Eu vivia em uma vila que havia sido conhecida como a mais colorida na alegre Busan, apesar das coisas não funcionarem mais da mesma forma há algum tempo, o colorido e a alegria haviam desaparecido, trazendo em seu lugar a opressão, o fanatismo relig...
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Com uma flor roxa em meu bolso e na companhia dos meus amigos – ou uma parte deles – me encontrava no centro da pequena vila, onde havia algumas barraquinhas, pessoas circulando em sua rotina da tarde e alguns militares como sempre atazanando a vida dos que se estavam quietos. Demos algumas voltar por ali como quem não queria nada e por fim fomos à loja dos pais do Kihyun.
Quando chegamos a pequena lojinha demos de cara com um Changkyun com cara de tédio e aparentemente sozinho. Os pais deles eram donos da única loja de doces da vila, o que parecia meio irônico em meio a tudo que acontecia na nossa volta, pra ser mais exato a "opressão", quase que um paradoxo. Talvez pelo fato dos pais dos garotos não ligarem muito pra isso, que eles fossem assim sem receio nenhum de fazer parte de um clan ou qualquer coisa do tipo.
— Oi, o que estão fazendo aqui? – Changkyun falou enquanto saia de traz da bancada, onde se encontravam algumas guloseimas. — Hyung, vem ver que quem veio nos perturbar. – gritou para parte dos fundos do local.
— Changkyunie como sempre um docinho – Minhyuk disse enquanto apoiava seu queixo em meu ombro, não pude deixar de rir da "piada" com docinho.
— Viemos ver se vocês podiam sair com a gente, mas pelo jeito não. – Jooheon se pronunciou indo direto ao assunto.
— Mas mais tarde podemos encontrar vocês, sem problema. – Changkyun garantiu.
— Vocês precisam de ajuda? – Dessa vez foi a minha voz que tomou conta do local. — Minhyuk pode ficar aqui se quiserem, acho que ele anda meio sem energia. – senti ele me encarar enquanto tirava a cabeça do meu ombro e se ajeitava para falar.
— Minhyuk, aqui? – Kihyun apareceu. — É capaz de ele comer todos os doces e ir embora.
Changkyun se inclinou tentando tapar com os braços — sem sucesso — o balcão de vidro onde continham algumas balas, o que acabou tirando algumas risadas de nós e fazendo seu irmão revirar os olhos.
— Ok, eu vou ficar para ajudar. – Minhyuk falou enquanto ria e se aproximava dos irmãos.
— Sério que vocês vão deixar essa criatura hiperativa aqui? Eu não vou agüentar – Changkyun falou enquanto apontava para Minhyuk, que agora estava praticamente usando o menor como apoio enquanto tentava saquear algumas balas.
— Acho que está na hora de irmos embora, antes que ele desista. – Por fim acenamos enquanto Shownu falava e fomos em direção a porta.
Quando saímos da loja dos irmãos demos de cara com uns militares tentando expulsar alguns vendedores de uma das barracas de rua, que vendiam alguns sapatos, que eu diria que eram usados, seria um brechó de rua para ser mais exato, vimos a cena de dois vendedores de idade pedindo para que não levassem suas coisas.
Eu apenas consegui sentir um vulto passar por mim e no outro lado Shownu correr junto, quando me dei de conta os garotos estavam enfrentando os superiores e um frio percorreu a minha barriga. Jooheon brincava com a arma de um deles encostando ela em sua cabeça, como se pedisse um tiro bem ali, ele parecia não ligar em brincar com algo tão perigoso, pois olhava diretamente nos olhos dele enquanto fazia isso. Shownu cuspia algumas palavras para outro e sorria a cada uma delas e eu continuava ali parado apenas observando incrédulo, eles só podiam estar loucos, mas pareciam tão confiantes que me perguntei quantas vezes já não tinham feito isso, quando eu não estava perto.
