Eu vivia em uma vila que havia sido conhecida como a mais colorida na alegre Busan, apesar das coisas não funcionarem mais da mesma forma há algum tempo, o colorido e a alegria haviam desaparecido, trazendo em seu lugar a opressão, o fanatismo relig...
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O sol invadia a janela do meu quarto - que nem ao menos cortina eu julgava merecer - e aquela luz estava me incomodando, então tentei ao máximo fugir dela me escondendo dentre as cobertas, mas me mexer daquela forma fazia a lateral do meu corpo latejar por causa da dor, me fazendo arfar. O incidente do dia anterior iria demorar mais do que os outros para curar, tanto fisicamente como mentalmente, isso me perturbava, as coisas só pioravam a cada dia.
No fim levantei-me com muito esforço e lentidão - mas era preciso -, Minhyuk estaria me esperando na ponte, como fazia todos os dias e eu não podia deixá-lo parado lá por muito tempo. Por fim tomei um banho rápido e troquei meus curativos, escondendo-os com um moletom leve, de coloração cinza. Peguei minhas coisas rapidamente e sai porta a fora, esperando não encontrar aquele que chamava de pai, não queria entrar em outra discussão tão cedo, sabia que não aguentaria.
Eu vivia em uma vila que já havia sido conhecida por ser a mais colorida na alegre Busan, mas as coisas não funcionavam mais assim há algum tempo, o colorido e a alegria haviam desaparecido, trazendo em seu lugar a opressão, o fanatismo religioso e a tristeza para os moradores. Meu avô adorava me contar como tudo e todos lá tinham uma energia boa, como as pessoas eram amorosas e cheias de esperança, mas tudo que aquela vila era a anos atrás tinha sumido em um passe de mágica depois que o Governo resolveu seguir e pensar em um "Deus" que só sabia punir e maltratar.
Após alguns minutos de caminhada avistei quem eu queria, Minhyuk. Ele era uma das pessoas mais bonitas que eu já havia visto. Seus cabelos sem cor beirando ao branco e seus olhos negros felinos se encaixavam perfeitamente ao seu rosto fino, seu corpo miúdo não condizia com sua voz rouca, mas o mais importante, ele era um ser humano cheio de esperança e alegre em meio a tanto desgosto e sofrimento, eu me sentia privilegiado em te-lo comigo.
Fui recebido com um sorriso largo e um abraço apertado, que me fez soltar um grunhido devido ao meu machucado.
— Você está bem? – exalava preocupação.
— Estou, foi apertado de mais. – soltei um riso fraco, tentando não preocupá-lo.
— Certo, desculpe. Eu tenho algo pra te perguntar, na verdade nós temos. – abriu um costumeiro sorriso.
— Nós? – soltei confuso.
— É nós, vem vamos. – sua mão veio de encontro a minha, me puxando.
Fui arrastado até a parte de baixo da ponte, onde os irmãos Kihyun e Changkyun se encontravam. Aqueles dois eram bem ligados, diria que nenhum laço na minha vida seria tão forte quanto o deles, eles cuidavam um do outro de uma forma surpreendente, eram de uma sintonia de dar inveja e acima de tudo nunca cansavam um do outro. Kihyun era mais velho que Changkyun – e que o resto dos nossos amigos – mas isso não deixava eles se afastarem, pelo contrario, deixava eles mais grudados ainda.
— Hyungwon! É bom ver você. – Kihyun cantarolou as palavras enquanto vinha em minha direção, enquanto Changkyun deu um aceno com a cabeça.
— Kihyunie, sua perna parece melhor. – apontei para sua perna manca.
— O velhote tem que usar bengala agora, deplorável. – Changhyun se pronunciou, enquanto Minhyuk passava os braços a seu redor.
— Aish essa criança! – falou em meio as nossas risadas. — Melhor impossível. – continuou.
— Ok, me digam o que estão aprontando. – fui me sentar ao lado dos meus parceiros, que estavam abraçados.
A ponte sempre foi nosso ponto de encontro, melhor dizendo de baixo dela, lá tinham varias coisas que levamos com o passar do tempo, cadeiras, caixas e todo lixo que nos deixava o mais confortável possível para passar algumas horas ou às vezes dias.
— Acho melhor esperarmos o Jooheon. – Minhyuk soltou.
— E o Shownu. – Kihyun interferiu.
— E claro o Wonho hyung. – concluiu o mais novo.
— Vocês estão me assustando, isso está parecendo uma cena de filme. – respondi em meio as risadas.
— Melhor ainda, eu adoro filme. – e lá estava Minhyuk, fazendo gracinha.
Não demorou muito para Jooheon aparecer junto a Wonho e sem Shownu, o que fez nós nos entre olharmos e irmos em direção a eles.
Jooheon era um traficante de armas, que se escondia em meio às flores, se passando por um floricultor conhecido na cidade. Ele não era um cara mal, muito pelo contrario, sempre teve um coração grande e estava cuidando de nós, mesmo que muitas vezes tentasse enfrentar os militares e seus religiosos fanáticos, o que não era uma boa ideia em hipótese alguma. Wonho por outro lado não se deixava ser conhecido profundamente, suas emoções não estavam aparentes como na maioria de nós, ele sempre foi o mais misterioso, seu nome verdadeiro nunca saiu pela sua boca. Nós não sabíamos quem era sua família e nem mesmo se a tinha uma, mas isso não fazia com que fossemos afastados, éramos íntimos, mas de uma maneira diferente e até que confortável.
— Onde está o Shownu? – Kihyun foi o primeiro a perguntar.
— Ele esta com alguns problemas familiares, mas isso não nos impede de continuar com o plano, não é mesmo?! – Jooheon parecia estranhamente sério. — Não se preocupem, estamos arranjando um jeito de tudo melhorar.
— É o pai dele, estou certo? – eu sabia o quanto o pai de Shownu esta doente e prezava que ele melhorasse logo.
— Sim.- Wonho sussurou.
— Ok, vamos prosseguir, eu sei que tudo vai melhorar, tenho esperança e o pai dele é forte. – Minhyuk tentou confortar os demais e eu senti ele me puxar pra um abraço, dessa vez mais fraco.
— Sério, dá pra vocês cuspirem logo, eu quero saber. – eu estava curioso.
— Vamos deixar o Jooheon hyung falar. – Changkyun foi mais rápido que os outros, que estavam prestes a abrir a boca, mas por fim acenaram e Jooheon começou a falar.
— Sabemos que as coisas não andam boas, com você e nem com ninguém aqui, os meninos já concordaram comigo, agora queremos saber se você também quer. – a serenidade tomava conta de sua voz. — Está ciente do que eu quero dizer?
— Sim, mas e o Shownu? – perguntei com cautela.
— Eu acabei de sair de lá, ele esta aceitando, com toda certeza é o que mais precisa disso entre nós. – continuou Jooheon. — Então, você quer fazer parte do Clan? – todos me olhavam esperando uma resposta, eu estava pronto pra lidar com aquilo?
X NOTAS FINAIS X
A fanfic vai ser baseada em algumas teorias do mv de all in e será na visão do Hyungwon. Lembrem-se qualquer erro me desculpem, eu tentei ao máximo que ficasse pelo menos razoável, obrigada por lerem!!!!
