ao fim da rua, até alcançarem uma bicicleta celestialmente azul na maior velocidade possível.

Blue, Azul, Bleu. Os olhos da motorista também eram azuis. Foi tudo que vi, após isso apenas as costas da criatura que levava algum movimento ao silencio sem fim.

Seja quem for, me motivou o suficiente para que subisse e arrumasse meu novo quarto. O dia seguinte me esperava e clamava por conhecer-me.

Este capítulo foi curtinho, teve um teor beem introdutório, mas espero que gostem e acompanhem. Super beijos.

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