Não falei mais com o Samuel depois daquela noite, tento evitar ele ao máximo...ainda me dói lembrar que ele ficou parado me olhando e não disse absolutamente, nada... às vezes as coisas não saem como esperamos, isso é uma grande verdade.
Estou sentada na janela do meu quarto, tomando uma boa xícara de chá, estava precisando disso...hoje o dia estava frio e cinza, eu não parava de pensar nele e a cada vez que eu tentava parar, pensava ainda mais...estava sendo quase uma tortura tudo isso. Quantas vezes eu pensei em sair correndo, ir em sua casa e assim que abrisse a porta o abraçar tão forte e não o soltar nunca mais... mas não é fácil assim, por mais que eu queira, não é fácil...
Quando vou descendo as escadas para levar a xícara na cozinha batem na porta, vou até lá e abro sem ver quem quer que seja, eu finalmente vejo de quem se trata, tento fechar a porta e me esconder, num ato totalmente infantil, mas ele coloca o pé impedindo que eu consiga fecha-lá."Vai embora, eu não quero falar com você Samuel.", falo forçando a porta sem olhar para ele, porque eu sei que se eu olhar vou me desmanchar em lágrimas, ali mesmo na sua frente e eu não quero isso.
"Sam...por favor, me escuta.", pede com a voz falha, pelo visto não é só eu que estou mal aqui.
"O que você quer?", pergunto ainda sem o olhar, ele já havia conseguido entrar e eu estava a uma distância segura dele, sem o encarrar ainda, já podia sentir pequenas lágrimas escorrendo.
"Eu não queria ter feito aquilo, me desculpa, eu não sabia o que fazer, fiquei congelado tentando assimilar tudo que você me disse...me desculpa Sam...eu...", e então eu o beijei, não sei muito bem o que eu estou fazendo mas eu queria aquilo, queria sentir ele, sentir seu calor, estar perto dele, eu queria ele. Já não estava suportando ficar longe, doía demais, então o beijei...em um momento totalmente irracional...eu o beijei. Sem pensar duas vezes ele retribui e me envolve em seus braços, coloco minhas mãos em sua nuca e puxo levemente seu cabelo, naquele momento eu só queria ele, isso era o que importava.
Um beijo cheio de saudade e urgência, ele me ergue e eu estrelado minhas pernas em sua cintura e já vou tirando minha camisa e a dele enquanto ele vai andando lentamente para trás, em direção ao sofá.
"Eu gosto de você Sam...gosto muito.", sussurra me olhando com luxuria e paixão.
"Você já disse o que eu queria ouvir, então vamos deixar o romantismo para depois.", ele sorri e me beija novamente e me deita no sofá sem quebrar o contato. Eu me sentia completamente segura e confiante ao seu lado, não tinha do que fugir, só existia nós naquela sala e por um momento, no mundo.
* * *
Acordo e percebo que estou na minha cama e Sam está dormindo tranquilamente ao meu lado, fico o olhando por longos minutos...ele era tão lindo e surreal que as vezes pensava se ele existia mesmo ou não. Lindo, não é só pela sua aparência mas sim seu jeito, seu jeito de ser. Coloco a mão levemente sobre seu rosto e começo acariciar sua bochecha, dou um sorriso bobo quando vejo ele abrir só um olho.
"Bom dia..", sussurro sem tirar a mão de seu rosto.
"Bom dia...", fala no mesmo tom se aconchegando mais perto de mim.
"Não queria que aquilo acontecesse...", fala com o rosto na curva do meu pescoço.
"Shii, tudo bem...eu sei que não.", respondo, acariciando seu cabelo.
"Senti sua falta...", fala, depois de algum tempo em silêncio.
"Também senti a sua... e muito.", ele dá um beijo em meu pescoço, me abraça e me puxa para cima dele o que me faz rir.
"Que horas são?, pergunta ainda abraçado a mim.
"Não sei...", suspiro e olho no relógio ao lado da cama e em seguida para ele colocando as mãos em seu peito que estava nu, na verdade, nós dois estamos nus.
"9h30...", faço círculos em seu peito, como se desenhasse algo.
"Tenho que ir trabalhar hoje, entro meio-dia...então, quer ir tomar café em algum lugar?", me pergunta e logo me lembro do café em que trabalho, no qual serve um ótimo misto-quente.
"Vamos ao café onde eu trabalho...", falo erguendo as sobrancelhas e dando um sorriso de lado, eu estava realmente feliz aquele dia, é tão estranho e maravilhoso me sentir assim, feliz novamente.
"Ah! Okay então.", fala e ri, lhe dou um leve beijo e levanto com o lençol enrolado em meu corpo e vou para o banheiro.
"Podia ter ido sem lençol...", diz me olhando com malícia.
"Você não iria resistir e acabaria se atrasando pro seu trabalho.", falo, com os braços cruzados, segurando o lençol.
"Até parece que você não ia querer...", coloca os braços atrás da cabeça e continua me olhando.
"Claro que não.", falo e entro no banheiro, fecho a porta e entro em baixo do chuveiro...flashes da noite anterior vieram à tona e sorrio, passo os dedos nos meus lábios, em meu pescoço e lembro de cada sensação que tive, ele me faz bem...e isso era uma das poucas coisas que eu tinha plenamente certeza em minha vida. Ele me completava.
- g a b y -
Um grande beijo e se ativeram gostando não deixam de votar.
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'Sam&Sam' [hiatus]
RomanceEle tem mais 365 dias de vida. Ela tem a vida toda pela frente, mas não sabia o que fazer. Ele queria fazer o máximo de coisas possíveis, viver intensamente e acima de tudo, ser feliz. Ela teve toda a sua felicidade arrancada de si, quando seus pais...